O simbolismo maçônico
Na Maçonaria tudo é expresso através de símbolos, lendas e alegorias evocativas de tradições históricas ligadas á experiências religiosas e culturais de antigos povos, como os egípcios, os hebreus,os persas, os gregos,etc. São dessa classe os símbolos religiosos e míticos, como a serpente cósmica (uraeus), o Selo de Salomão, o Escudo de Davi, o Seped (delta sagrado), as Colunas Sagradas etc. Nela também entram os temas inspirados pela filosofia gnóstica e pelo hermetismo alquímico, que são representados através de figuras como o pelicano, o thau (a cruz com uma serpente enrolada), o atanor, o caduceu, o barrete frígio, etc. Mais comuns ainda são os símbolos ligados á profissão do construtor, tais como esquadros, compassos, alavancas, réguas, trolha, cinzel etc. bem como símbolos relativos á geometria e á astronomia, ciências que, na antiguidade, estavam estreitamente ligadas á arquitetura. [1]
De acordo com a sensibilidade de cada um, esses símbolos podem assumir um significado esotérico ou moral. Um esquadro tanto pode inspirar uma idéia de retidão de caráter (significado moral), quanto de coordenadas espaço-tempo, que são as duas direções que o espírito humano deve percorrer no caminho da iluminação. Um triângulo de três pontos tanto pode ser indicativo do lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade, que constitui a divisa da Maçonaria latina, como também pode indicar a idéia da Trindade Divina, reverenciada na iconografia maçônica através das luzes presentes no oriente, (Osíris, Isis e Hórus) e na estrutura administrativa da Loja, (O Venerável Mestre e seus dois Vigilantes).
Todas essas tradições são ricas em ensinamentos que precisam ser adequadamente interpretados, sob pena do iniciado jamais compreender o que é realmente, a Arte Real. Por isso não basta ao maçom cumprir a escalada gradual que o conduz até o ultimo degrau da Escada de Jacó. Ele precisa, em cada grau em que é elevado, descobrir o sentido de cada símbolo, o significado de cada alegoria, e a partir de sua própria visão semiótica, elaborar sua síntese pessoal. É, como diz Osvald Wirth no prefácio do livro de J.M.Ragon, a Maçonaria Oculta: “ O Franco-Maçom”, escreve aquele autor, “deve buscar sua iniciação em si mesmo , por meio de um aprofundamento que, no fim de uma carreira laboriosa, o conduzirá á Câmara do Meio, santuário da desilusão definitiva, onde sorvemos a pura sabedoria construtiva, que personifica Hiram, o Mestre chamado a reviver em todo perfeito iniciado”.[2]
É preciso sempre lembrar, outrossim, que a palavra mata, mas o espírito vivifica. E nesse magistério, como em todo ensinamento iniciático, é forçoso ver em cada símbolo, cada alegoria, uma mensagem que contém um ensinamento da mais alta relevância. Por isso é que a Maçonaria se nos afigura como uma espécie de alquimia espiritual e social, onde o iniciado busca, pela transmutação da própria personalidade, construir uma vida mais feliz para si mesmo e para a sociedade, da mesma forma que o alquimista, na sua insana labuta para penetrar no segredo da matéria, procurava realizar a sua ascese espiritual.
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Pedra bruta, pedra talhada e pedra angular
Uma pedra bruta simboliza o neófito que ingressa na Maçonaria como aprendiz e uma pedra talhada, ou cúbica, é o companheiro que já aparou as arestas da sua personalidade e está pronto para o mestrado. Esses são os símbolos adotados para representar a evolução do iniciado pelos graus das Lojas simbólicas. São símbolos emprestados á tradição dos antigos artesãos das pedreiras. No simbolismo do trabalho de construção, o mestre é a pedra angular do edifício maçônico. Nele se realiza a expressão do Evangelho de São João, segundo a qual “A pedra que os construtores tinham rejeitado tornou-se a pedra angular do edifício.”. Essa pedra angular é uma pedra cúbica que foi convenientemente lavrada para esse fim. Como um aprendiz que se tornou companheiro e foi, finalmente, elevado á condição de mestre, ele é essa pedra angular, que nas igrejas antigas era a pedra colocada na coroa da abóbada, chave da abóbada, como se dizia antigamente, pedra de cumeeira, designada em inglês como capstone, ou seja, a pedra da cabeça, ou a cabeça do ângulo. E assim como a capstone, nas antigas catedrais, era a pedra principal do edifício, essa é razão pela qual ela foi tomada como símbolo do maçom completo, receptáculo final da iniciação nas Lojas simbólicas.
