Da licenciada para o em exercício (29)

Querido,

sei que é teu o coração da nação: três mega-bondades em tão escassas semanas de interinato: a expansão do rombo fiscal, o ajuste do funcionalismo e, agora, o que parece iminente, e que sei, é que darás a melhor acolhida possível, a essa aprovação pela Câmara das 14 mil novas funções de assessoramento superior no serviço público.

É bonança sem tardança, corrigindo tanta eventual lambança...taí um sólido começo, sem tropeço, na rota da austeridade e da responsabilidade fiz cal...Meirelles, que não é relles Ministro deve estar regozijando. E cá pra nós, não deixa de ser um poderoso murro no desemprego. Que já teria passado de onze milhões, hoje.

E por falar em murro, soco, ou golpe, tá na primeira página da Bolha hoje: o Muhamad Ali foi a nocaute, viste? Logo ele, que distribuiu tantos sensacionais golpes nos adversários, e no sistema de segregação que enodoava a nação que sempre primou por botar o branco no preto. E no índio também. Agora, com Trump vindo aí, os mexicanos que se preparem.

E os que vivem ao sul do México também. Hillaryante?

Soube de tuas preocupações na redução de despesas supérfluas, o que condiz com tempos austeros em que vivemos. E nada poderia simbolizar esse esforço melhor do que a restrição de minhas viagens ao Sul. E sabes que isso até vem pra bem: quando lá vou entupo-me de picanha, que logo se converte em banha. Um horror. Mas é irrefreável esse estranho objeto do desejo. Mas sem tempo para cuidar da casa, e muito menos da dieta, quando é que vou chegar àquela cinturinha de Chela?

Será verdade esse milagre de Fátima, não a lusa, mas a Pelaes, ter logrado canalizar quatro milhões para a poupança da sobrinha? Acho tudo intriga dos opositores, uma infâmia com que querem baldar tão acertada escolha de tua parte para cuidar dos assuntos da Mulher, responsabilidade tão grave. Mas não graves. Tudo irá e virá pelo Bessias.

Nem te convido para a feijoada hoje, que servirei no Alvorada pessoalmente. Inácio deve vir, como de hábito - e hálito. Dona Arisa é que é mais triplex-eira, quando não sitiante, e assim, raramente, cá bota os pés. Mas nos falamos sempre. Falávamos, corrijo-me. Com o Sérgio solto, ninguém, nem o Gilberto, nunKassab. Vou preparar as caipiranhas.

Baci, baci,

Didil

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 04/06/2016
Reeditado em 04/06/2016
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