Executivo: o Poder sem Poder
 

O governo Bolsonaro – digo sem entrar no mérito da questão – serviu, pelo menos, para que, diante dos nossos olhos, caíssem as máscaras, não do comunavírus, mas da nossa própria "democracia presidencialista". Agora conhecemos a cara 'limpa" de um presidencialismo de fachada, esquematizado para que o "poder executivo" seja apenas um posto deveras figurativo. Além de tudo, esse presidencialismo alegórico – independe do contexto eleitoral – ou seja, se o presidente foi eleito pelas agências de propaganda disfarçadas de imprensa nacional como sempre fora ou pelo voto legitimo do povo, no caso exclusivo do atual presidente. Portanto, o nosso poder executivo, trata-se de um poder sem nenhum poder autônomo que o sustente.

Isso sempre se manteve oculto porque todos os presidentes anteriores, ao invés de governar para o povo, apenas assinavam as ordens dadas por terceiros: oligarquias do passado e do presente que de fato punham-nos no cargo com a falsa legitimação do voto. Bastou o povo, pela primeira vez na sua história "republicana", eleger um presidente legítimo, e este querer governar para o povo, para logo descobrir – à duras penas – que fora eleito para um cargo figurativo, sem nenhum poder relevante, onde todas as suas ações podem ser barradas pelos outros poderes – mesmo guando agem fora da lei – sem que ele quase nada possa fazer para impedi-los.

Isso quer dizer que em toda história pós monárquica do Brasil, o país esteve a mercê da boa vontade da oposição, para não dizer da máfia que opera no submundo político? E, se é assim, para que serve então, o mecanismo das leis, o sistema eleitoral e o próprio poder executivo, se o presidente não manda nada, se tudo que ele faz ou tenta fazer, a oposição desfaz ou impede de fazê-lo, e não há nada que lhe garanta a governança? Afinal de contas, o presidente foi eleito para fazer a vontade democrática da maioria ou para acatar a ditadura da minoria que ficou na oposição e está agora manipulando as leis e usurpando seus direitos, os direitos do povo?

 

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