yara87

Yara , estamos em tempos de lembranças, de recordar pedacinhos, colecionar as mais belas conchinhas do mar, ver os bandos de andorinhas em revoada, ver fotos dos meninos (quando meninos,) de maiô, calção, em qualquer piscina de agua transparente e azulejos azuis, desde que ativesse a cara da alegria inocente da branca aurora da vida.

Lembrar a lenha que fumegava no fogão desenhando o futuro e o panelaço cheio de amor com cheiro de alho da farofa que papai preparava cortando o beicon com precisão cirúrgica. Breno , olhando o fogo e fazendo o que ele mais gostava que era ficar a toa bebendo cerveja e enchendo a paciência do Galba.

Pois é minha irmã; onde estava você?

Eu também estava la colecionando minhas conchinhas, recortando sentimentos, e pensando que tudo aquilo um dia, se transformaria em sonho, em fado, em saudade; e a vida, como não pode ser rejuvenescida, há que ser compreendida.

Sabe onde eu fui te encontrar nas páginas que a vida escreveu? Fui te buscar na beira da piscina, colhendo toalhas de banho pelo chão, com o penhoar que existe até hoje e um tamanquinho do dr Scholl que tinha o toc- toc alegre como o CuCo do seu relógio.

Sinopse: encontrei esse tamanquinho, que não é aquele; verdinho, fresquinho para que você componha com ele em seu caminhar, o minueto dos seus 87 anos. Que seja leve como a fumaça, confortável como um abraço em dia de chuva, perfumado como os sonhos da sua mocidade.

Que o Senhor do Universo seja pródigo com você que sempre o fez por merecer.

Parabéns, abraços, saúde e uma linda bandeira branca hasteada em sua porta em forma de Paz.