Entrevista #037: BOSCO ESMERALDO ENTREVISTA ANA STOPPA

1. Quem é a Poetisa / Escritora Ana Stoppa?

R. Um ser humano em construção, muito agradecida a Deus por tudo, ciente de que tudo é passagem, por isso o aprendizado é constante, a prática da caridade necessária, a fé imprescindível, a paz uma conquista, a família o bem maior, os amigos joias preciosas, a busca da simplicidade o mais curto dos caminhos para a felicidade, o perdão uma virtude, a escrita um dom indescritível e Deus que nos empresta a vida, infinitamente amoroso e justo.

2. Quando e como descobriu o amor pela poesia? O que levou você a escrever

R. Desde pequena me interessei pela leitura, aos 9 anos de idade ganhei de minha saudosa mãe meu primeiro livro infantil, A Rainha da Neve de Hans Christian Andersen, descobri então na época as viagens fantásticas que os livros nos proporcionam, nunca mais parei. Por volta dos 13 anos comecei a escrever. Antes desta época em razão do hábito da leitura conseguia boas notas em português especialmente em redação e descrição.

3. Que poetas ou escritores influenciaram em sua escrita?

R. J.G. de Araújo Jorge, Vicente de Carvalho, Bandeira, Fernando Pessoa, Mário Quintana, Clarice Lispector. Quanto a literatura infantil, quando nasceram meus filhos os presenteei com os livros de Monteiro Lobato, os quais li praticamente todos.

4. Você tem projetos de incentivo à leitura e tem escrito livros

voltados para o público infantil. Fale-nos sobre esses projetos.

R. Em 2012 publiquei meu primeiro livro infantil, Lelé o navegador

dos sonhos, escrito em 1989, hoje na terceira edição; 2013

Rafael o ursinho guloso, 2. Edição de Lelé; 2015 3. Edição de

Lelé, 2. Edição de Rafael e 1. Edição de Estela a pata bela,

Oração dos Bichos e Verbena a fada protetora da natureza,

Distribuídos no Brasil em Portugal e Angola. Todos lançados

também no idioma italiano. Com recursos do trabalho que

exerço na área jurídica faço as edições para um projeto de

incentivo à leitura quando os livros são doados para escolas

públicas, alunos do ensino fundamental. Em todas as doações,

com exceção de Angola. Não envio livros de pacotes, mais que

a obra entendo como fundamental o contato com o pequeno

leitor, assim como com os educadores. Hoje além das escola

participo de um Projeto do Rotary Club Santo André Norte,

“Educando com visão”, onde os alunos quando da entrega dos

óculos recebem os meus livros. Entre 2012/2014 cerca de

6.000 livros infantis e cerca de 200 Antologias Diversas foram

doados. Para 2015 estou trabalhando para alcançar a marca

de 8.000 livros.

5. Qual a temática de seus livros? Estilos?

R. Meu primeiro livro de poesias 1989 Diagnóstico, edição 2.000

exemplares foi editado pelo Rotary Club São Caetano do Sul

Leste, renda totalmente revertida para projetos sociais. EM

2012 o segundo livro, também poesias:

O Silêncio dos Porta-Retratos; 2013 Mosaicos de Sabedoria/

Mosaici di Sapienza e O Silêncio dos Porta-Retratos; Il Silenzio

dei Portarittrati, edições bilíngues português/italiano, 2015

Vida Perene –Pensamentos, lançado em Portugal em maio

passado. Os infantis carregam a magia dos sonhos, da

esperança, de como é importante ser saudável, adepto da

disciplina, da solidariedade, do respeito, do amor aos seres

humanos e aos animais, da responsabilidade de cada um para

preservar o Planeta, das belezas infindáveis que Deus nos

proporciona as quais devemos zelar para as próximas gerações.

