Ensaio de angelologia - Estudo precoce sobre os anjos

Col 1, 16: “porque n´Ele foram criadas todas as coisas, nos céus

e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Soberanias, Principados, Autoridades, tudo foi criado por Ele e para Ele”.

Isso resume a faculdade do Anjo: amar, pois o amor é a

síntese do entender a verdade, querer o bem e servir no bem.

Cada anjo é único e não há nenhum outro que se lhe assemelhe

segundo sua perfeição, pois Deus criou, simultaneamente,

uma multiplicidade de indivíduos especificamente únicos e diversos entre si 80.

A criação do anjo é uma revelação íntima de Deus ao universo, só superada pelo mistério da encarnação, em que Deus se fez carne.

Cada anjo, por ser um ser espiritual individual capaz de

subsistir em sua espiritualidade, é uma pessoa. Toma-se o nome pessoa

para aplicá-lo ao anjo não com o mesmo sentido que se aplica a

Deus e aos homens 83. Deus é pessoa porque é o sumo ser espiritual

necessário, subsistente por si mesmo. Mas o anjo é espiritual por criação e subsistente por participação de alguma perfeição espiritual que

lhe foi concedida na criação. É por analogia (comparação) com o ser

de Deus que se denomina o anjo como pessoa...

p. 32-33

Hierarquia é governo sagrado.

Tudo que Deus cria, Ele santamente governa segundo a Sua sabedoria, imprimindo uma ordem na criação. As criaturas ordenam-se segundo a perfeição das suas respectivas naturezas. As naturezas criadas representam três graus de perfeição, conforme se assemelhem mais à Unidade da Trindade

ORDEM DA HIERARQUIA ANGELICAL

Primeira hierarquia, mais próxima e relativa

aos segredos de Deus e por isso é a hierarquia superior que

recebe a iluminação divina, conhecendo-a no próprio Deus e na

caridade; Segunda hierarquia, relativa ao governo e direção divinos,

denominada hierarquia média, recebe a iluminação divina relativa

às coisas mais universais, ordenando-as na esperança; e a

Terceira hierarquia, relativa à execução dos ofícios e atividades

divinas, conhecida como hierarquia inferior, e que recebe a iluminação

divina em sua determinação e efeitos particulares, executando-a

na fé87.

A própria razão de hierarquia requer a diversidade de ordens de acordo com os diferentes ofícios e atividades de cada natureza pertencente

a uma hierarquia, em que uma é superior, outra é média

e outra inferior 88.

A hierarquia celeste assim se estabelece: Todo o Coro

Angélico se divide em três hierarquias.

A Primeira Hierarquia se divide em três ordens:

1ª Ordem, a dos Serafins (ardor caritativo: imagem do amor divino);

2ª Ordem, a dos Querubins (plenitude de ciência: imagem da sabedoria divina) e

a 3ª Ordem, a dos Tronos (assento de Deus: compreendem o juízo divino). A Segunda Hierarquia se divide em três ordens:

1ª Ordem, Dominação (governo dos próprios anjos:

domina e distingue o que fazer);

2ª Ordem, Virtude (executa a ordem

da dominação com relação à natureza física) e

a 3ª Ordem, Potestade (ocupa-se do combate aos anjos caídos).

A Terceira Hierarquia também se divide em três ordens:

1ª Ordem, Principado (guia na execução dos atos e dirigem os destinos das nações);

2ª Ordem, Arcanjo (anuncia importantes missões aos homens e guarda as pessoas que desempenham importantes funções para a glória de Deus, como o Papa, bispos e sacerdotes) e

a 3ª Ordem, Anjo (anuncia, comunica e protege individualmente cada homem) 95.

Esta é a ordem hierárquica dos anjos estabelecida em relação

à perfeição da glória e ao que a natureza tem

e recebeu na origem de sua criação.

CONCLUSÃO

p. 36 • UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CURSO DE FILOSOFIA

Segundo Tomás, o que denota a existência de algo não é

meramente a materialidade, pois o conceito que está no intelecto existe sem nenhuma materialidade.

