Como cada irmão vê o relógio no paradoxo de gêmeos

Siga o seu desejo enquanto viver, e não realize mais do que é ordenado, não diminua o tempo de seguir o desejo, pois a perda de tempo é uma abominação para o espírito ...

— 11ª máxima de Ptahotep

É instrutivo discutir como cada um vê o relógio dele e do outro durante a viagem. Vamos supor que cada um tenha um telescópio muito poderoso que permita essa observação. Surpreendentemente, com o uso cuidadoso do tempo que leva para viajar entre os dois, podemos explicar o paradoxo de gêmeos: é um experimento mental envolvendo a dilatação temporal, uma das consequências da Relatividade restrita. Em filosofia e em física, um experimento mental ou experiência mental constitui um raciocínio lógico sobre um experimento não realizável na prática mas cujas consequências podem ser exploradas pela imaginação, pela física ou pelas matemáticas. Esses experimentos são utilizados para se compreender aspectos não experimentáveis do Universo. a inferência de tempo deixa de ser absoluta e passa a ser algo local, atrelada a cada referencial em particular; e dois referenciais em movimento relativo ou sob acelerações distintas geralmente não concordam quanto às medidas de tempo ou intervalos de tempo. A noção de simultaneidade absoluta também cai por terra, e referenciais diferentes geralmente não concordarão quanto a simultaneidade de dois eventos, mesmo que em algum referencial eles sejam vistos de forma simultânea. Dilatação do tempo designa, no âmbito da mecânica einsteiniana, entre outros o fenômeno pelo qual um observador percebe, em virtude do movimento relativo não acelerado entre os dois referenciais, que o relógio de um outro observador que encontra-se a afastar-se, fisicamente idêntico ao seu próprio relógio, está a "andar" mais devagar do que o tempo que observador infere, no caso mais devagar do que seu tempo próprio.

A noção de variação das leis da física no que diz respeito aos observadores é a que dá nome à teoria, à qual se apõe o qualificativo de especial ou restrita por cingir-se apenas aos sistemas em que não se têm em conta os campos gravitacionais. Uma generalização desta teoria é a Teoria Geral da Relatividade, publicada igualmente por Einstein em 1915, incluindo os ditos campos.

A relatividade restrita também teve um impacto na filosofia, eliminando toda possibilidade de existência de um tempo e de durações absolutas no conjunto do universo (Newton) ou como dados a priori da nossa experiência (Kant). Depois de Henri Poincaré, a relatividade restrita obrigou os filósofos a reformular a questão do tempo: Embora essas ideias tenham sido centrais para a filosofia desde o seu início, a filosofia do espaço e do tempo foi uma inspiração e um aspecto central da filosofia analítica inicial. O assunto enfoca uma série de questões básicas, incluindo se o tempo e o espaço existem independentemente da mente, se existem independentemente um do outro, o que explica o fluxo aparentemente unidirecional do tempo, se existem outros momentos além do momento atual e perguntas sobre a natureza da identidade, particularmente a natureza da identidade ao longo do tempo.

Só assim.

LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 09/06/2020
Reeditado em 09/06/2020
Código do texto: T6972267
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