Entrevista com a escritora maranhense Dea Alhadeff
Dea Alhadeff
Escritora maranhense, autora dos livros Os Segredos de uma Jovem Espiã e Desaparecido.
Contato: Déa Alhadeff (página no facebook) - https://www.facebook.com/DeaAlhadeffOficial/
Ricardo Miranda Filho - Quando você começou a escrever? E por que decidiu ser escritora?
Dea Alhadeff – Eu comecei escrevendo músicas aos 13 anos de idade, mas apenas com 17 escrevi meu primeiro romance. Na verdade, até os 17 anos, não pensava em ser escritora, a profissão me escolheu a partir do momento em que minha história começou a ganhar repercussão e criei paixão por escrever. Já não me vejo fazendo outra coisa.
RMF – Você chegou a utilizar alguma plataforma para publicar seus livros? Se sim, conte-nos como foi a repercussão de suas publicações.
DL – Inicialmente, coloquei minha história em um site chamado Animespirit e não imaginava que com 1 ano e meio publicando teria mais de 2 milhões de visualizações, com leitores de todos os cantos do país e outros países.
RMF – Como surgiu a história para seus primeiros livros Os Segredos de uma Jovem Espiã e Desaparecido?
DL – Sempre gostei de espionagem e, como fã de Sherlock Holmes e 007, achei que não tinha muitas histórias sobre espionagem para o público jovem, então escrevi o que gostaria de ler.
RMF - Se seus livros não existissem, ia fazer alguma diferença para alguém além de você?
DL – Acredito que sim, ao longo desses anos tive a oportunidade de conhecer e inspirar muitas pessoas, e recebo diariamente depoimentos de leitores que se inspiraram nos meus livros.
RMF - Alguma vez você aprendeu algo com uma crítica? Se aprendeu, isso mudou seu jeito de escrever?
DL – Sim, sempre temos que tirar algo bom de uma crítica. Não mudou meu jeito de escrever, mas passei a observar mais e adaptar algumas coisas.
RMF – Como você vê o campo editorial no Maranhão dos dias de hoje?
DL – Melhorou bastante, mas ainda tem muito o que crescer.
RMF – Recentemente abriu a Livraria e Espaço Cultural da AMEI (Associação Maranhense de Escritores Independentes). Quais perspectivas esse espaço tem para a literatura maranhense e os escritores locais, principalmente para quem está começando?
DL – Esperamos que esse espaço seja um lugar onde o escritor maranhense possa fazer de segunda casa, é um espaço grande e acessível, uma grande oportunidade para escritores que querem reconhecimento.
RMF – Você integra o projeto Influencial. Qual é a proposta do projeto?
DL – Acredito que, em nosso meio, tudo faz parte de um conjunto, não vendemos só livros, vendemos imagem. E o mundo virtual é uma das principais ferramentas para vender livros e influenciar pessoas. Eu, como influencer, tive a iniciativa de criar um projeto visando o aprendizado de pessoas que ainda não sabem sobre essa nova profissão: gerar conteúdo para a internet.
Iniciaremos o projeto com oficinas em uma escola. Nessas oficinas, falaremos sobre os variados segmentos, como youtube e instagram, como ferramenta de influencia de massas, ensinaremos também a produção de conteúdo segura e dinâmica.
RMF - Quais são os próximos eventos de que você irá participar?
DL – Hoje terei um bate-papo promovido pela Thalita Guimarães, pela literatura mútua. Na sexta, iniciaremos o projeto Influencial. E tem muitos eventos vindo por ai, alguns ainda tenho que confirmar.
RMF – Em pleno século XXI, em que a sociedade – principalmente os jovens – é influenciada pela era tecnológica, ainda se tem o gosto pela literatura, como no século XIX, em que surgiu o mito da Atenas Brasileira para o Maranhão devido ao forte interesse em mudar a literatura nacional, ou a tecnologia atrapalha um pouco o interesse pelo literário?
DL – No meu ponto de vista, a tecnologia ajuda o mundo literário, se você souber como utilizá-la. O interesse dos jovens pela literatura, muitas vezes, foi iniciado na internet, por exemplo, muitos leitores não liam nada antes da minha história ser colocada na internet, foi a primeira história que leram, e quando lancei o livro, muitos deles compraram. Então, vejo a tecnologia como algo bom.
RMF - Todos os anos surgem novos escritores maranhenses. Qual o principal problema para esses escritores publicarem seus livros?
DL – A falta de informação e orientação, muitos não sabem como proceder e isso acaba sendo um problema que, infelizmente, os faz desistir.
RMF – Por último, deixe-nos uma mensagem sobre o papel da literatura no Maranhão e como se pode agir de forma que se contribua para o desenvolvimento literário no Estado.
DL – Na verdade o Maranhão é literatura pura, sem ela muitas histórias seriam perdidas. Acho que os maranhenses devem incentivar o que é daqui, pois devemos valorizar primeiro o que é nosso, caso contrário, quem vai? Esse é o primeiro passo para o crescimento da literatura maranhense.