Não se pretendeu demonstrar a existência do anjo, mas expor o modo como Tomás a explica a partir da conciliação entre fé e razão. Desse modo, para Tomás, a existência dos anjos é um artigo de fé, mas nem por isso a razão se exime de investigar como uma substância separada não pode ter existido desde sempre, ainda que ela seja espiritual e possua, mediante suas faculdades, poderes que excedam à capacidade humana.

Talvez o mais chamativo dessa exposição seja a afirmação de que cada anjo esgota a sua espécie, no que se refere à sua individualidade.

Como base se conjuga o elemento da metafísica com o da lógica aristotélica que perpassam o tempo e chegam para Avicena, que, por meio dos quais, argumenta e afirma a individualidade específica do anjo, como testemunha o próprio Aquinate (=Santo Tomás de Aquino).

Enfim, Tomás depende da tradição, mas inova em sua investigação ao não distanciar o discurso da razão do dado de fé.

E nisso reside a sua grande originalidade, o que justifica ser denominado Doutor Angélico.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

Ano 10 • n. 1 • jan./jun. 2010 - 31 - ÁGORA FILOSÓFICA

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Notas

1 Professor da Universidade Federal Fluminense.

2 GREGÓRIO MAGNO, São. Homil. 34 in Evang. n. 7 [PL 76, 1249].

3 AGOSTINHO, Santo. De civitate Dei, XI, c. 9, 33 [PL 41, 323, 346-347].

4 JOÃO PAULO II, Papa. Catequeses sobre os Anjos. Cat. 1 (L’Osservatore Romano, 13/07/1986).

5 AQUINO, Tomás de. STh. I, q. 61, a. 1, c; Cth. 1, c. 70, n. 121-122. Tomás apresenta um resumo da doutrina católica em: De substantiis separatis, c. 17.

6 Idem, STh. I, q. 61, a. 2, c.

7 Idem, CG. 2, c. 23.

8 Idem, CG. 2, c. 24.

9 A palavra ‘eviterno’ significa ser eterno por participação,

não por natureza...

10 AQUINO, Tomás de. STh. I, q. 61, a. 2, sed contra.

11 O anjo não pertence e nem se limita ao tempo, mas pode atuar no tempo em razão da sua operação referir-se ao homem.

12 AQUINO, Tomás de. De substantiis separatis, c. 7.

13 Idem, De Pot., q. 3, a. 18, c.

14 Idem, STh. I, q. 61, a. 2, c.

15 Idem, STh. I, q. 61, a. 3, c.

16 GREGÓRIO DE NAZIANZENO, São. Oratio trigesima octava In Theophania sive Natalicia Salvatoris. n. 9 [PG 36, 320D].

17 AQUINO, Tomás de. De Pot., q. 3, a. 19, c.

18 Idem, De substantiis separatis, c. 9.

19 O seu conhecimento não é a sua substância [STh. I, q.54, a.1, c.] e nem mesmo quando olha para a sua substância conhece todas as coisas [STh. I, q.55, a.1, c. ]. De igual modo, seu saber não é a sua essência [STh. I, q.54, a.3, c. ] e nem o seu existir é o que resulta do seu conhecimento [STh. I, q.54, a.2, c. ]. Contudo, seu limite de saber se estende para além das fronteiras do que poderíamos naturalmente conhecer com toda a força natural do nosso ser ao longo da nossa vida.

20 AQUINO, Tomás de. STh. I, q.50, a.1, c. Santo Agostinho atribuiu-lhe um corpo sutil: Sermão 12, c. 9, n° 9 [PL, 38, 104].

21 Idem, STh. I, q.50, a.5, c.

22 Tomás de Aquino (STh. I, q.51, a.3, ad 6) sustenta que parece mais crível que se trate das uniões conjugais entre os descendentes da raça eleita, os filhos de Deus, com as mulheres da raça de Caim, as filhas dos homens; uniões que os levaram à mais profunda corrupção.

23 Alguns exemplos: No Salmo 103, 4, segundo a Vulgata, diz-se: “Fazei Espíritos os teus anjos e aos teus mensageiros fogo abrasador”. Interpretando tal passagem concluíam que os anjos teriam natureza ígnea, portanto corpórea.