O companheiro que é elevado a mestre simboliza que o edifício moral que a Maçonaria pretende construir no espírito do iniciado está realizado.
Evocando a simbologia do artesão das pedreiras, a pedra angular é símbolo da perfeição exata de formas, cujas arestas foram todas dirimidas. Numa interpretação esotérica desse simbolismo, diríamos que o mestre maçom é aquele que renasceu como um ser capaz de iniciar uma escalada em busca da perfeição maçônica, qualidade que fará dele o Homem da Terra, formado a partir do arquétipo do Homem do Céu.[3] Numa interpretação exotérica, todavia, poderíamos dizer que o mestre é o corolário da evolução que um ser humano poderia atingir no final de uma escalada filosófica pela senda dos ensinamentos maçônicos, na qual ele aprenderá os segredos do bem viver, que se resume em ser feliz e fazer os outros felizes.
Em ambos os casos, porém, pode-se invocar os símbolos relativos á construção para representar essa escalada. Seja na construção pura e simples das obras da arte arquitetônica, seja a obra de escultura na pedra, diríamos que o mestre é a pedra cúbica que sustenta a construção moral e psicológica do edifício social. A analogia pode ser feita também com o trabalho de lapidação de pedras preciosas. Em principio, a pedra bruta que surge da ganga impura pouco reflete da luz que tem dentro dela. É somente depois de convenientemente lapidada que ela se revela em toda sua resplandecente beleza. Assim deve ser o homem, e para isso existe a prática maçônica. Ela é uma forma de lapidar o caráter, para que de dentro dele brote um espírito radiante de luz. Essa luz é o maçom que realmente entendeu o sentido do Drama de Hiram, e conseguiu, por si mesmo, promover o seu renascimento espiritual a partir da prática da pura Maçonaria.
Na Maçonaria tudo é expresso através de símbolos, lendas e alegorias evocativas de tradições históricas ligadas á experiências religiosas e culturais de antigos povos, como os egípcios, os hebreus,os persas, os gregos,etc. São dessa classe os símbolos religiosos e míticos, como a serpente cósmica (uraeus), o Selo de Salomão, o Escudo de Davi, o Seped (delta sagrado), as Colunas Sagradas etc. Nela também entram os temas inspirados pela filosofia gnóstica e pelo hermetismo alquímico, que são representados através de figuras como o pelicano, o thau (a cruz com uma serpente enrolada), o atanor, o caduceu, o barrete frígio, etc. Mais comuns ainda são os símbolos ligados á profissão do construtor, tais como esquadros, compassos, alavancas, réguas, trolha, cinzel etc. bem como símbolos relativos á geometria e á astronomia, ciências que, na antiguidade, estavam estreitamente ligadas á arquitetura. [1]
De acordo com a sensibilidade de cada um, esses símbolos podem assumir um significado esotérico ou moral. Um esquadro tanto pode inspirar uma idéia de retidão de caráter (significado moral), quanto de coordenadas espaço-tempo, que são as duas direções que o espírito humano deve percorrer no caminho da iluminação. Um triângulo de três pontos tanto pode ser indicativo do lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade, que constitui a divisa da Maçonaria latina, como também pode indicar a idéia da Trindade Divina, reverenciada na iconografia maçônica através das luzes presentes no oriente, (Osíris, Isis e Hórus) e na estrutura administrativa da Loja, (O Venerável Mestre e seus dois Vigilantes).
