A Estrada
Lhes falo de uma estrada.
Não qualquer estrada,
Mas a que todos seguem, perseguem.
Todos querem saber seu sentido, sua direção, o começo e fim.
Cada um com seus métodos, crenças, vivencias e experiências, todos diferentes entre si, porém, com o mesmo destino: decifrá-la.
Muitos que a seguem não voltam, outros pegam atalhos, apenas para sair da estrada mais à frente.
Perdidos.
Há os que fecham seus olhos e seguem em frente confiando em sua intuição, acreditando que existe alguém que os proteja.
Confiantes.
Como toda a estrada, essa possui paradas e obstáculos. Uns ficam no caminho, nas “paradas” dessa magnifica e complexa jornada.
Acomodados.
Muitos que a seguem acabam não conseguindo continuar, ou continuam mesmo em situações precárias, físicas e psíquicas. A imensidão desesperadora do deserto que a cerca é dura com todos.
Perturbados.
Enfrentando condições assim é muito fácil perder o rumo, e esquecer do seu objetivo nela. Há tantos que perdem a direção e acabam ficando vulneráveis a tudo, principalmente vulneráveis a outros seres humanos, que tiram vantagem sobre os perdidos.
Oportunistas.
Mas, acima de tudo, os que chegam até o fim, conseguindo vencer os obstáculos e intempéries de sua longa jornada, possuem o mesmo destino dos perdidos, confiantes, acomodados, perturbados e oportunistas.
O alívio, o silêncio final que todos procuram secretamente dentro de si, aquela que abraça a todos sem preconceitos, aceita e trata todos como iguais e não os julga por seu passado ou atos. A morte.
28/03/2018