Mas a versão hebraica não menciona nem a palavra anjo nem a palavra

espírito, mas o vento como mensageiros e o fogo como ministros.

No Salmo 77, 25 segundo a Vulgata se diz, referindo-se ao maná: “O homem comeu o pão dos anjos”.

Alguns acreditaram que os anjos comiam pão, o que os levou a concluir que eles teriam corpos. Esta expressão alude ao modo como

os hebreus recebiam o maná descido do céu, onde os anjos assistem a Deus.

Em 1Cor. 15, 40 São Paulo diz: “Há corpos celestes e corpos terrestres, mas o brilho dos corpos celestes é diferente do brilho dos terrestres”. Interpretaram corpos celestes como corpos dos anjos e não como astros.

Mais adiante em 1 Cor. 15, 41 o próprio Apóstolo faz menção ao sol como corpo celeste.

Tratou-se, pois, de uma equívoca interpretação da palavra ‘corpo celeste’.

24 Justino, filósofo e mártir, apologeta do séc. II. Nasceu em Flavia Neapolis, a atual Nablus, na Palestina.

Obras fundamentais: Apologias e Diálogo com Trifão.

O tema central de Justino é o plano criador e salvífico de Deus,

manifestado pelo Cristo-Logos. Atenágoras, filósofo do séc. II, escreveu

entre os anos 176 e 180, uma apologia dos cristãos, dirigida aos imperadores

Marco Aurélio e Cômodo, intitulada Presbeia (oração, súplica).

25 JUSTINO, II Apol. 5, 3.

26 O diabo não se tornou mau no mesmo instante de sua criação, pois, depois de criar as coisas, Deus disse que todas eram muito boas: STh. I, q.63, a.5, c. Assim, o anjo caído não é mau por natureza, pois seria contraditório que o sumo bem criasse algo substancialmente mau. Portanto, mesmo o anjo danado possui sua natureza, enquanto obra produzida por Deus, como algo bom: STh. I, q.63, a.4, c.

27 As Sagradas Escrituras nos dão a conhecer alguns nomes de ordens (Serafins; Querubins; Tronos; Dominação; Virtude; Potestade; Principado; Arcanjo; Anjo )

e nomes pessoais (Miguel: ‘Quem como Deus?’;

Gabriel: ‘Poder de Deus’

e Rafael: ‘Deus cura’).

28 AQUINO, Tomás de. STh. I, q.54, a.5, c.

29 Idem, STh. I, q.59, a.3, c.

30 Idem. STh. I, q.107, a.1, c.

31 Idem. STh. I, q.107, a.2, c.

32 Idem. STh. I, q.107, a.3, c.

33 Idem. STh. I, q.107, a.4, c.

34 Idem. STh. I, q.107, a.5, c.

35 Idem. STh. I, q.63, a.6, c. Houve, portanto, um espaço de tempo entre a

criação e a queda do anjo. Se não fosse assim, alguns Anjos não se teriam

afastado de Deus depois de sua criação: STh. I, q.62, a.1, c.

36 AQUINO, Tomás de. STh. I, q.62, a.2, c. Como sustenta Tomás, não diferente à ordem de toda criatura espiritual que depende do seu criador para aperfeiçoar sua natureza, o anjo também necessitou da graça para converter-se a Deus e tornar-se bem-aventurado.

37 Idem. STh. I, q.62, a.3, c.

38 Idem. STh. I, q.62, a.5, c.

39 Idem. STh. I, q.62, a.4, c.

40 Idem. STh. I, q.62, a.6, c.

41 Idem. STh. I, q.62, a.7, c.

42 Idem. STh. I, q.62, a.8, c. 43 Idem. STh. I, q.62, a.9, c.

44 Idem. STh. I, q.63, a.7, c.

45 Idem. STh. I, q.63, a.1, c.

46 Idem. STh. I, q.63, a.9, c. Mas o número dos que pecaram não é igual ao

número dos que não pecaram, senão muito menor.

