Entrevista com a Poetisa, escritora e Professora Maria Augusta da Silva Caliari

Revelando um pouco mais dessa querida escritora do "Recanto das Letras"

FB – Vou começar com a habitual pergunta que faço a todos os entrevistados. Como foi sua infância?

MA - Minha infância foi muito especial, junto dos meus pais, morando no sítio, no meio dos animais e plantas.

FB – Nesse período de sua vida já havia se manifestado algum interesse em relação à arte de escrever?

MA - Sou de família. Meu avô tocava acordeom, cantava, era um improvisador de versos. Minha mãe também cantava e criava versos lindos.

FB – Em seu perfil está que a senhora exerceu a função de professora e aposentou-se em 2008, como era a realidade do ensino na época em que começou a lecionar e como enxerga a situação do profissional da educação nos dias atuais?

MA - Fui professora efetiva alfabetizadora por 10 anos. Minhas crianças de fevereiro a junho estavam alfabetizadas. Os últimos 15 anos com dois cargos foram na Administração como vice e 12 anos como diretora e trabalhei com Língua Portuguesa e Literatura no Ensino médio. Por isso, não me atrevo a dar opinião sobre a atual conjuntura, mas sem querer, querendo, tanto as famílias quanto professores entraram na postura do governo. Já se viu um aluno no quinto ano sem saber ler corretamente? Que fizeram as famílias e professores em cinco anos de escolaridade?

FB – O que a fez optar pela função de professora?

MA - Quando criança nas primeiras séries brincava de professora usando giz de carvão e mandioca secada ao Sol, ensinando minhas primas aos domingos, em nossas reuniões de família! Imitava minha professora alfabetizadora.

FB – Consegue se lembrar de como a poesia surgiu em sua vida e do primeiro poema? Se não se lembrar exatamente do primeiro, cite algum dos mais antigos...

MA - Meu primeiro soneto decassílabo “Perda” competiu, com o cognome de “Esperançosa”, no primeiro ano do Curso de Letras e fui classificada em primeiro lugar, mas já rabiscava versinhos e escrevia muita carta para os parentes que moravam em outros estados.

FB – A senhora cita em sua biografia do “Recanto das Letras” vários cursos realizados em algumas áreas, qual deles foi o preferido e trouxe mais crescimento e ensinamentos para sua vida de cidadã, escritora e no relacionamento familiar também?

MA - O nosso enriquecimento pessoal e cultural é adquirido através dos anos. Nunca perdi oportunidade de me especializar. Os cursos que versam sobre “Educação” sempre me agradaram e ainda agradam. Adoro ir-me aperfeiçoando, pois aprendemos enquanto vivemos!

FB – Como descobriu o “Recanto das Letras”?

MA - Em 2010 descobri o Recanto. Não lembro mais como se deu, porém de lá até os dias de hoje, não deixei mais de postar, ler e ser lida pelos meus amados amigos, os quais amo muito.

FB – Quais as suas preferências nos seguimentos artísticos como literatura, dramaturgia e música? Dos consagrados aos mais promissores?

MA - Adoro machado de Assis, Paulo Coelho, José Saramago, Fernando Pessoa, Ariano Suassuna, Chico Buarque, Cassandra Rios, Gianfrancesco Guarnieri, etc. Musica de todos os gêneros da Internacional à Gospel.

FB – Em 2010 saiu pela Editora Livre Expressão do Rio de Janeiro o seu livro “Poetando”, qual é a sensação de ver sua obra eternizada no papel?

MA - Não me empolguei muito! Já sabia que o sucesso é apenas aos já consagrados. Na época desembolsei 8.000,00 pela publicação de 1.000 livros. Mas foi sem interesse financeiro. Fiz uma promessa, por problema de saúde. Doar ao GRAACC (GRUPO DE APOIO A CRIANÇAS COM CÂNCER) Instituição de São Paulo capital. Mas uma sensação agradável tomou conta de mim. Tenho outras obras para publicar, inclusive uma obra didática, destinada aos professores alfabetizadores atuais, mas é muito dispendioso. Não temos uma editora que nos auxilie em nosso empenho.

FB – Vivemos um momento político conturbado no país como um Ex Presidente condenado por corrupção em uma sentença questionável de um juiz também, a meu ver, questionável também, temos também um Presidente atual com provas evidentes de corrupção que parece que não será julgado e uma EX Presidente afastada por corrupção sem provas concretas de sua culpabilidade. Claro que isto é uma percepção minha e eu gostaria de saber como à senhora avalia estes fatos ocorridos atualmente em nosso país e gostaria de saber se é possível enxergar por um lado algo positivo nessa situação?

