Santíssima Trindade ´Uma Reflexão Necessária'

"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa

semelhança” Gênesis 1:26

“Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse:Toda

autoridade me foi dada no céu e na terra.

Ide, pois, e ensinai a todas as nações;

batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

Mateus 28:18,19

No próximo Domingo, segundo o Calendário Litúrgico Cristão, é dedicado à Santíssima Trindade, mistério instituído por Jesus Cristo, antes de sua Ascensão, para que fossem cumpridas as Escrituras.

Diante do que o Escritor Sagrado nos legou, ouso tecer algumas considerações acerca desse dogma religioso onde Deus, de acordo com a Teologia, se apresenta na Trindade que é Santa e Una, ou seja, suas três faces se consubstanciam num único Ser Divino e Supremo.

Realmente, para o leigo fica um tanto difícil, pelos princípios da aritmética, concluir que o resultado da união de três elementos resulte em um, por isso a expressão Mistério da Santíssima Trindade.

Sem nenhuma pretensão maior, ousarei tecer alguns comentários de natureza teológica e filosófica para tentar tornar esse dogma o mais próximo possível dessa criação extraordinária de Deus que é o homem.

Desde os primeiros ensinamentos que recebemos na preparação cristã ficamos cientes de que o Criador fez a criatura à sua imagem e semelhança, então se conclui que o Mistério em questão tem de encontrar no homem plena correspondência, pois do contrário não haveria verdade no Escrito de Moisés.

O homem, enquanto criatura se sustenta em três pilastras fundamentais: a mente, o corpo e a alma, elementos que devem atuar em plena sincronia para que o ser feito pela Divindade possa gozar daquilo que concebemos como sensação de bem-estar geral própria dos Filhos do Pai, na medida em que o Criador não nos criou para vivermos fora desse parâmetro, mas sabemos que podemos falsear ou claudicar na Fé e teremos a colheita do resultado de nossas escolhas.

No momento em que aceitamos que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, devemos entender que esse Deus Tri-Uno está presente em nossa existência com essa singularidade misteriosa e dogmática em toda sua extensão.

Este é ponto crucial desta reflexão!

Onde está presente o Pai, primeiro elemento da Trindade Santa, na obra divina chamada criatura?

Na mente humana, pois até o presente nenhum computador, por mais avançado que seja, conseguiu substituí-la. Nela estão presentes todos os elos do conhecimento universal, seja por um processo de consciência plena, seja em decorrência do subconsciente cósmico que, na visão cristã, é a própria centelha crística que todos carregamos.

E o Filho? Segundo elemento da Santíssima Trindade?

O Filho de Deus se fez homem! Sim Jesus de Nazaré nasceu de um ventre materno, teve infância, juventude, profissão, foi batizado, sofreu tentações e, a final, entregou sua vida para redimir a Humanidade. Dividiu a História Universal tamanha a importância decorrente de suas ações e conteúdos que disseminou com suas pregações.

Deus feito homem, ou seja, o Filho experimentou a vida terrena em toda sua complexidade.

Nós, meros filhos de Deus, chegamos à vida e seguimos nossa caminhada com nossas virtudes e nossas limitações, num processo permanente de escolhas e recolhendo os resultados destas.

E o Espírito Santo, terceiro elemento da Santa Trindade, também está presente no homem?

Induvidosamente que sim!

Faltasse ao homem a alma, nenhuma diferença existiria em relação aos demais seres vivos que possuem cérebro e corpo físico. É o corpo etéreo que nos torna a singular obra do Criador! A isso chamamos de alma! É nela, na alma, que temos o polo que nos (re) liga permanentemente ao Deus Criador.

Então, na alma se completa o Mistério da Santíssima Trindade no homem criado à imagem e semelhança de Deus!

Tal afirmação encontra sustentação em Mateus 10:20: “Isso porque, não sois vós que estareis falando, mas o Espírito de vosso Pai é quem se expressará através de vós.”

Para finalizar este breve ensaio deixo uma citação do Papa Francisco: “O mistério da Trindade fala também da nossa relação com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, pois esta ‘família divina’ não está fechada em si própria, mas é aberta e comunica-se na criação e na história.”