Filmes e documentários sobre Viagens na minha Terra, marco inicial do Romantismo português (séc. XIX)

almeida garrett.wmv

http://www.youtube.com/watch?v=IE3egd0osy0

Série "Grandes Livros" - Viagens na minha Terra de Almeida Garrett

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=ho2ZqiVUCss

VIAGENS NA MINHA TERRA - primeira parte_WMV V9.wmv

http://www.youtube.com/watch?v=91NZesG32RM&feature=related

Grandes Livros - Episódio 10: "Viagens na Minha Terra", Almeida Garrett (3/6)

http://www.youtube.com/watch?v=CUYkNZh0xaQ&feature=related

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Publicada em 1846, a obra Viagens na Minha Terra continua a ser um texto de difícil definição. Exemplo magistral do talento de Almeida Garrett, este livro condensa vários estilos literários e um dos retratos mais realistas do Portugal do século XIX. Narrativa de viagens, manifesto político, crónica jornalística, romance, tudo cabe dentro nestas páginas.

A “história” começa com a partida de Lisboa de um sujeito-narrador (identificado como Almeida Garrett) rumo a Santarém, para uns dias de descanso na casa de seu amigo Passos Manuel. A partir daqui, e com descrições esplendorosas de certas áreas de Lisboa que hoje já não se descobrem, o narrador segue o seu trajecto… de barco, de charrete e até às costas de um simpático burrico. Enquanto viaja, também a sua mente vagueia pelo passado, pelo presente e pelo futuro. São estas as outras “Viagens” que o titulo aponta: um olhar sobre o Portugal de oitocentos, sobre a sociedade nacional, sobre a politica corrupta, sobre o desencanto final do liberalismo. Entre as observações surge um paradoxo inesquecível: os “frades” e os “barões”, quais Sancho Pança e Dom Quixote lusitanos, que, entre si, tomam as rédeas do país e incutem o progresso. Os “frades” representam o conservadorismo, a tradição, os velhos e inquebráveis costumes. Os “barões” são os acomodados, os antigos lutadores que, abdicando dos seus ideais, se entregam ao vício, ao diletantismo e a preguiça da demagogia. Um sem o outro não existem, um sem o outro não fazem o país caminhar.

Mas há muito mais nas páginas de “Viagens na Minha Terra”. Para a posteridade, e porque o Romantismo “exigia” uma história de amor desafortunada para ilustrar o arrebatamento e consequentes perigos da paixão, temos o romance entre Carlos e Joaninha. Com os seus olhos verdes (aos quais é dedicada uma página de louvores), ela representa a pureza da vida campestre, limpa da corrupção citadina, impoluta na sua mente ingénua. Ele é o símbolo heróico das lutas liberais, do combate de palavras e d armas que marcou a geração de Garrett. Carlos foi criado com Joaninha, sua prima, no Vale de Santarém, mas procura longe algo que sentia faltar-lhe. Entre romances falhados e lutas variadas vê-se retornado ao local de onde partira. Vê-se rendido aos encantos da sua bucólica parente e, perante a sujidade que a vida das grandes cidades já lhe entranhara na alma, renuncia ao seu amor. Nas alas deste desenrolar trágico surgem-nos a figura da avó Francisca (cega, sofrida, carente) e de Frei Dinis (carregado de remorso).

Ficam-nos estas “Viagens” que, fisicamente, foi breve (Lisboa – Santarém; Santarém – Lisboa), mas que atravessou toda a alma de um país que ainda se descobre entrelinhas.