6. Como se tornou uma ambientalista, defensora da Mãe Natureza?

R. Em 1989 escrevi um artigo “Ecologia, a natureza pede socorro”

republicado em italiano na Antologia Ecologia è Vita em maio

passado. Dos meus pais recebi a formação dentre outros

valores para não desperdiçar, para ser muito grata a Deus

pela natureza, para sempre que possível impedir que algo

fosse destruído ou mal utilizado e o entendimento de que

devemos preservar m meio ambiente. À partir da publicação

do artigo iniciei um trabalho voluntário divulgando-o nas

escolas, vieram outros textos, os projetos que embora

pequenos hoje somam a participação de aproximadamente

30.000 estudantes em concursos de redação e poesias sobre

o meio ambiente e temas relacionados. No final de 2015

sairá a primeira antologia do Projeto onde cerca de 800 textos

serão publicados, classificados em todas as edições do Projeto

Primavera. Cada aluno ou educador participante receberá

gratuitamente um exemplar da. O trabalho é pequeno, mas

creio que aos poucos conseguiremos semear no coração das

gerações futuras a conscientização para que cada um zele pelo

Planeta, que protejam e defendam a fauna e a flora, o bem

comum, o patrimônio público. Que pratiquem o consumo

responsável. Afinal independente do credo ou raça habitamos

o mesmo Planeta. Logo, qualquer ação que aconteça em uma

parte afeta o todo.

7. Como você vê seu público-alvo?

R. Especialmente na literatura infantil as crianças se interessam,

interagem, querem os livros. Recentemente em uma ação

social no Cuiabá quando foram distribuídos 1.000 livros para

as crianças de uma escola pública, se mostraram insuficientes,

todos queriam a coleção. É muito gratificante experimentarmos

enquanto instrumentos de Deus a sensação de que através dos

nossos escritos proporcionamos a felicidade. Tanto no Brasil

como na Itália, Angola e Portugal, as crianças se interessam,

querem os livros. Recebo muitos e mails pedindo os de

literatura infantil, na medida do possível envio os livros.

Precisaria haver mais ações assim, de levar o autor e suas

obras até as crianças, especialmente para aquelas que não

podem comprar. O que faltam são livros e não leitores.

8. Como você sente a cultura em nosso País? Há incentivo à cultura?

R. Falta oportunidade e incentivos financeiros para os novos

talentos em todos os segmentos da arte e da literatura.

9. O que se pode fazer para incentivar na escola o acesso à

literatura e a produção textual?

R. Capacitar cada vez mais os educadores para atuar junto aos

educandos na conscientização de que a escrita é o retorna

da leitura. Quem pouco lê quase nada escreve.

10. Em sua opinião, o que falta nas escolas para que o aluno

obtenha a instrução em sua essência?

R. Comprometimento da família dos órgãos responsáveis pela

qualificação do ensino a ser ministrado, da capacidade dos

educadores. Mas nada isso gera frutos se o educando não

tem o mínimo de condições para progredir, entenda-se como

tal família estruturada, escola e educadores comprometidos,

moradia digna, saúde, alimentação, lazer, esporte, transporte.

11. Sua literatura tem rompido fronteiras e na Itália tem sido muito

bem recebida. Conte-nos sobre essa experiência.

R. Desde 2012 os meus livros são lançados na Itália.

Especialmente os de literatura infantil são avalizados pela

crítica, educadores e estudantes. Hoje uma editora italiana

faz as publicações e está trabalhando para divulga-los em

todo o País. Sinto-me extremamente feliz pela receptividade.

Hoje tenho inúmeros amigos na região Sul, alguns dos quais

atuam em projetos voluntários divulgando os meus livros.

Em junho passado em parceria com a jornalista Teresa Gentile

publiquei a Antologia Ecologia È Vita, da qual você, Bosco, nos

honra com um belo poema. Na obra textos e poesias de

autores, ativistas culturais, personalidades e estudantes –

brasileiros, portugueses, angolanos e italianos. A experiência

no aspecto afetivo ganha um contorno maior por ser a terra

de origem dos meus avós. Outros projetos virão em breve.

12. O que você acha do advento dos livros eletrônicos, o e-book?

Você acha que é o fim dos livros impressos?

R. O livro eletrônico é uma realidade da qual não podemos nos

furtar. Mas estes em que pese a praticidade não substituem

os livros impressos.

13, Fale tudo o que desejar sobre a poesia.

R. Tudo é arte, tudo é poesia, ainda que a vida se vista de dor

ao som da melancolia. Tudo é arte, tudo é poesia, tudo é

esperança, quando os nossos versos alegam uma criança.

Agradeço a todos da Ordem pela oportunidade que me foi

dada através desta entrevista. Desejo a todos – idealizadores,

leitores e poetas sucesso, paz, saúde e muita disposição para

que juntos possamos fazer através da arte, da literatura, da

poesia a diferença que se mostra cada dia mais necessária.

Ana Stoppa.

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Nós que te agradecemos por esta oportunidade de te conhecer melhor.

Desejamos pleno êxito em cada projeto tocado e nos que certamente ainda virão à lume.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 05/07/2015
Código do texto: T5300378
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