47 Idem. STh. I, q.63, a.8, c. 48 Idem. STh. I, q.64, a.3, c.

49 Idem. STh. I, q.63, a.2, c. 50 Idem. STh. I, q.63, a.3, c.

51 Idem. STh. I, q.58, a.5, c.

52 Idem. STh. I, q.64, a.2, c. 53 Idem. STh. I, q.64, a.1, c.

54 Idem. STh. I, q.64, a.4, c. 55 Idem. STh. I, q.

54, a.4, c. Não há no anjo um intelecto que contenha, como

em nós, duas funções: um intelecto com a função capaz de apreender o conhecimento

e outro intelecto com a capacidade de entender o apreendido. 56 Idem. STh. I, q.59, a.1, c. 57 Idem. STh. I, q.59, a.3, c

58 Idem. STh. I, q.58, a.2, c. 59 Idem. STh. I, q.62, a.7, c. Os anjos entendem, querem e escolhem a partir do

que lhes emergem interiormente. Assim sendo, por um único ato do entendimento

e do querer, o anjo é capaz de escolher e operar. Disso se segue que,

com relação à bem-aventurança, cada anjo operou segundo a sua capacidade

natural, baseando-se no que sabia de si mesmo, do que Deus lhe revelara

acerca da Sua divindade e do que lhe fora dado saber acerca das demais

realidades. Não havendo o que pudesse fazer protelar ou mudar, seu entendimento,

vontade, escolha e ação, cada decisão foi única, definitiva e

irrevogável, porque permanece para sempre. O mesmo se diz do anjo mau, por cuja eleição livre, não pode mais voltar ao bem, depois do pecado: De Malo, q. 16, a. 5, c.

60 Idem. STh. I, q.58, a.1, c.

61 Idem. STh. I, q.54, a.5, c. Neste aspecto, tudo o que ele conhece é pelo intelecto, pois em nada depende das sensações ou imaginações, por não

possuir corpo.

62 Idem. STh. I, q.55, a.2, c.

63 Idem. STh. I, q.58, a.3, c. Ele não precisa induzir, deduzir, compor, dividir: STh.

I, q.58, a.4, c. 64 Idem. STh. I, q.55, a.3, c.

65 Idem. STh. I, q.56, a.2, c.

66 Idem. STh. I, q.56, a.3, c.

67 Idem. STh. I, q.57, a.2, c. Os anjos, pelas espécies que lhes infunde Deus,

podem conhecer de um modo mais perfeito do que o intelecto do homem:

STh. I, q.57, a.1, c.

68 Idem. STh. I, q.57, a.3, c. Exceto se lhe ilumina a mente divina acerca do que deverá vir. O demônio fingiu poder conhecer o futuro para ludibriar o homem e fazer-lhe crer que tem tal poder. Na realidade, conhece a causalidade material do mundo melhor do que o homem, por isso infere seus efeitos como se fosse uma previsão do futuro.

69 Idem. STh. I, q.57, a.4, c. O anjo mau pode enganar o homem fazendo-lhe crer que conhece, mas não conhecendo.

Com efeito, como as intenções se traduzem em ações, pelo movimento do corpo, dos sentidos, ele pode antecipar qual será o efeito antes mesmo que o homem aja. Do mesmo modo, pode agir influenciando com imagens a fim de que o homem realize sua intenção, mesmo sem a conhecer. E isso pode fazer tanto o anjo bom quanto o mau, mas com finalidades distintas.

70 Idem. STh. I, q.56, a.1, c. 71 Idem. STh. I, q.57, a.5, c.

72 Idem. STh. I, q.58, a.7, c.

73 Idem. STh. I, q.58, a.6, c.

74 ORÍGENES. De Principiis. II, 10, 8. Nesse momento, denominado

“apocatástase”, também se incluiriam os homens condenados.

40 • UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CURSO DE FILOSOFIA

75 AQUINO, Tomás de. STh. I, q.60, a.1, c.

76 Idem. STh. I, q.60, a.2, c.

77 Idem. STh. I, q.60, a.4, c. Não há ódio de São Miguel contra Satanás, mas sim um amor natural. Mas, em razão de sua limitação,

o anjo mau não ama com amor natural, senão a si mesmo.

