Terra dos suicidas

Capitulo 1.

Querida Dor

Não há libertação, não existe alcance, sonhos são apenas delírios, nessa terra eles não existem, o que é essência aqui é a lucidez, essa terra nos liberta da dor, por que aqui sua real face é revelada.

E ela não é tão má assim, apenas um ser carente que necessita de convívio, ser oculto que vive em todos nós, está atrás de cada sorriso falso, das mentiras, nas realizações vazias e em vidas abundantes, no pobre e no rico.

Esta esta em todo o lugar, procurando um refúgio, se esconde em todo o peito que aperta e encolhe na noite, a dor é uma criança, imatura demais para entender que esta presa neste mundo, em meio a seres que a abusam de seu ser, com doses de egoísmo, poder, ganância e loucura.

Aqui ela é tão pequena e leve, não sinto mais seu peso, e se isso me liberta eu não tenho como saber, bem, sua prima feia esta aqui também, dela não comentarei, pois vejo que é um ser onipresente, tenho medo.

Falaremos da dor, me fale da sua, como ela esta, espero que você esteja bem. Ficaria feliz em saber que esta bem. A muito tempo eu não sei o que é isso, ficar feliz.

Bem tenho que ir, sou um recém chegado, tenho muito a que ver e explorar, esse abismo é muito profundo, deve haver coisas magnificas aqui, enquanto isso fique com sua dor, pois aqui eu não a carrego mais, nada a mais.

Nesse lugar ela mostra sua face, a dor se torna inocente, e não dói mais.