SOLITUDE PARDACENTA
Eucalipto,e tudo que naquele dia rolou
Foi inesquecível,majestoso e fiel,
Claro como água potável da fina fonte,
Livre igual aos balões nordestinos
Nas festas juninas,música e dança,
Igual ao doce das frutas encontradas
Em cada feira dos loucos e adeptos
Do desejo mútuo dos pássaros
Que se alçam ao céu na livre transa.
O masculino que descobre no feminino
Tudo de bom na vida adulta,
A mulher que escolhe seu homem
A dedo,pólen rico em sedução
E que pode oferecer seu desejo
Sem ferir uma moral eclética
Dos costumes e tradições regionais.
E tudo já passou,como se fosse
O vento,que levou pra longe aquele dia,
Trouxe a distância do momento,
Afastou o instante da loucura,
O exato fato que ia se consumar,
A loucura que iríamos entrar.
Hoje o eucalipto não existe mais,
Aquele menino já passa dos trinta,
A bela do Pé de Serra virou uma desconhecida
E o destino teima em não querer
Que um encontre o outro,
E enquanto uma notícia dela não chega,
Vou tentando encontrar meu chão
E nele cultivar um saudoso eucalipto.