78 Idem. STh. I, q.60, a.5, c.

79 Idem. STh. I, q.60, a.3, c.

80 Idem. De ente et ess. c. 3. Se todos os indivíduos humanos pertencem a uma mesma espécie, a saber, a espécie humana, e se distinguem apenas por suas diferenças individuais, como Pedro se distingue de João pelo peso, tamanho, altura etc., cada anjo é único em sua espécie, ou seja, ele é o único indivíduo de sua espécie e se distingue de outro pela espécie e não mediante as diferenças individuais.

81 Idem. De substantiis separatis, c. 12. Tomás refuta a doutrina de Orígenes (Periarchon, I, c. 8) de que Deus criou todas as substâncias espirituais iguais.

82 Idem. STh. I, q.114, a.1, c.

83 Idem. De Pot., q. 9, a. 4, c.

E o homem diz-se pessoa por ser uma substância individual (composta de corpo e alma) de natureza racional.

84 Isso não é difícil de entender se pensar que, com o ser humano, também é assim, pois todos os homens, bons ou maus, são pessoas, mas nem todos gozam de modo igual da dignidade do ser pessoa.

O mesmo ocorre com os anjos.

85 Idem. STh. I, q.50, a.3, c. 86 Idem. STh. I, q.108, a.1, c.

87 Idem. STh. I, q.108, a.1, c; a.6, c. 88 Idem. STh. I, q.108, a.2, c.

89 Idem. STh. I, q.108, a.4, c. 90 Idem. STh. I, q.108, a.5, c. 91 Idem. STh. I, q.108, a.6, c. 92 Idem. STh. I, q.108, a.7, c.

93 Idem. STh. I, q.108, a.3, c. 94 Idem. STh. I, q.108, a.3, ad 1.

95 Idem. STh. I, q.108, a.5 e a.6, c.

Referências

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p. 42 • UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CURSO DE FILOSOFIA

Endereço para contato:

Artigo acima: A ordem dos anjos, segundo Tomás de Aquino

Prof. Dr. Paulo Faitanin

e-mail: pfaitanin@aquinate.net

_______

A ordem dos anjos, segundo Tomás de Aquino

Prof. Dr. Paulo Faitanin

Ano 10 • n. 1 • jan./jun. 2010 - 25

ÁGORA FILOSÓFICA

p. 24 • UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

Resumo

O Papa São Pio X denominou S. Tomás de Aquino, num "Motu proprio", Doctor Angelicus. Neste mesmo texto, ele comparou a inteligência do Aquinate com a inteligência dos Anjos. De fato, esse título está de acordo com Tomás, porque encontramos em sua obra, em muitos lugares, o tema das substâncias separadas.

Pretende-se, neste artigo, apresentar uma breve análise da sua doutrina

sobre os anjos, especialmente, em relação aos temas da origem, natureza e ordem.

Palavras-chave: substâncias separadas, origem, natureza, faculdade, hierarquia.

Os Anjos são eviternos 9 porque não são nem eternos 10,

justamente porque foram criados e começaram a existir a partir

de um momento, nem temporais, precisamente por serem de

natureza puramente espiritual, sem nenhuma mescla com a matéria

e por não estarem absolutamente sujeitos ao tempo 11.

A criação de sua natureza não supôs a preexistência de uma matéria individual, comum ou universal12 a toda criação, sobre a qual Deus operasse para produzi-la, senão que ela foi criada direta e imediatamente por Deus, do nada 13.

Isso significa que, antes da natureza angélica, nada existia semelhante a ela14. Contudo, sua origem não antecedeu necessariamente à criação das criaturas corporais 15, embora isso não invalide interpretar 16 que possam ter sido criadas antes das corpóreas, pois não implica contradição sustentar que o perfeito anteceda ontologicamente ao imperfeito 17.

Assim, Tomás subordina a origem do anjo à onipotência criadora de Deus, afastando a falsa doutrina de que eles teriam existido desde sempre ou que fossem capazes de criar ou gerar outro anjo ou qualquer

outra natureza que lhes fosse inferior18.