MA - Acho poeta, que se faz necessário que os estados e municípios em todas as suas esferas de competências, façam também seus deveres de casa, para que não fique na contramão dos excessos de gastos desnecessários, que levou o nosso país a esse descontrole total. Descontrole esse, que vinha sendo jogado debaixo do tapete desde Cabral e eclodiu no governo do PT. Os bodes expiatórios. Somos comandados por uma política podre com quase 50 partidos, não sei quantos ministérios e por aí vamos aguentando as inconsequências! Os pobres cada vez mais pobres e todos, indistintamente, os chamados políticos são corruptos. Os homens nascem bons, mas o dinheiro os corrompe, não é? Se, faz necessárias medidas urgentes de crescimento para estimular a circulação do dinheiro entre a produção e o consumo. A atividade econômica brasileira tem uma forte dependência da atuação governamental na estimulação dos investimentos, e ai, se faz necessário o corte do cordão umbilical. Só a partir do momento em que nossos produtores trabalharem sem atrelamento político, nosso país crescerá! É necessário um impacto urgente do governo, e também das classes empresariais, trabalhistas, para criarem o fluxo de produção e consumo com o aumento do volume da circulação de renda, tão parca em nosso país!

FB – O que é necessário fazer para que as pessoas entendam que tudo está relacionado com a política e também para que a sociedade aprenda a avaliar com mais critério as informações que recebem dos meios de comunicação mais tendenciosos?

MA - Considero a maioria do povo brasileiro como uma manada. Ao ouvir o som do berrante se ajuntam e a decisão e autonomia individual se dilui isso por que não houve investimento em Educação desses milhões de brasileiros que engrossam as fileiras do analfabetismo, defeito dos programas do governo que acham a educação sem importância, pois quanto mais instruídas forem às pessoas mais cogitarão os desmandos. Mas esse povo não entende e não quer crescer, desenhar o nome não é o bastante!

FB – Qual sonho ainda pretende realizar?

MA - Sou uma mulher realizada profissionalmente. Conheço boa parte da Europa, viajo bastante. Preciso conhecer mais o meu país. Comecei esse ano! Como pessoa consciente, que ama as pessoas, pretendo ajudar as crianças internadas no hospital da minha cidade, em breve, levando a elas um pouco de prazer e alegria.

                                  II
Nessa próxima sequência teremos um jogo de perguntas e respostas mais rápidas e a análise da entrevistada em algumas questões...

FB – Um dia inesquecível?

MA - Minha formatura

FB – Um lugar?

MA - Sítio da família

FB – Um livro?

MA - Bíblia

FB – Um homem?

MA - Nelson Mandela , Kailash Satyarthi

FB – Uma mulher?

MA - Malala Yousafzay

FB – Deus?

MA - Provedor dos homens

FB – Família?

MA - Alicerce da sociedade

FB – Poesia?

MA - Vigor à Alma

FB – Brasil?

MA - Mais interesse político

FB- Religião?

MA - Amar a Deus e ao próximo

FB– Diversidades?

MA - Particularmente as diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os costumes, o modelo de organização familiar hodierno, a política, também, tão desajustada em nosso país!

FB– Violência?

MA - Agressão psicológica

FB – Uma personalidade?

MA - Aleijadinho

FB – Um cheiro agradável?

MA - De mato

FB – Amor?

MA - Segura o Planeta vivo

FB – Paz?

MA - Refrigério da Alma

FB – Um pensamento?

MA - Precisamos um pouco de Paz para que ela vigore nos quatro pontos cardeais!

FB – Futuro?

MA - A Deus pertence

FB – Uma mensagem aos seus leitores do “Recanto das Letras”

MA - Não há nada, obstáculo algum que consiga impedir uma amizade verdadeira, como é a nossa, entre os Recantistas. Mesmo que não nos encontremos! É tão somente virtual, mas, a nossa amizade, o sentimento que nos une, está lá no coração de cada um. Amo vocês!


*Nesse poema, tive a intenção de colocar no papel minha emoção, a qual brota da Alma, vendo meu povo sofrer com as agruras da Seca neste país tão desigual.


“A tarde se vai!”

A tarde se vai nas águas que não conseguem descem na calçada!
Não há sombras das árvores todas desfolhadas que ladeiam a praça
Na esguia atalaia árvores totalmente sem vida, todas as queimadas.
Ouvem-se, então, murmúrios! Toda gente triste, desiludida, sem graça!

A tarde se vai! Ficam os ramos, as pedras, a terra totalmente rachada
É um rosnar triste e melancólico de um som desesperado de uma corda
Mexendo com o fundo da Terra que há muito lamenta na triste alvorada
Ouve-se apenas o choro triste da mata que agoniza, ora também acorda.

A tarde se vai! Com ela os pássaros famintos, magros e com dor.
Embrenham-se nas florestas, espreitando pelas frestas algo para comer.
O ingazeiro está quase sem folha, à copa levemente verde anseia amor.

A tarde se vai! Não há revoada de pássaros, nem de insetos com seus ais
Tudo está fraco, pois além da Seca, o Vento forte e a fome ataca aquele Ser.
Diminui as forças e brota um silêncio despedindo-se famintos na noite que cai!



Autora: Maria Augusta da Silva Caliari


Os homens nascem bons, mas o dinheiro os corrompe, não é?

                                (Maria Augusta da Silva Caliari)





















 
Fábio Brandão
Enviado por Fábio Brandão em 21/07/2017
Reeditado em 25/09/2017
Código do texto: T6060654
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