Meditação: Um mergulho no Agora
 


A meditação é um estado do ego em busca de um contato com o EU Superior. A frequência de sua prática pode levar a uma conexão permanente da consciência entre o ego e o EU. Daí a sugestão de torná-la um hábito aos que procuram o caminho da iluminação espiritual.
 

Não importa qual seja a prática utilizada para o exercício da meditação, o objetivo é um só: retirar o foco da atenção daquilo que ocupa a mente sobre o passado e o futuro, e atraí-lo para o momento presente, para o Agora. Isto pode ser feito através de um mantra, de uma sugestão ou de uma visualização, que obrigue a mente a se concentrar no que está sendo dito ou visualizado no momento, fixando-se, portanto, no presente, no Agora.


No entanto, a meditação pode ser praticada de uma forma mais direta e também muito eficaz: esvaziar a mente dos pensamentos, sem a necessidade de substituí-los por um mantra ou uma visualização. Uma mente vazia é a arena mais favorável aos influxos provenientes do espírito que habita o Agora. Pensamentos, sensações e sentimentos associados à linha horizontal do tempo são barreiras ao fluxo vertical dos atributos do espírito que fluem pelo portal do Agora.
 

Esvaziar a mente parece um desafio impossível. Quando não estamos pensando conscientemente sobre o que quer que seja, nossa mente vaga em digressões ou devaneios incontroláveis. Quando distraídos, pensamos em coisas das quais mais tarde sequer lembraremos.


A mente não para. É um aspirador de energia mental que produz pensamentos ininterruptamente, sejam conexos ou desconexos. Parece que quanto mais se busca expulsar pensamentos mais eles teimam em permanecer: “Não quero pensar... não quero pensar...” são pensamentos invocados para afastar pensamentos; são eles mesmos que devem ser afastados!
 

O ego, pensador, não consegue desligar-se, e ele somente consegue solucionar problemas através do pensamento ou do instinto. Se ele sente frio, vai pensar numa solução ou usar seu instinto para obter calor; se sente fome, vai pensar numa solução ou usar seu instinto para saciá-la. Se sente raiva vai pensar numa solução ou usar seu instinto para vingar-se.
 

O ego se confunde com o pensamento - seja racional ou fantasioso - e com as sensações e sentimentos. Ele não tem o domínio sobre si próprio, a não ser que seja um ego consciente(1), afinado com as instâncias superiores do EU.

 

Assim, a prática de meditação que se utiliza do Vigilante(2) como balizador do ego para a sintonia com o EU é direta e eficaz. Neste caso, o Vigilante será acionado para vigiar qualquer pensamento que se infiltre na mente, sejam palavras, imagens, sons imaginários, lembranças, bem como as sensações, emoções ou sentimentos decorrentes.
 

Nesta prática, a atenção será direcionada, sem qualquer intenção, crítica ou julgamento, a qualquer pensamento que se infiltre na mente. Apenas observando. A perseverança da atenção ancorada no Vigilante sobre as atividades da mente e das emoções irá suavizá-las, e por fim eliminá-las, conduzindo a um estado de mente vazia, pronta para receber os influxos do EU Superior.

 


A prática sugestiva de orientar a atenção para as diversas partes do corpo provocando o relaxamento de cada uma delas é uma forma de utilização do Vigilante. A música tranquila e a vocalização sugestiva suave procuram induzir o meditador a focar sua atenção no Agora, de uma maneira sutil o suficiente de modo a não dispersar sua atenção de si mesmo, ao mesmo tempo em que elevam a frequência vibratória do ambiente, favorecendo o contato ego-EU.


A referência metodológica que mais se aproxima deste conceito é a prática de meditação a que se atribuiu o nome “mindfulness” ou, numa tradução aproximada, “atenção plena”, querendo significar: atenção total sobre as manifestações do ego.
 

Meditar é procurar a sintonia do ego com o Eu Superior através do micro espaço de tempo que contém o Agora atemporal, o Todo por trás do universo manifestado.



(1) Ver texto do autor neste Recanto: A Série: "Do ego ao EU Superior" EGO CONSCIENTE
(2) Ver texto do autor neste Recanto: A Série: "Do ego ao EU Superior" A ENTIDADE DA FRONTEIRA