Segundo Tomás, cada anjo é uma criatura espiritual única

diante de Deus, dotada de dons naturais que recebeu em sua criação,

mas ainda assim é um ser criado, portanto, limitado19, apesar

de ser imaterial, incorpóreo 20, imortal e incorruptível 21

...possui intelecto, vontade 28, liberdade 29, capaz de comunicar seu pensamento a outro anjo, por meio da sua vontade 30.

O ‘non serviam’, livre e voluntário do Anjo, que era superior

a muitos outros44, deu origem ao mal de culpa45, cujo pecado

induziu à queda de muitos46 que lhe eram inferiores47.

Enraizado na soberba por não querer submeter-se a Deus naquilo que era devido, na inveja, por não conseguir que não existissem os santos 48 e entristecer-se diante do bem do homem e da grandeza de Deus 49, desejou ser semelhante a Deus por virtude própria e não por auxílio divino 50, ao mesmo tempo em que quis tomar para si aquilo que,

para Deus, é o Seu bem mais precioso na criação: o homem, criado à imagem e semelhança de Seu Filho.

Afastou-se da presença de Deus por causa da sua maldade.

Isso privou seu intelecto da verdade, a qual de fato não

quis conhecer 51, e excluiu da sua vontade o bem.

Converteu toda a sua inteligência à mentira

e sua vontade obcecou-se plenamente no mal 52.

Incapaz de amar, à semelhança do amor divino, embora ame

desordenadamente a sua própria natureza53, são-lhe imperativos,

a partir de então, a dor, o ódio e a mentira, que o fazem contorcer-se

por se voltar inteiramente ao que é contrário à sua natureza.

Por causa disso, padece essas penas no inferno e elas se intensificam quando atormenta os que lá estão sob seu jugo ou quando, no mundo, tenta ou possui o homem ou ainda infesta os locais onde esse vive 54.

http://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/viewFile/42/26

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SERAFINS: é a categoria angelical que está mais próxima a Deus, são considerados os mais responsáveis de todos os anjos. Sua função é transmitir o fogo do amor aos demais anjos. Representam o poder da abundância e da supremacia.

Pertencem aos Serafins:

VEHUIAH : anjo da guarda de pessoas

nascidas entre 21 e 25 de Março

Invocação

Peço-te que plantes no meu coração a semente da Vontade divina,

pois com ela tudo é possível! Tudo é concebido às vontades fortes e decididas!.

Concede-me a Tua Essência, Oh Vehuiah, para poder progredir rapidamente, espiritualmente e materialmente.

JELIEL: anjo da guarda de pessoas nascidas entre 26 e 30 de Março

Invocação

É para ti que eu me volto,Jeliel, para implorar a graça da Tua Luz, suave e perfumada que,pela sua presença, afasta toda a obscuridade, todo o mal. Concede-me a tua ajuda para encher a minha alma de felicidade e alegria, de Amor ilimitado, inesgotável,para oferecer os meus companheiros de existência.

http://opoderdosanjos.blogspot.com/2009/06/quem-e-o-nosso-anjo.html

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O mundo antigo já conhecia os anjos como espíritos vindo de Deus.

A Bíblia os mostram como mensageiros do Céu e capazes de fazer valer a vontade divina sobre os mortais. No paraíso, o anjo de Javé colocou para fora o primeiro Casal - Adão e Eva.

Abraão foi visitado em sua tenda por três anjos que vinham anunciar-lhe a bênção da paternidade - geraria Sara seu filho Isaque.

A libertação do Egito tem o anjo que venceu "a dureza do coração do faraó" diante do povo hebreu na páscoa...

A mãe de Sansão recebeu do anjo Gabriel a predição da educação de Sansão como juiz do povo de Deus.

Jacó recebeu de um anjo um novo nome - Israel - depois que lutaram a noite toda.

Tobias filho é acompanhado fielmente pelo arcanjo Rafael - MEDICINA DE DEUS ou Deus cura - até seu casamento, expõe-lhe os cuidados contra o mal, faz o incenso nupcial e o óleo para a cura de seu pai Tobias (mesmo nome do filho).

Zacarias, São José e os magos tiveram mensagens de anjo seja na Tenda Santos dos Santos, seja por sonhos.

