PERFIL DE UM ESCRITOR

Durval Nunes, poeta e escritor, membro da Academia Barreirense de Letras, vem presentear seus leitores com uma joia de inestimável valor. É o livro Minha Cara Mãe Calina.

Leitora e admiradora dos textos de Durval, folgo em saber que sua batalha pela editoração deste livro teve êxito. Isso corrobora o que nós, que escrevemos, estamos sempre a dizer: Como é difícil editar um livro! Obviamente, escrevê-lo também o é. Mas a batalha, para quem é desconhecido da mídia, é ferrenha. Sem persistência e ousadia, e sem condição financeira para bancar , se não conseguir apoio , a luta pode se “ tornar vã”.

A experiência do autor, como jornalista, em periódicos da região, contribuiu, consideravelmente, para firmar sua performance de escritor .Suas crônicas, lidas avidamente por muitos, são, vez ou outra, comentadas por leitores que, com ele, mantinham contato amigável, e são, também, esperadas pelo público. .

Já em seu livro “Sinfonia das Águas”, Durval nos encantou com sua sensibilidade e alma de poeta, que maneja bem essa vertente da literatura.

Os contos, crônicas e poemas criados por Durval Nunes resgatam ou fazem renascer, sentimentos e expressões que remetem ao interior dos sertões, das águas límpidas “das vertentes lá dos gerais”, das águas barrentas do Velho Chico e ao interior de nós mesmos.

Durval Nunes expressa sua arte, quer seja no linguajar que , certamente fascinará, também, os jovens do Vale do São Francisco, sem ferir ou violentar a norma culta que os afastam do prazer da leitura, quer seja na beleza dos seus versos, bem garimpados, delineando seu conhecimento no jogo das palavras, quer seja nos “causos” que nos proporcionam momentos agradáveis de lazer.

Por tudo que já foi dito, o autor enriquece de modo fundamental o conhecimento dos jovens, principalmente no ponto de vista de questões intrínsecas e/ou extrínsecas já apontadas e onde a linguagem coloquial se abraça com a norma culta, num elo fascinante, principalmente pelo uso do vocabulário “português brasileiro”, como diz o professor/doutor Marcos Bagno que se apoia nas condições da Linguística moderna e enfatiza que o preconceito linguístico traz consequências políticas, sociais e pedagógicas.

Assim, a literatura memorialista tem mais um expoente de valor na expressão do estilo e conteúdo do poeta e cronista Durval Nunes. Entre as figuras de linguagem (recursos que o autor utiliza, com muita propriedade, para dar maior expressividade), a onomatopeia kéu-kéu-kéu (texto“Quero-queros”) a sinestesia (texto “A Feira”), a aliteração e a metonímia entre tantas outras, dão uma tonalidade especial ao rico estilo do autor. Estas características não afetam as normas literárias e são válidas como motivação e incentivo à leitura, despertando o interesse para as temáticas autênticas da região interiorana, as quais correspondem à realidade vivencial de cada um deles.

Indubitavelmente, o livro Minha Cara Mãe Calina concorre grandemente para resgatar, divulgar e fortalecer a Cultura Literária do Vale do São Francisco, assim como seus versos em “Sinfonias das Águas”, levam ao leitor uma visão do belo.

nadir andrade
Enviado por nadir andrade em 03/04/2013
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