Texto sobre livros ou autores pelo qual me apaixonei
Livros
Amarelinho – Ganymédes José
A Droga da Obediência Pedro Bandeira
De Agosto a agosto com muito gosto – Mário Rudolfo
O Alquimista – Paulo coelho
50 tons de cinza- E L James
As Cronicas da Contra Terra (Gor) - John Norman
O meu primeiro eu nem me lembro que idade eu tinha, muito menos em que série eu estudava, talvez ali pela segunda ou terceira série, me lembro que eu havia mudado de escola e era tudo novo, até então ler não era minha praia, mesmo tendo aprendido com 4 anos, ler um livro inteiro, me parecia coisa de doido, mas a mando da professora minha mãe comprou um livro chamado “Amarelinho” um livro fininho, miradinho, como o personagem da história era, quando minha mãe me trouxe aquele livro eu pensei “isso” era isso que era para ler? Eu peguei passei por algumas páginas, nada me chamava atenção, eu olhava a capa um menino pequeno, magrelinho que segurava um saco de papel com o que parecia uma arma dentro, me lembro do cachorrinho da capa e como ele estava abanando o rabo para o magrelinho que parecia estar triste, não dei muita bola, mas minha mãe insistia, dizia que eu tinha que ler, dizia que era para a escola, e quanto mais eu achava que era uma obrigação ler aquilo (sim aquilo, pois não me remetia nada), mais eu adiava a leitura, até que minha mãe me deu um ultimato, eu teria que ler, me sentei no sofá com um bico do tamanho do mundo e abri o livro pra ler, “a história de um trombadinha” humm eu li aquilo e torci os lábios, mas comecei a ler, eu só via coisa ruim naquilo, menino pobre, ladrão favelado, mas ler aquilo e ver na TV um jornal era mesma coisa, porque ler então? Eu me perguntava enquanto passava as páginas, “nossa que dó”, “porque os maiores sempre judiam dos pequenos?”, eu comecei a sentir pena do amarelinho, sim o nome dele era amarelinho e não magrelinho como eu o chamava, tadinho ele era magro porque ninguém dava nada para ele comer, eu sentia que ele não podia ficar sozinha, eu tinha que saber o que os maiores fariam com ele, eu tinha medo do que eles poderiam fazer, e assim eu fui lendo e lendo, quando eu vi andava com o livro, levava onde eu fosse, minha mãe perguntava “ainda não terminou esse livrinho?” “não, mãe” eu só respondia assim porque eu não queria terminar e ter que sair de perto do amarelinho, eu lia devagar, eu voltava as páginas, eu não sabia mais estava apaixonada.
Com o tempo fui esquecendo o amarelinho, eu ia crescendo, estava na mesma escola, e lá na minha adolescência novamente uma professora passou um título para ler, A droga da obediência, eu pensava que era um livro de adolescente que não gostavam de obedecer, eu pensava que ela queria dar lição de moral com aquele livro, mas como uma boa cdf eu fui ler, tinha um grupinho que se intitularam “os karas”, nossa que legal, meu grupinho na escola também tinha um nome, eles eram aventureiros, tinha suspense, muito mistério, nossa e se passava em São Paulo, eu me sentia no livro, tentando descobrir onde estava meus amigos, quando descobrimos que estavam testando uma droga nos nossos amigos, ficamos furiosos, queríamos resgatá-los, mas eles só obedeciam essa espécie de empresa que fazia testes assim, nós precisávamos desmascarar tudo isso, ter nossos amigos de volta, e assim eu ia como se dentro da história, tramando os caminhos.
De agosto a agosto com muito com gosto, foi lido em agosto, por coincidência ou não, me apaixonei pelo padre do livro, bom ele não era mais padre e tinha um relacionamento homossexual, mas eu participava da história dele, que alias é uma história real, eu tinha dó do que os padres faziam com ele, de tudo que ele sofria e finalmente quando acha alguém para ser feliz ele descobre que estava doente e na época era certo que morreria, e eu, ah eu fiquei ali segurando a mão dele até o fim, não larguei, não saia sozinha, ele precisava estar comigo até o último suspiro e assim foi minha terceira paixão.
Quando você vai crescendo, vai buscando coisas mais profundas, que passem alguma lição, acho que foi assim que eu me aproximei do Paulo Coelho, eu estava fora do Brasil, sentindo falta daqui, passeando por umas das bibliotecas de Nova Iorque, me deparei com um livo em português, “O Alquimista”, fiquei imaginando que seria uma história de ficção, de feiticeiros sei lá, e não peguei o livro, a noite quando conversei com minhas primas e elas disseram o quão bom era o alquimista eu resolvi que também queria experimentar, e assim como minhas outras paixões até aqui, não foram a primeira vista, fui lá na biblioteca e peguei emprestado o Paulo e seu Alquimista, e nossa, como eu entrei nessa história, parecia que eu estava ali caminhando com ele, e quando ele encontra o Alquimista então, eu não conseguia sair dali também, me lembro que quando eu não estava com o livro, por vezes fechei os olhos e tentei meditar forte o bastante para ser carregada de volta pro livro, assim como ele, saiu da montanha e foi para outro lugar com a força do pensamento, e assim foi minha quarta paixão.
Ano passado, eu tive um amor doentio, porque eu não amava, eu odiava, mas eu precisava estar ali perto do Christian Grey e seu Charlie Tango, não gosto do livro, não gosto da autora, mas precisava ler, queria saber como a autora falava de uma coisa verdadeira, e por isso meu ódio, poxa ela sabe, poxa ela vive isso e mesmo assim mentia, por quê? Quantas vezes eu perguntei o porquê, pra que mentir assim, sim é um mundo obscuro, silencioso, é um mundo grande e não de loucos como ela passou, quem vive a
Dominação, assim mesmo com letra maiúscula, e a submissão assim também, escrita com minúscula sabe que quem vive este mundo, não vive nele porque sofreu na infância como o Christian ou porque era virgem e sem experiência como a Anastácia, assim eu li dois dos três livros, as vezes jogando eles pro lado indignada, as vezes pegando e tirando seu pó, para cuidadosamente passear pelo mundo do Christian e seu quarto vermelho, afinal pra quem vive isso na realidade, há coisas boas nos livros, há coisas que nos fazem imaginar, e o que é o ódio se não uma forma de amor?
A meu último e eterno amor, esse sim já amava antes de conhecer, nem amor a primeira vista é, porque antes que eu olhar o livro, tocá-lo, eu já o amava, já chamava o Senhor John Norman de Senhor, pelo respeito a ele, quem lê e conhece sobre Gor, das duas uma, ou acha um absurdo e odeia, ou ama e o segue, sim Gor é um livro de ficção, sim é em outro planeta, mas dai? A filosofia que o livro passa, e algo vivido na Terra por seus seguidores como eu, o mundo que ele criou, ele só criou para trazer a tona toda essa filosofia, essa crença em papéis naturais, esse orgulho por ser o que é, e a honra que cada Goreano traz me fascina, sim sou apaixonada por Gor, e divido essa paixão com os meus, não escondo, tenho orgulho de ser uma kajira, é um amor incondicional, e um amor que vários compartilham, a coisa melhor? Esse amor eu tenho a quase dois anos e vou ter por muito e muitos anos, afinal só de livros são 33, fora a filosofia, os estudos, o aprendizado, ah Gor, impossível não amar.