UM ENSAIO SOBRE O POLITICAMENTE CORRETO

O mundo só não é mais permeado de maldade graças ao medo de ter culpa e ao desespero dos remorsos. Graças a Deus!

Sou contra quem quer revolucionar o mundo através do excesso de bondade, e do excesso de correção. Uma vez que essa é coisa mais incorreta do ser humano, assim como, o senso de maldade toma muito mais conta do ser do ser humano ante o senso de bondade. E ele só não exerce cada vez mais sua maldade pelo fato de encontrar um emaranhado de barreiras morais e sociais contra isso.

O homem pode até ter um sentido de bondade, almejar sua prática e até praticá-la. Mas pessoalmente. Portanto, nenhum homem sozinho, nem o mundo sendo regrado e ditado por normas, conseguirá ser eternamente bom, justo, correto ou feliz. Nunca! A felicidade momentânea e isolada é até possível; generalizar a felicidade é coisa impossível. Sem sobra de dúvidas.

E é isso que o politicamente correto – esquerdista por sua natureza - faz quando começa ditar os comportamentos humanos através das esferas públicas, quando isso fica sendo um a arma na mão de juízes, jornalistas, mídia, artes, cultura e professores, tanto do ensino escolar como do ensino universitário.

Ora!, ninguém precisa de governo para tudo. Ninguém precisa de regra para tudo. A sociedade não precisa que um grupinho elenque todas as regras do comportamento, bem como todas as regras do sentimento que devemos agir e sentir, respectivamente. Ninguém precisa de status On ou Off. Ninguém tem o direito de merecer ser manobrado com uma tecla de “play / pause” por quem acha que sabe todas as receitas para transformar o mundo em um "mundo perfeito”. Quando, de fato, essa perfeição não passa de uma utopia idiota encarcerada na cabeça de certos grupinhos políticos da esquerda “coitadinha” que, se acham iluminados, e têm a bula pronta de um remédio contra todos os preconceitos e com isso salvará aquela sociedade. De modo que, na realidade, a noção de preconceito fica invertida e deturpada.

Nenhuma ideologia política, tampouco um conjunto de atos políticos são capazes de modificar o mundo. Acho quem nem para pior, muito menos para melhor. Políticas públicas e o excesso de regramento da conduta humana através de atos legais, judiciais, administrativos ou jornalísticos jamais conseguirão tornar o mundo melhor, perfeito e feliz no que diz respeito à eterna convivência. Toda e qualquer sociedade sabe se guiar por si só e instituir suas próprias regras de convivência. As pessoas não são fantoches que precisam de alguém ou um grupo DITANDO quais os comportamentos certinhos para termos uma convivência harmônica feliz e bem resolvida; as pessoas são as responsáveis pelo que pensam, sentem e fazem. Ninguém precisa de um código “politicamente correto”, repito, imposto por uma pessoa ou grupo, para ser uma pessoa “certinha”.

Isto não passa de uma estupidez em tentar bestializar o mundo todo... Isso sim!

Por exemplo, cotas raciais para negros quando, o número de brancos que não tem oportunidade, é tão grande quanto o número de negros que também não tem (afinal, o que é ser negro no Brasil? Será que o "amarelo" de cabelo pixaim e beiço grande não é negro também? Em um país multirracial existir politica cotista é, no mínimo, um engodo); a presidenta eleita que faz uma “Comissão da Verdade” para investigar crimes contra comunistas na época da ditadura militar, mas não dá a mínima para os militares e inocentes que foram mortos por comunistas nessa mesma época pela luta armada. Fazem a comissão da verdade para uns, e deixa o que lhe convém no mundo da mentira e da omissão para os outros que se sentem coitadinhos, embora tenham feito e façam atrocidades piores e ruindades maiores. Também é o caso de existir uma causa gay, protestando que morrem, por causa da homofobia (eu não entendo bem isso, não sei qual o conceito de homofobia que inventam), alguns gays por ano no país, cerca de pouco mais de uma centena, com isso se revoltam e o governo age em prol dessa “causa”, mas nem os gays nem o governo dão a mínima, fazendo vista grossa, para as mais 50.000( CINQUENTA MIL) homicídios por ano no Brasil. Quer dizer que a morte de uns cem, duzentos gays, às vezes namorado assassinando namorado, é uma causa maior do que o morticínio de mais de CIQUENTA MIL PESSOAS? E estes mais de CINQUENTA MIL homicídios por ano aqui no Brasil, não é homofobia?! Olhe que deturpação! Pra completar o despautério sócio-político, o Ministro da Justiça – Cardozo - tem um projeto de lei em tramitação que institui regalias e benefícios para os presos, bem como a instituição do “Dia do Carcerário”. Veja o link: http://www.youtube.com/watch?v=ihLPYX8f3mM

Ou seja, se preocupam com uma minoria, mas se esquecem do problema principal. A punição deve ser infalível para todos os homicidas, todos, sem distinção de classes, etnias ou opções sexuais. O problema dos homicídios no Brasil não é a causa "homofóbica", mas a criminalidade como um todo. O problema não está nos gays assassinados, mas nos CINQUENTA MIL homicídios.

A lei Maria da Penha está em vigor e nem por isso diminiu o nível de agressão às mulheres. Tudo porque a lei é vazia quando só é usada com sentido de coitadismo e não se tem ordem social, punição infalível, corpo político com vergonha na cara e instituição familiar conservada.

