🔴 Pegue o seu banquinho e saia de mansinho
Apesar da gravidade da cadeirada que Datena deu em Pablo Marçal, a imprensa deu um jeitinho de enfiar um “mas”. Exemplo: Datena agrediu o adversário, mas Pablo Marçal provocou. Justificar a violência com a provocação é o mesmo que atribuir o estupro às vestimentas da vítima.
É claro que os críticos da velha imprensa ponderaram o viés político do agredido. Como era de direita, a conjunção adversativa ajudou a justificar o ato irracional. Se fosse o contrário, lógico, os personagens teriam outros valores, e Pablo não iria para o hospital, mas para a cadeia.
José Serra, um ex-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), soube usar sua experiência de agressão para transformar uma bolinha de papel num meteorito. Marçal tomou uma cadeirada de ferro com violência e direção suficientes para causar lesões graves, porém, foi tratada como uma bolinha de papel.
Quanto às ofensas, o candidato do PRTB apenas inovou; isso porque ofensas de vários níveis sempre fizeram parte da política, a diferença é que durante a campanha as provocações não são precedidas de um pronome de tratamento, exemplo “vossa excelência”.
A performance de alguns concorrentes faz o Guilherme Boulos parecer moderado. Aliás, o consórcio (conluio da imprensa) quis, mas Pablo Marçal, que testa o temperamento dos postulantes à — com trocadilhado — cadeira da Prefeitura de São Paulo, estragou tudo.
Bolsonaro e Trump, que também são culpados pelos atentados que sofreram, já escaparam de atentados, com diferentes tipos de armas. Com menos potencial de letalidade, Pablo Marçal sofreu o seu. Não deve ser coincidência, a tentativa de eliminar o concorrente (de direita) é sempre em benefício de um de esquerda. Para quem duvida do viés do Datena: ele tem, em casa, um retrato de Che Guevara. Ou seja, inspiração não falta para “endurecer-se, mas sem perder a ternura jamais”.
Datena tem uma excelente oportunidade para deixar a disputa com alguma desculpa; atitude que já deveria estar convencido na pré-campanha. Somando-se às impressões que levavam a acreditar que o apresentador nunca teve a menor chance de concorrer, está o desequilíbrio emocional.
Apesar do lugar-comum, eu tenho absoluta certeza de que José Luiz Datena não agiu a mando de ninguém. Portanto, é um lobo solitário.