Meus medos, [...]
[...] anseios e segredos não me permitem permitir que tu deixes rastros ao sair da minha cama. Só vá embora. Leve toda a sua roupa, até o suspensório que está jogado, embaixo do criado-mudo. Leve suas lembranças, esperanças, palavras doces e mentirosas, eu não as quero perto de mim. Deixe-me sozinha, quero paz pra ler meu bom livro e há um maravilhoso vinho me esperando na cozinha. Não, não volte. Você não é mais bem-vindo aqui. Não pretendo te deixar entrar novamente. E por mais que eu já tenha decidido algumas dúzias de vezes atrás e todas elas se mostraram totalmente inúteis, essa eu não deixarei tornar-se promessa, apenas. De promessas não cumpridas eu já enchi um cômodo inteiro, mal consigo abrir a porta. Esta noite é no meu sorriso que eu vou pensar antes do sono chegar. E quando eu acordar, ligarei a TV, como o de costume e não vou lembrar de olhar no telefone pra ver se você lembrou de mim. Eu decidi ficar aqui, observando o tic tac do relógio, tão mais interessante que sua voz ao proferir enganações. Olha só, pra quem aprendeu a pensar por si mesma há tão pouco tempo, até que estou indo bem