17/04

Meu pai faria aniversário amanhã, dia 18, o aniversário dele, como o meu, cai sempre próximo da semana santa. Ele me contava que quando era criança esperava ansiosamente pela data e que quando meu avô represava um braço de rio que cortava a fazenda para pescar o peixe da sexta feira santa, ele sabia que a data do aniversário estava próxima. “Quando eu era criança parecia que demorava uns cinco anos até a data chegar” ele dizia com o exagero que o caracterizava... “e hoje que estou velho, parece que toda semana é meu aniversário...”

Uma vez, no meu 23 aniversário, eu esqueci completamente da data. Isso mesmo, esqueci do meu próprio aniversário. Só caiu a ficha quando cheguei em casa e tinha uma gangue esperando pra tomar cachaça...

O modo como enxergamos a passagem do tempo muda conforme a idade e estado de espírito. Nunca tinha pensado em aniversários como passagem do tempo, essa coisa que inventamos para medir a existência das coisas.

Agora, estando talvez na segunda metade da vida, os aniversários não chagam a ser toda semana, como dizia o mestre Luiz, mas que são uns três por ano não tenho dúvidas... O contar do tempo vai deixando de ser algo lúdico e, por dezenas de motivos, vai tomando tons de cinza, um quê de angustiante.

Eu nem sei porque estou escrevendo isso, sentei aqui pra escrever alguma coisa pra sacanear vocês, mas não tô na “vibe” hoje...Deve ser andropausa ou falta de cachaça, sei lá...

Até hoje, nunca tinha refletido nos aniversários como relógio dos anos, para mim sempre foi só desculpa pra juntar os amigos e fazer churrasco e beber cerveja. Não gostei do resultado da reflexão.

O tempo, frio e inexorável, nos é completa e totalmente indiferente. E só anda pra frente...Então não refletirei mais sobre ele. Já que sua natureza não muda, trata-se apenas de aproveitá-lo.

O churrasco fica pra depois e tem o feissibuqui que junta o povo virtualmente...

Boa páscoa a todos.