Todas essas tradições são ricas em ensinamentos que precisam ser adequadamente interpretados, sob pena do iniciado jamais compreender o que é realmente, a Arte Real. Por isso não basta ao maçom cumprir a escalada gradual que o conduz até o ultimo degrau da Escada de Jacó. Ele precisa, em cada grau em que é elevado, descobrir o sentido de cada símbolo, o significado de cada alegoria, e a partir de sua própria visão semiótica, elaborar sua síntese pessoal. É, como diz Osvald Wirth no prefácio do livro de J.M.Ragon, a Maçonaria Oculta: “ O Franco-Maçom”, escreve aquele autor, “deve buscar sua iniciação em si mesmo , por meio de um aprofundamento que, no fim de uma carreira laboriosa, o conduzirá á Câmara do Meio, santuário da desilusão definitiva, onde sorvemos a pura sabedoria construtiva, que personifica Hiram, o Mestre chamado a reviver em todo perfeito iniciado”.[2]
É preciso sempre lembrar, outrossim, que a palavra mata, mas o espírito vivifica. E nesse magistério, como em todo ensinamento iniciático, é forçoso ver em cada símbolo, cada alegoria, uma mensagem que contém um ensinamento da mais alta relevância. Por isso é que a Maçonaria se nos afigura como uma espécie de alquimia espiritual e social, onde o iniciado busca, pela transmutação da própria personalidade, construir uma vida mais feliz para si mesmo e para a sociedade, da mesma forma que o alquimista, na sua insana labuta para penetrar no segredo da matéria, procurava realizar a sua ascese espiritual.
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Pedra bruta, pedra talhada e pedra angular
Uma pedra bruta simboliza o neófito que ingressa na Maçonaria como aprendiz e uma pedra talhada, ou cúbica, é o companheiro que já aparou as arestas da sua personalidade e está pronto para o mestrado. Esses são os símbolos adotados para representar a evolução do iniciado pelos graus das Lojas simbólicas. São símbolos emprestados á tradição dos antigos artesãos das pedreiras. No simbolismo do trabalho de construção, o mestre é a pedra angular do edifício maçônico. Nele se realiza a expressão do Evangelho de São João, segundo a qual “A pedra que os construtores tinham rejeitado tornou-se a pedra angular do edifício.”. Essa pedra angular é uma pedra cúbica que foi convenientemente lavrada para esse fim. Como um aprendiz que se tornou companheiro e foi, finalmente, elevado á condição de mestre, ele é essa pedra angular, que nas igrejas antigas era a pedra colocada na coroa da abóbada, chave da abóbada, como se dizia antigamente, pedra de cumeeira, designada em inglês como capstone, ou seja, a pedra da cabeça, ou a cabeça do ângulo. E assim como a capstone, nas antigas catedrais, era a pedra principal do edifício, essa é razão pela qual ela foi tomada como símbolo do maçom completo, receptáculo final da iniciação nas Lojas simbólicas.
O companheiro que é elevado a mestre simboliza que o edifício moral que a Maçonaria pretende construir no espírito do iniciado está realizado.
Evocando a simbologia do artesão das pedreiras, a pedra angular é símbolo da perfeição exata de formas, cujas arestas foram todas dirimidas. Numa interpretação esotérica desse simbolismo, diríamos que o mestre maçom é aquele que renasceu como um ser capaz de iniciar uma escalada em busca da perfeição maçônica, qualidade que fará dele o Homem da Terra, formado a partir do arquétipo do Homem do Céu.[3] Numa interpretação exotérica, todavia, poderíamos dizer que o mestre é o corolário da evolução que um ser humano poderia atingir no final de uma escalada filosófica pela senda dos ensinamentos maçônicos, na qual ele aprenderá os segredos do bem viver, que se resume em ser feliz e fazer os outros felizes.
Em ambos os casos, porém, pode-se invocar os símbolos relativos á construção para representar essa escalada. Seja na construção pura e simples das obras da arte arquitetônica, seja a obra de escultura na pedra, diríamos que o mestre é a pedra cúbica que sustenta a construção moral e psicológica do edifício social. A analogia pode ser feita também com o trabalho de lapidação de pedras preciosas. Em principio, a pedra bruta que surge da ganga impura pouco reflete da luz que tem dentro dela. É somente depois de convenientemente lapidada que ela se revela em toda sua resplandecente beleza. Assim deve ser o homem, e para isso existe a prática maçônica. Ela é uma forma de lapidar o caráter, para que de dentro dele brote um espírito radiante de luz. Essa luz é o maçom que realmente entendeu o sentido do Drama de Hiram, e conseguiu, por si mesmo, promover o seu renascimento espiritual a partir da prática da pura Maçonaria.