25 de julho – Dia da mulher negra Latino-americana e Caribenha

Salve Dandara, Tereza de Benguela, Maria Filipa, Luiza Mahim, vó Julia, vó Isabel, Mainha!

Sorrir ou chorar?

Comemorar sem nos esquecer de reivindicar e sem medo de ser feliz, por entendermos que somos mulheres, convictas da nossa descendência africana, herdeiras das grandes civilizações da Terra Mãe, pois a História registra que lá é o grande Berço. Emparrei, Yansã!

Altivas e donas dos nossos corpos, amamos e desamamos, quando bem nos interessa. Nossa Ancestralidade é o nosso espelho, nossas antepassadas eram rainhas e princesas negras como a noite e desenharam nosso futuro. Aprendemos os segredos da guerra. Nos ensinaram a não arregar. Que temos ginga? Sim, principalmente no cérebro. Malícia no olhar? Só se for para conquistar nossos projetos políticos. Sutileza no nosso sorriso: vai encarar? Somos direcionadas para a vida, que é sorrateira. Temos a percepção aguçada e a nossa convicção agora está direcionada: de que somos a maior parte da população do Brasil, construído por NÓS. Laroyê, Exu!

Os cento e trinta e dois anos de uma história ilusória, quem dá conta é o IARA, vocês vão ver só! Não damos tréguas pra racistas. Essxs, que se danem, que respondam juridicamente. Mainha dizia: se ajoelhar, que rezem, só para aprenderem a respeitar a nossa cor, os nossos cabelos carapinhos e a nossa vontade de querer estar em todos os lugares que foram construídos por NÓS. Porque agora QUEREMOS ser parlamentares, empretecer o Congresso! E não estamos pedindo, não. Salve Oxum e Oiá! Sabemos bem o que significam 132 anos de ilusões por uma História mal contada. Não fomos nós que inventamos a hegemonia racializada, nem o descaso social, nem o capital. Nem o seu racismo branco estrutural, que traz nas suas instituições o cinismo entre os dentes, nos sorrisos elitistas, machistas e homofóbicos rosnando piadinhas de mal gosto, quando nos chamam de “morenas”, gostosas, rasgando a nossa roupa com seus olhos ladinos e ferozes. Nojentos, invejosxs, falam em Democracia, mas nem sabem o seu significado e tentam banir nossos direitos civis conquistados. Ladrões! Mutilam nossas chances, ao se fingirem de “pardxs” nas bancas de aferições. Até no Itamaraty e nas universidades públicas, já tentaram. Canalhas! Sua polícia mata os meus todos os dias. Sua política é de extermínio, Assassinos! As favelas gritam, se entristecem! Os corpos agora vão para as valas. Pandemia política com código de endereçamento postal? Direcionado. Choramos angustiadas e vocês até pensam que ganharam a guerra, né? Mas quem ri por último, gargalha! E tudo isso vai passar e vocês vão nos pagar! Ághata, Ketellen, Jenifer, Sofia, Marielle: PRESENTE!

Axé a todas as mulheres de batalha! ..................................................Enilda Suzart (julho/2020)

Enilda Suzart
Enviado por Enilda Suzart em 25/07/2020
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