SOLITUDE PARDACENTA

Eucalipto,e tudo que naquele dia rolou

Foi inesquecível,majestoso e fiel,

Claro como água potável da fina fonte,

Livre igual aos balões nordestinos

Nas festas juninas,música e dança,

Igual ao doce das frutas encontradas

Em cada feira dos loucos e adeptos

Do desejo mútuo dos pássaros

Que se alçam ao céu na livre transa.

O masculino que descobre no feminino

Tudo de bom na vida adulta,

A mulher que escolhe seu homem

A dedo,pólen rico em sedução

E que pode oferecer seu desejo

Sem ferir uma moral eclética

Dos costumes e tradições regionais.

E tudo já passou,como se fosse

O vento,que levou pra longe aquele dia,

Trouxe a distância do momento,

Afastou o instante da loucura,

O exato fato que ia se consumar,

A loucura que iríamos entrar.

Hoje o eucalipto não existe mais,

Aquele menino já passa dos trinta,

A bela do Pé de Serra virou uma desconhecida

E o destino teima em não querer

Que um encontre o outro,

E enquanto uma notícia dela não chega,

Vou tentando encontrar meu chão

E nele cultivar um saudoso eucalipto.

Arlindo Ferreira
Enviado por Arlindo Ferreira em 09/12/2019
Código do texto: T6814729
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