Meus sem Títulos I

Sei que muitas vezes,

falta o segmento,

que completa a idéia,

falta a palavra, o miolo,

o sentido,

e tudo fica perdido,

pelo mar de incógnitas...

Eu sei, e sinto, mas não pense,

que também não estou perdida,

me agarrando dia a dia,

nas paredes lodosas,

cheias de podridão,

arranhando a pele,

perdendo o fôlego,

somente para não ir ao fundo,

e ver você ao fim de tudo,

me estender a mão,

sem me salvar do fundo,

nem do fim...

....

Meu corpo,

treme à tua falta,

e neste frio tempo,

e impessoal espaço,

aqui estou,

sem escolhas,

sem vontade,

procurando mais o centro,

que a linha do começo,

ou a fita de chegada.

Agora, quero o teu beijo,

e o que me bate à porta,

ao som de um toc-toc,

é a tempestade,

que chega e me carrega,

assim bem devagar...

....

Se há luar lá fora,

viram escuridão,

porque o que espalhei,

foi sombra,

além de outras próprias,

enganei os tolos,

e ao mostrarem algemas,

fui criança,

serena e atrevida,

e pulei de corda,

sobre a roda viva,

para ter a vida,

viva numa roda,

que gira, que gira a roda,

para que a roda,

seja sempre a roda,

e que a vida,

nunca perca a vida!

...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 10/10/2005
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