Perfis recantistas (49 - Jeane Diogo)
Embora já há muito no jogo, por quê não trazer aqui - à atenção do leitor - a doce Jeane Diogo? E é bem fácil sair lá das Uberabas para este mundo de Deus - e de ateus. Não foi sem razão que o incomparável Chico - que podia bem compor uma trinca com o Buarque e o Bergoglio - lá encontrou a paz e a inspiração.
Jeane proclama-se bisavó, o que muito honra a qualquer mulher, mas descontada a precocidade, é bom vê-la em pura sagacidade, junto à nossa - e nem faço mossa - recantiana mocidade. A gentileza e fineza incorporadas, é ela uma alegrorgia literária e filosófica para toda a confraria. E, desfazendo aqui imagem que eu vinha construindo do desamor das mulheres recantistas ao humor, Jeane, prova-me o contrário. Tece também, com engenho e arte, a sua humorística parte.
A linguagem refinada e polida, que usa em seus textos, exibe uma espontaneidade fora até de nossos mais toscos contextos. E as interações que à apreciação induzem, aos borbotões é que se produzem. E nos seduzem.