Deus: vale a pena buscar sua lógica

Para compreender o que é Deus, o ser humano precisa, em primeiro lugar, por meio de uma intuição ou imaginação, conceber a representação de uma dimensão sem TEMPO e ESPAÇO.

Todo conhecimento humano é sempre "caricatural"; "uma saída da casinha", pois nossa dimensão é altamente enganadora dos sentidos (a dimensão do tempo e do espaço).

O tempo e o espaço são dois óculos que moldam a nossa realidade, mas eles são apenas referenciais para nós. São referências que servem para que nossa inteligência atue desvendando os fenômenos materiais, sempre por meio de "modelos representativos que nunca esgotam a coisa em si mesma" (I. KANT -In- A Crítica da Razão Pura).

Sem tempo e espaço, Deus é aquilo que nem idade tem.

Não envelhece e, por isso, não faz aniversário.

E isso é algo essencial na concepção deste SER que gera SERES por ato de sua VONTADE (ato puro, pensado por São Tomás de Aquino, no século XIII d.C., na sua obra magnífica: Suma Teológica).

A dimensão moral de Deus é ligada a própria evolução das coisas, que vão se aproximando dele por meio de REVELAÇÃO.

Ou seja: somente conhecemos Deus por REVELAÇÃO que é a INTUIÇÃO.

Uma criança não nasce sabendo da existência dele, embora Deus seja um ARQUÉTIPO, dentro da visão da psicologia analítica de C. G. Jung, psiquiatra que viveu no século XX.

O arquétipo são as dimensões das fantasias que já nascem em nós, ou o que o platonismo dá o nome de MUNDO DAS IDÉIAS ou o que o idealismo kantiano chama de APRIORISMOS.

Música, beleza, matemática são esses apriorismos - que os animais não possuem, embora sejam seres vivos como nós.

O interessante é que a natureza deste SER QUE GERA SERES é tão complexa que nem se tivéssemos mais de mil séculos nós conheceríamos enquanto todo.

Primeiramente, resta saber se é da sua VONTADE que exista vida em outros planetas em diferentes galáxias, como aponta o livro "Os Exilados de Capela".

A chance é muito alta e isso mudaria a compreensão do ser humano sobre si.

Se seres inteligentes além de nós nas diferentes galáxias também soubessem da sua existência ou a concebessem, ai sim: algo irrefutável!

VONTADE é uma autodeterminação deste SER QUE GERA SERES.

Por isso, somos apenas máquinas que rodam o programa cósmico deste SER DOS SERES.

No caso da Terra: o DNA.

Haveria DNA fora da Terra?

A vida humana é uma chance de contemplar a imensidão deste SER; não há como não se maravilhar diante da dimensão cósmica da VONTADE deste ser, que cria todas as leis da natureza e da moral evolutiva.

Se vida é sopro, a alma é sim uma energia de consciência que vive após a morte - algo somente apreensível pela INTUIÇÃO.

Razão e intuição quando andam juntas, ambas dão uma a outra passos largos - mas nunca esgotam tal tema fascinante.

Biblicamente temos algumas definições deste SER:

DEFINIÇÃO BÍBLICA DE DEUS:

- Deus é testemunha entre os homens (Gn.31:50);

- zeloso (Dt.4:24);

- misericordioso (DT.4:31);

- único (Dt.6:4);

- grande e poderoso (Dt.10:17);

- perfeito, verdadeiro, justo e reto (Dt.32:4);

- salvador (2 Sm.22:3);

- excelso em poder (Jó.36:22);

- misterioso e eterno (Jó.36:26);

- justo juiz (Sl.7:11);

- bem presente (Sl.46:1);

- santo (Sl.99:9);

- a verdade real e eterna (Jr.10:10);

- Espírito (Jo.4:24);

- Fiel (2 Co.1:18);

- Poderoso (2Co.9:8);

- único (Gl.3:20);

- Amor (1 Jo.4:8);

- é verdadeiro em seu Filho Jesus Cristo, o verdadeiro Deus e a vida eterna (1Jo.5:20).

Tudo que desagrada a Deus é registrado na nossa memória involuntariamente, a partir do momento que aconteceu - pois os seres racionais participam da experiência divina de saber o que é mau (por meio da alegoria da expulsão do Jardim do Édem).

Num momento futuro, "a memória libera o erro" e é o "remorso o castigo que não vem de Deus", mas do mecanismo da memória, como SANTO AGOSTINHO mostra nas suas confissões.

A consciência é o fluxo do "rio da vida íntima" em cada um de nós. Participamos, de acordo com C. G. Jung do inconsciente coletivo e, de outro lado, nos singularizamos, por meio da individuação (a forma como nossa consciência interpretou os fatos da nossa vida e da vida social).

Sentimo-nos mal: Sentimo-nos traidores de Deus, involuntariamente, e passamos, dessa maneira, a buscar harmonia com a memória de Deus em nós (na perspectiva paulina do Novo Testamento bíblico).

Logo, a oração e a meditação são como uma solda que busca fechar uma fenda no casco de um navio.

A fenda é a entropia das imagens que jorram do inconsciente coletivo (nossa mente ancestral) que encontra nas artes, por exemplo, um elemento de êxtase (saída de energia espiritual).

Essa é a relação com Deus: buscar sempre restauração com sua perfeição que está dentro de nós como guia interno (arquétipo).

Um Deus que está sistematizado no Novo Testamento. A trindade, que o kardecismo também aceita.

LUCIANO DI MEDHEYROS
Enviado por LUCIANO DI MEDHEYROS em 14/09/2019
Reeditado em 20/02/2024
Código do texto: T6745117
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