Viver...e saúde.
Ao meu ver,teremos sempre a disposição dos profetas apocalípticos,pois no decorrer da história e da nossa pós-modernidade,é díficil achar um motivo para querer se levantar na cama.
Mas a maior tragédia de todas,é que não será o vulcão,ou uma tempestade implacável que vai nos destruir,será as coisas no dia-a-dia. As durezas da vida vão nos engolir,com as suas banalidades e com os discursos externos.
Mais do que nunca,existe um absurdo de tudo isso,em limpar as sujeiras do nosso sistema físico,ao mesmo tempo em que vamos sempre produzir várias pessoas no ramo de Saúde,falando que a gente tem que fazer isso e isso.
O que será a humanidade?Um Dorian Grey em sua patética sátira.Você verá esse tipo de gente nas ruas,e nas televisões.A democracia vai se tornar essa triste e patética hegemonia,que num tal ponto,o ato de fumar um cigarro e tomar um porre será considerado um extrato de uma vida completamente imoral,fora no universo “belo” que a nossa distopia tenta criar.
A dura questão é:viver faz mal pra saúde.Quanto mais queremos tirar as energias negativas,quanto mais ficarmos obcecados em eliminar todas as gorduras que habita do nosso corpo,e assim por diante,estaremos a mercê de um mundo sem vida,onde o oxigênio será apenas o peido,e o pecado (junto com o desejo)perderá a sua vasta cor.
Viver é exagerar,abusar.Gritar para os Deuses,ao mesmo tempo que cantar uma canção do Roberto Carlos.Viver é beijar na boca loucamente,chorar enquanto a maioria está rindo,ter gripe,fumar 50 cigarros enquanto esta nervoso,e assim por diante.
A única coisa que pode render (totalmente) a saúde seria a morte,pois aí a consciência será aniquilado,assim como o inferno íntimo.Todas as respostas serão dadas,e todos os problemas serão resolvidos.A vida?Ela é doente,ela destrói tudo,ela é problemática,e nunca tem uma resposta,ou uma fórmula…