Bolas!, eu não acredito que uma sociedade fique perfeita. Justo porque o homem é imperfeito e se ela atingir essa perfeição foi porque alguém ditou, impôs ou totalizou a opinião através daqueles mecanismos: judiciário, mídia e professores manobrados cheios de titica de galinha na cabeça.

E se esse mundo fica assim muito “corretinho” como querem e dizem que lutam por isso: se ele fica colorido demais, afro demais, natureba demais, ambientalista demais, feminista demais, esmoler demais... Assim o é porque alguém ou algum grupo impõe isso, determina isso, austera isso... Pois, politicamente falando, não existe nível de pessoas comandadas sem um poder superior que tenha emitido o comando. Socialmente isso é impossível...

Sendo assim, então, não tem pra que ninguém ditar o que temos que fazer como algo "politicamente correto". Eu sei minhas escolhas, eu sei com quem devo falar, conviver, respeitar e seguir (desde que não haja agressão). Eu sou eu e minhas escolhas. Eu sou eu e minhas atitudes. Eu sou eu e tudo aquilo que eu causo. Como disse Ortega y Gasset: “eu sou eu e minhas circunstâncias; se não me salvo a elas, não me salvo a mim mesmo”.

É a liberdade de ser o que somos e o que queremos ou devemos ser, o que se torna fundamental para viver; não um complexo de regras que queira igualizar e nivelar o mundo através do ressentimento daqueles que se sentem magoados. Verdadeiros rebeldes sem causa!

Mas daí você diz: se for assim, então é permitido ser criminoso: matar, roubar, fumar maconha... Não, pois isso constitui crime, e o crime ultrapassa barreiras do poder pessoal. São regras que se constroem cultural e costumeiramente em uma dada sociedade. Portanto, matar, roubar, fumar maconha... Queira ou não, pertencem a um conjunto de regras que são moralmente, socialmente, politicamente e juridicamente proibidas. Então isso ultrapassa o sentido da liberdade própria. Mesmo assim, não se veta. Você pode até apoiar o roubo, o homicídio ou o uso de drogas. O que não lhe dá o direito do poder de DITAR regras em cima disso que tanto faz ser a sua causa de vida.

Justamente, o problema do politicamente correto é esse: você não pode querer que uma maioria faça, obrigatoriamente, nem se oponha, ao que uma minoria faz só porque se essa maioria não fizer, tal minoria se sentirá ofendida. Tipo o ditado “todo político é ladrão mesmo” ou quem é gayzista (impor que o mundo seja visto com o enfoque gay e colorido, e que o gay não possa merecer repulsa nenhuma, mesmo que não haja agressão alguma) – e aqui nada tenho contra gays, pelo contrário, tenho vários amigos gays e os adoro – ou maconheiros que fazem “marcha da maconha” e querem legalizar as drogas... Estes grupos não podem querer que uma maioria se curve diante deles só porque eles se sentem coitadinhos e ofendidos quando são contrariados. Isso é absurdo.

Ao passo que, é bem assim que o politicamente correto atua: alguns gays ou negros fazem ruindades e faltam com o pudor, mas ficam blindados de receber críticas, pois “é feio” criticá-los por um certo comportamento, mesmo antissocial e jurídico, de modo que confundirão as coisas, achando que a crítica é por razão de raça ou opção sexual. Não. É por uma questão de comportamento. E todo comportamento, seja de negros ou brancos; gays ou héteros, biriteiros ou naturistas; homens ou mulheres; maconheiros ou caretas... Todos os comportamentos são criticáveis.

Olhe a cachorrada que foi aquele episódio dos alunos da USP fazerem um protesto contra a polícia porque não queriam policiamento ao redor da faculdade, só para eles fumarem maconha em paz. Ah, santa paciência!, se você quer fumar, arrume outro canto pra fumar! Queira ou não, é um comportamento antissocial e até antijurídico. Daí, Isso passa a ser causa, eles passam a lutar por isso e invertem o conceito de democracia em que mesmo a maioria da população sendo contra e ridicularizando o ato, eles acham que essa maioria deve se curvar e aceitar meia dúzia de caras baderneiros lutar por uma causa que é de inteira contrariedade do que a maioria pensa, só porque se sentem frustradinhos por não poderem fumar seu baseado sem que ninguém possa direcionar um olhar torto. Eles devem entender que todo comportamento – TODO – é criticável. TODO!

A era do politicamente correto é a era dos injuriados que não aceitam críticas; a era dos teimosinhos que não sabem mais levar palmadinhas.

Podem até me ridicularizar, xingar ou não gostar porque escrevi esse texto. E daí?, eu não vou me sentir ofendido por isso, nem me fazer de coitado. Assim como não me assustará se esse texto for censurado por alguém “politicamente correto”.

Pois é isso, o politicamente correto é a revolta da inveja dos que se sentem ofendidos por tudo que botam na mente e por todos que eles julguem ser fascistas, preconceituosos, intolerantes e opressores, o desespero da lerdeza de quem não sabe ser criticado e o manifesto do ressentimento dos despeitados que se escandalizam porque não permitem ser escandalizados, por mais que venham a fazer tolices.

O politicamente correto é choro daqueles que não têm o comportamento imitado e adorado... É o plágio do complexo de inferioridade