OS SONHOS REVELAM O FUTURO?

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Na Ciência moderna, disciplinas como Psicologia, Psiquiatria e Neurologia negam resolutamente que os sonhos possam revelar o futuro explicando que se trata apenas de elaborações de eventos recentes ou distantes no tempo e sem alguma ligação com fatos que ainda não aconteceram e que, portanto, não podem ser conhecidos por ninguém.

Entretanto, quase todos sabem de casos onde alguém sonhou com coisas que, em seguida, ocorreram de verdade. Por exemplo, em abril de 1865, Abraham Lincoln sonhou com um caixão onde se encontrava o cadáver, velado por militares, de um presidente assassinado durante um atentado, fato que se realizou poucos dias depois, aos 14 de abril do mesmo ano, quando Lincoln foi morto por um fanático sulista.

Sempre no mês de abril, mas de 1912, uma criança de cinco anos de idade, que em seguida se tornaria o famoso escritor norteamericano Graham Green sonhou, com riqueza de detalhes, o afundamento de um grande navio. Três semanas antes de Green, um homem de negócios de Londres, também havia tido, por duas noites seguidas, um sonho premonitório relativo a um transatlântico naufragado no meio do oceano e no qual ele mesmo devia embarcar. Assustado anulou a reserva e escapou da morte, pois aquele navio afundou de verdade aos 14 de abril de 1912. Era o Titanic.

Aos 20 de julho de 1956 um orquestral do mais luxuoso transatlântico de todos os tempos, o navio italiano Andrea Doria, sonhou repetidas vezes, que estava propondo ao diretor da orquestra de bordo de tocar a famosa canção “Arriverderci Roma”. Cinco dias depois, exatamente no instante em que a orquestra tocava essa música, a proa dum navio sueco perfurou a Andrea Doria que afundou onze horas depois. As vítimas foram 51.

Alguém poderá afirmar que se trata apenas de curiosas coincidências pois, com bilhões de pessoas sonhando todas as noites, é bem provável que alguém veja um grave acidente envolvendo trens, navios ou aviões. No entanto a situação se faz bem mais intrigante quando entram em jogo quantidades exatas, como os números. E esse caso que vou relatar aconteceu de verdade com minha mãe.

O leitor precisa saber que a casa onde ela viveu com os pais antes e durante a Segunda Guerra Mundial, pertencia às Ferrovias italianas, junto às quais meu avô trabalhava como eletricista. Minha mãe casou-se em 1950 e naquele apartamento continuaram vivendo os pais dela até que meu avô veio falecer em abril de 1960. A minha avó continuou sozinha a ocupar o pequeno imóvel pagando um modesto aluguel com o dinheiro da aposentadoria do marido, até que um dia, a Direção das Ferrovias informou a todos os condôminos que podiam se tornar proprietários pagando um valor reduzido com relação ao preço de mercado. Como a avó não tinha dinheiro, apelou para a filha que convenceu o marido dela, meu pai, a aceitar essa proposta. Ele aceitou, mas nem ele era rico e isso deixou minha mãe bastante preocupada, pois temia que o salário do marido não permitisse arcar com esse compromisso do qual as ferrovias não haviam comunicado o valor exato, que podia ser bem maior do que ela tinha imaginado.

Suas noites tornaram-se angustiadas, até que uma vez fez o sonho seguinte: o pai dela se aproximou, entregou um envelope e desapareceu sem dizer nada. Dentro havia um papel com escrito em cima número de seis dígitos. Minha mãe, pensando que fossem números da loteria, continuou apostando-os durante umas semanas, mas eles nunca saíam; enfim desistiu. Cerca de um mês depois chegou uma carta registrada da Direção das ferrovias comunicando o valor total a ser pago parcelado, e grande foi a surpresa quando constatou que a quantia correspondia exatamente ao número que estava dentro do envelope do sonho. A probabilidade que dois números aleatórios de seis dígitos correspondam é de uma por milhão.

Minha mãe sonhou outras vezes com o pai falecido e sempre conseguiu conhecer exatamente eventos futuros. Eu também tive um sonho premonitório em 1992. No ano anterior havia participado de um concurso da Rolex que, em cada dois anos, publicava um livro apresentando e eventualmente premiando os projetos científicos tidos como mais interessantes e, como reputava o meu projeto ser de utilidade pública, esperava que, pelo menos, aparecesse no volume. Uma noite sonhei que o livro havia chegado pelo correio e logo foi procurar o meu projeto mas, diferente da edição anterior, essa era bem mais modesta e reduzida e nada se falava sobre o meu trabalho. E não é que uns dois meses depois recebi o livro no formato e na cor que havia sonhado, obviamente sem mencionar o meu projeto?

Pois bem, como poderiam ser explicados esses fenômenos? Deixando de lado o sobrenatural, no qual não acredito, penso que uma explicação plausível possa estar relacionada, de um lado, a fenômenos quânticos que se desenvolvem dentro do nosso cérebro, assim como teorizado pelo físico britânico Sir Roger Penrose e o neurocirurgião americano Stuart Hameroff. De acordo com esses dois cientistas a nossa consciência vai permanecer viva também depois da morte, voltando a fazer parte de Consciência universal. Embora inicialmente muitos expertos rejetassem a teoria de Penrose-Hameroff, experimentos sucessivos demonstraram que a dupla anglo-americana tinha razão.

A existência da consciência quântica daria conta também dos numerosos casos de Experiências de Quase Morte (EQM) nas quais o pensamento se livra dos limites da matéria e entra em outra dimensão. Por ouro lado, o modelo bidimensional chamado pelos físicos de Universo olográfico, no qual passado, presente e futuro coexistem em cada ponto, explicaria a possibilidade da mente vir, em circustâncias de intensa emoção, a conhecer fatos que ainda não aconteceram. Tudo isso de forma científica, sem precisar de almas, divindades, milagres e outras mitologias religiosas.

Richard Foxe
Enviado por Richard Foxe em 03/08/2020
Código do texto: T7025191
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