Sai, coisa
Desde que Rodrigo Maia foi impedido de se reeleger (foi presidente da Câmara desde 2016), se estrebucha e faz muito barulho nos estertores do seu mandato como presidente da Câmara dos Deputados. Cada dia foi aproveitado, pelo Nhonho, como se fosse o último.
Finalmente ele se foi, não fazendo nem seu sucessor. Se o carioca votar conscientemente, Maia, que não tem popularidade, nunca mais será eleito, nem sequer para vereador.
Esse sujeito é a síntese do que há de pior, de mais atrasado na política brasileira: o toma lá, dá cá, o “me ajuda a te ajudar”, o jeitinho e as tais “articulações”. Ele arrasta consigo acusações de lavagem de dinheiro, caixa três (!) e corrupção (Botafogo, seu apelido na planilha da Odebrecht).
Maia deixará em paz os aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), que diversas vezes levantaram voo sem utilidade pública, de modo que terá que superar o medo de aviões de carreira e estabelecer contato com o povo, nos saguões de aeroportos. O deputado voador engavetou (“sentou em cima”) pautas essenciais para o País. Dizia ele, pela harmonia, ou independência, dos Poderes.
Depois de arrancado, como furúnculo, da Mesa Diretora da Câmara, Botafogo revelou-se um canastrão de ópera-bufa ou um péssimo ator de filme de terror, involuntariamente, “B”. Como no final de um exorcismo, o falso bonachão protagonizou um berreiro. Chamou os outros do que ele é, acusou os outros do que ele mesmo faz. Só que a máscara caiu, e junto caiu o disfarce de democrata. Rodrigo Maia é a unificação, a síntese de tudo de mal que sempre atrasou o Brasil.
Agora, Eduardo Cunha, em prisão domiciliar, está lançando um livro-bomba. As memórias da Câmara, escritas no cárcere, têm o potencial explosivo para expor toda a “democracia” do gordinho. O conteúdo do livro deve ser tão rico, que Maia alega que ele está sendo alardeado para destruir a candidatura de Baleia Rossi, candidato de Maia. Baleia (já vem com apelido e bullying), teve que “vender a alma ao diabo” para receber certo apoio.
Rodrigo Maia se vai, infelizmente apenas da Presidência da Câmara, e junto dele qualquer tentativa de deixar seu discípulo continuando suas maldades.
O futuro pode ser presente, porque Rodrigo Maia é passado. Chora, Maia.