Maria Virgem e Mãe teve o anuncio - a Embaixada do Céu Soleníssima: o arcanjo Gabriel - nome que significa "Poder de Deus" - veio a Nazaré para predizer a sua maternidade, sua gravidez miraculosa - sem intercurso de São José. O filho de Deus é Jesus - o salvador do povo novo de Deus, cujo pai adotivo é da casa de Davi. Saúda Maria - "Ave, Cheia de Graça", diferente de Eva - que esvaziara a graça no Éden.

O anjo explica-lhe o plano do Salvador em seu útero puríssimo e imaculado em vista dos méritos de Jesus, seu Filho Divino e Único. E dá o sinal da sua parenta Isabel que concebera na velhice e era já o sexto mês da que se dissera estéril. "Para Deus, nada é impossível."

José - esposo de Maria - pai nutrício de Jesus na forma da Torá - antigo e último dos patriarcas do Antigo Testamento - agora recebe a visit do anjo Gabriel em sonho e que José receberia Maria como Esposa e Mãe de Jesus - que significa Salvador...

Os anjos serviram Jesus após a tentação no deserto - 40 dias de privações.

O anjo aparece a Madalena na madrugada da Ressurreição.

São Pedro foi libertado pelo Anjo do Senhor da prisão, enquanto a Igreja de Deus orava por Pedro.

No Apocalipse como em Daniel - os anjos são mencionado como mensageiros e protetores da Igreja. João Evangelista tem visões e é transportado ou arrebatado por seu anjo ao Reino do Cordeiro Imolado

e Triunfante diante da grande multidão de eleitos e os anjos cantam diante do trono do Altíssimo o Pai Eterno.

São Miguel - que significa "Quem como Deus?" -

libera uma batalha contra os anjos maus, vencidos por Miguel.

Os maus têm um reino à parte - o inferno.

Trata-se da Batalha no céu - os bons vencem os anjos maus - Apocalipse, livro da Revelação.

Apocalipse 12:7-17 ARC - E houve batalha no céu: Miguel e os - Bible ...

https://www.biblegateway.com/passage/?search=Apocalipse+12%3A7-12&version=ARC

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Era - Ameno (Tradução).

https://www.youtube.com/watch?v=hWCoMrVLX_Y

Vangelis - Conquest of paradise

https://www.youtube.com/watch?v=WYeDsa4Tw0c&t=163s

Vangelis - Alpha - Images captured by NASA - HD

Marcos Antonio da silva

Publicado em 25 de set de 2012

https://www.youtube.com/watch?v=S9pCUEIIDLE

Alpha é a sexta música do álbum Albedo 0.39 do músico grego Vangelis.

Albedo 0.39 é um álbum de Vangelis lançado em 1976. É um álbum conceptual sobre espaço e física espacial. Albedo 0,39 foi o segundo álbum produzido por Vangelis nos Estúdios Nemo, em Londres, que foi a sua base criativa até o final dos anos 1980. O título do álbum refere-se ao valor médio de Albedo do planeta Terra em 1976. No verso do LP havia a mensagem :"O poder de reflexão de um planeta ou outros corpos não-luminosos. Um refletor perfeito teria um Albedo de 100%.

O Albedo da Terra é de 39%, ou 0,39 "

Trechos das faixas "Pulstar" e "Alpha" foram usados em episódios da célebre série Cosmos de Carl Sagan. "Pulstar" foi usada também como o tema musical de um programa infantil de televisão da BBC, "Horses Galore". Já trechos da primeira parte de "Nucleogenesis" foram utilizados como trilha de fundo para chamadas de helicóptero no programa Domingo Legal, do SBT, nos anos 90 e 2000, noticiando condições do trânsito e perseguições policiais em São Paulo.

Todas as canções foram compostas e arranjadas por Vangelis.

https://www.youtube.com/watch?v=S9pCUEIIDLE

J B Pereira e http://opoderdosanjos.blogspot.com/2009/06/quem-e-o-nosso-anjo.html
Enviado por J B Pereira em 22/06/2018
Reeditado em 22/06/2018
Código do texto: T6371354
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