ESTRELA MIÚDA_BREVE ROMANCE INFINITO_, entrevista concedida a Saulo Ribeiro.
Estrela Miúda – Breve romance infinito, a venda pela internet no site: http://www.cousa.com.br/site/
Faça, por favor, uma sinopse do livro.
Estrela Miúda é um romance biográfico-histórico, que revela aspectos da vida da juventude dos anos cinquenta, sessenta e setenta, em um tempo em que, nas décadas citadas, as gerações sucessivas sofreram mudanças radicais com grande repercussão na sociedade. Aqui essas três gerações são representadas pelos personagens Celinho, Cristina – a Estrela Miúda – jovem que faleceu de forma trágica, e o autor, sobrinho de Cristina, que, no livro, realiza o sonho de conversar com ela.
Qual foi sua maior preocupação em termos narrativos?
Foi o de administrar com coerência as vozes narrativas, posto que o diálogo com a tia-deslumbre, morta há quarenta anos, tem a função de despedida. Então à medida que essa despedida ocorre o autor termina a narrativa dos fatos da própria vida, tratados como memórias, e dá voz a outros entes queridos de Cristina, o noivo, o amigo Bandeira, a sobrinha Alice, entre outros.
Qual a sua maior inspiração para a escrita do livro?
Lukács escreveu que a tragédia é a expressão máxima do conflito. Embora haja muita irreverência no livro com a narrativa da vida familiar, de fatos acontecidos no Festival Hippie de Guarapari, da vida estudantil nos anos sessenta e setenta. A tragédia sempre resulta em catarse. A maior inspiração do livro foi o amor de todos os personagens pela jovem morta, mas ao não ir às exéquias da tia-deslumbre, o autor, que dialoga com ela, faz sua despedida catártica, quarenta anos depois.
O que tem a nos dizer sobre seu personagem?
A personagem é o amor submetido à fatalidade, alguém que habita o céu, se ele existe, mas o céu da saudade.
Fale sobre seus outros trabalhos literários.
Publiquei meu primeiro livro, TÍTULO PROVISÓRIO, em 1980. Foi por acaso. A ideia era escrever uma reportagem sobre o assassinato de um estudante na porta da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ, ocorrido em 1968, que resultou em um ensaio sobre o movimento estudantil naquela escola médica, desde sua fundação até 1978. Só voltei a publicar em 2002, na condição de coautor ao escrever com meu pai as memórias dele na Segunda Grande Guerra, no livro VENTO PASSADO_MEMÓRIAS DO RECRUTA 271. Desde então tenho publicado poesia como nos livros Hipotenusa & Outros escritos, ALGO SEM GESSO, este com meu irmão Alberto Daflon,filho, e MAR IGNÓBIL. Mas tenho um romance marinhista inconcluso ainda e mais um livro de poemas na gaveta.