Meus sem Títulos II
Vendo o pensamento,
ao gosto do desejo,
e se nesta venda,
for meu corpo inteiro,
como pagamento,
como numerário,
não importa nada,
nada mesmo importa,
se ao abrir os olhos,
depois da noitada,
ver que sou moeda,
posta no teu cofre.
...
Entro pelo túnel,
não há vozes,
não há luzes,
por um tempo que não sei,
também serei o escuro,
como aquela tocha,
presa sobre a rocha,
que não mais acesa,
tem de compromisso,
iluminar o túnel,
só porque foi tocha
acesa e presa,
um dia, sobre a rocha...
...
Se me dessem posse,
sobre o latifúndio,
que resume a vida,
no arado pobre,
nada plantaria,
além do alimento,
que o próprio sustento,
ao próprio proveria.
E na rica terra,
latifundio vida,
com meu pobre arado,
plantaria nada,
nada plantaria,
que não só sementes,
secas do passado,
na terra irrigada,
latifundio vida,
onde brotariam,
novos e verdes,
brotos de amor.
...