ÊTA, AGONIA! iii

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— Acorda novato, do sereno!, Como um fritão, Deus do céu, igual a um fritão hehehe... Falou um velho marinheiro que chegava. Bateu nas costas do rapaz que resignava e fez algumas observações àquela movimentação com certa naturalidade. Hesitava um pouco na entrada do dezenove — Os versos eram duma canção da lanterna dos desafogados. Ah como dá saudade, bela melodia; lembra mesmo o caís do porto antigamente., e com a mão no peito esquerdo, prosseguiu — Antônio era ainda muito jovem nessa época. Seu pai era um português, pescava; e, àquela moça ali, lá no alto vi na barriga da mãe na montanha, continuou baixinho. Ligue pra ela não garoto hehehe. Concluiu sumindo nas penumbras da antiga taverna do térreo. Ele era bem velho, vinha da cidade baixa, da rampa; pescava no canal. Lá dentro ouvia-se em gritos alegres, não demonstrando mais interesse pela nostalgia do rapaz. Esquecia também da sua prostituta predileta, que não acendia a luz como um sinal de trabalho duro.

— Qual o seu problema libertino? Não parece ser de fora! Um dia, eu acabo com essa casa de prostituição do segundo andar. Como consegue se relacionar afetivamente com as mulheres desse antro de perdição, meu Deus! Vixe Maria! E quem é essa Marina que tanto chama aí parado, quase bêbado ou sóbrio? Hahaha... Nem parece gostar do queijo maldito?... E como perder a paciência não era o caminho, Alfredo somente ouvia dessa vez. Essa moça enxerida tratava-se de Luzia uma cuviteira de tantas. Ela vestia preto aos sábados, crente pentecostal de fogo, freqüentava na periferia. Luzia era amancebada do coroa do bar que também não era acostumado a sair para o culto — Lembrou do Jorge Amado não foi rapaz? Minha mãe gostava dele, sabia? Muitos gringos me procuram para perguntar de Jubiabá, e dos capitães da areia que moraram aqui? Gravaram alguns anos na cidade baixa alguns anos alguma coisa de minha mãe. Não me lembro. Eu era muito pequena...

@#$#&$ rascunhos

— Talvez conheça a moça só de passagem né moço?, Alfredo que se mantinha introspectivo até ali tomou como ousadia; desconversou sem motivo... Sentia uma responsabilidade moral que não tinha.

— Quem? Não entendi. Que ousadia é essa?

— Marina! Refiro-me a moreninha de rosto afinado do segundo andar, conhece?

— Ela deve ser uma pessoa muito especial, hein?, Acrescentou Luzia com um arzinho hipócrita. Alfredo sem continuar deixou um silêncio expressar um valor sentimental. Ela retrucou quando a seriedade daquilo não fazia mais sentido — não gostou e fez da sinal de cruz, balançando a cabeça negativamente. Concomitantemente Alfredo não ligava; continuava sóbrio instantaneament. E não fez questão de imaginar os pormenores entre Marina e um cliente. Porém, hesitou-se mais de uma vez desistindo subir o velho prédio, de estrutura colonial e aspecto triste, para descansar num dos quartos que alugara recentemente.

— Ó Deus! Coitadinho sem direção. Desorientado tanto. E Alfredo não suportando mais a cuviteira, não demorou suspirar rendendo-se a um rumor da manhã. Achara um desaforo Luzia. Então, esticou os braços necessários para regular a pressão para aliviar-se um pouco. E, numa expressão gravíssima sem mais alevantar a cabeça para o alto, temendo ser surpreendido outra vez com asneiras, ingressou no térreo subitamente. Por fim, já dentro do prédio onde funcionava o referido comércio do companheiro dela — acomodou-se num canto distantes e relaxou quase instantaneamente. Dormitava a cada canção, às vezes sonhava impaciente...

claudio maia
Enviado por claudio maia em 29/08/2019
Reeditado em 22/11/2021
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