DE QUE FORMA DEVEMOS AGIR?

Como devemos agir? Com humildade e mansidão? Será que um cristão dirá, alguma vez, que alguém está podre? Podemos e devemos chamar as pessoas de hipócritas? Temos o direito de chamar as pessoas de irresponsáveis e cegas? Ou devemos estar sempre calmos? Qual deve ser a nossa conduta? Que tipo de comportamento devemos ter?

De acordo com Aristóteles, o homem deve saber o momento certo de ficar indignado e o momento certo de ficar calmo. O livro “Ética a Nicômaco”, desse filósofo, é um excelente manual de conduta e uma fonte de sabedoria. Ressalto que a inteligência de Aristóteles penetrou em todas as áreas do saber humano.

O Mestre dos mestres; o maior filósofo do mundo, Jesus de Nazaré, certa vez, proferiu estas palavras: ”Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês percorrem o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguem, o tornam merecedor do inferno duas vezes mais do que vocês. Ai de vocês, guias cegos!... Irresponsáveis e cegos!... Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês limpam o copo e o prato por fora, mas por dentro vocês estão cheios de desejos de roubo e cobiça. Fariseus cegos!... Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão!... por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça... Serpentes, raça de cobras venenosas! Como é que vocês poderiam escapar da condenação do inferno?...” (Mateus 23)

Como é que um homem tão bom poderá proferir palavras tão fortes e incisivas? Será que Jesus era desequilibrado? Será que Ele se descontrolou? Não! O que o levou, pois, a dizer tudo isso? Esse texto nos apresenta a posição de Jesus em relação à dominação intelectual e à hipocrisia religiosa; a indignação de Jesus diante da dominação e da falsidade praticada por religiosos. Eu poderia fazer um comentário longo. Mas vou parando por aqui. Não é o meu propósito, neste momento, explicar, detalhadamente, essa importantíssima mensagem do Evangelho (da Boa Nova, da Boa Notícia).

Não obstante, Jesus diz: “Felizes os mansos, porque possuirão a terra... Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus...” (Mateus 5)

Aqui, Jesus fala com mansidão. Como se vê, o homem deve agir de acordo com a circunstância. Mas, cuidado: em todos os momentos, o homem deve agir de acordo com o bem, com o amor.

No texto intitulado “Comentário da primeira epístola de São João”, Agostinho escreveu: “... Ama e faze o que quiseres. Se te calas, cala-te movido pelo amor; se falas em tom alto, fala por amor; se corriges, corrige com amor; se perdoas, perdoa por amor. Tem no fundo do coração a raiz do amor: dessa raiz não pode sair senão o bem!” (Agostinho: o convertido, 2007)

Fica, pois, uma reflexão sobre como devemos agir.