Sabedoria Mestre de Obras”
Segundo o estudo de Whybray, a “Sabedoria-Mestre de Obras” é a personificação poética de um atributo de Deus: o da Criação.
Essa bela construção metafórica, que a Maçonaria aproveita para informar a sua face espiritualista, é uma inspiração que serve bem aos seus propósitos filosóficos, pois no jargão maçonico, trata-se de colocar “Ordem no Caos”, ou seja, reunir o que está disperso, promover sinergia e construir o edifício social, da mesma forma que a “Sabedoria-Mestre de Obras” faz com o Cosmo. E é nesse sentido que se compreende a experiência de Israel como Nação de Deus e os israelitas como povo eleito, pois não fosse essa concepção, o Sionismo não seria mais que uma doutrina de segregação racial, tão espúria e condenável quanto o nazismo, e a Maçonaria, que dela empresta muitos atributos, não mereceria menos antipatia.(8)
Mas aqui trata-se de uma alegoria e não de uma doutrina. Assim, quando se fala que foi a “Sabedoria-Mestre de Obras que guardou o primeiro homem,formado por Deus, para ser o pai do gênero humano,que tinha sido criado só, tirou-o do pedcado e lhe deuforças para governar todas as coisas.”( Livro da Sabedoria, 10:1), o que se quer dizer é que Deus deu ao homem a inteligência para pensar e com o seu pensamento reconhecer o mundo e colocar ordem nele. E esse poder está associado ao uso da linguagem, o uso da palavra, segundo a qual, ele deu “nome” aos animais e ás coisas. Esse seria o papel do homem enquanto Pedreiro da Obra Universal na terra. E é nesse contexto que se desenvolve, por exemplo, a alegoria da Procura pela Palavra Perdida, que é um dos momentos mais significativos da jornada iniciática da Maçonaria. Pois que essa Palavra nada mais é que esse Poder que foi dado ao homem na sua concepção, e que ele a perdeu em razão da sua queda. Significa, outrossim, que o homem perdeu a Sabedoria arcana, a “Sabedoria Mestre de Obra”, que lhe permitia “nomear” as coisas e colocar “Ordo ab Chaos”.Assim, o espírito da egrégora maçônica é invocado na esperança de recuperar essa prerrogativa, que se consuma no encontro da Palavra. (9)
Não foram outras as razões de os israelitas terem desenvolvidos o conceito de “povo eleito”, que foi aplicado primeiro á nação de Israel e depois, quando a política de seus reis profanou esse conceito, ás seitas que se desenvolveram na Judéia após a restauração liderada pelo Aterzata Zorobabel. (10) Essas seitas, especi-almente a dos essênios, tinham como objetivo justamente a preservação da primitiva “egrégora” formada pela Israel bíblica, egrégora essa que se identificava com a idéia, nunca abandonada pelos sábios de Israel, com a primitiva Aliança.
Este é, aliás, o sentido da expressão Tesouro Arcano, pois foi esse tesouro, que é a “Sabedoria Mestre de Obras”, que Moisés depositou na Arca da Aliança. Essa informação nos vem da Septuanginta, onde se diz que a Sabedoria “é o livro da aliança do Deus Altíssimo, a Lei que Moisés promulgou, a herança para as assembléias de Jacó”, onde se coloca, mais uma vez a idéia de que a primitiva nação de Israel tinha, na origem, uma conformação de Loja.
É dessa idéia tipicamente arquetípica que sai também o anelo que a Maçonaria tem pelo Rei Salomão (outro arquétipo), e pelo Templo de Jerusalém(também uma alegoria arquetípica). Ambos, o rei e a obra, são símbolos, um da “Sabedoria Mes-tre de Obra” que constrói, o outro da própria obra construída. Um, o arquétipo do próprio Mestre-Pedreiro, é iconizado como a própria “Sabedoria Mestre de Obra”, e é nesta visão que ele aparece, tanto na própria Biblia(livro de Reis, III) quanto nos textos sapienciais ( A Sabedoria de Salomão), onde se coloca a idéia de que a “Sabedoria é como um associado nas obras de Deus” e atua como “articuladora de todas as coisas”, e “continuamente ordena e renova toda a criação”. como um associado nas obras de Deus” e como “a articuladora de todas as coisas”, uma dimensão que atravessa todo o universo e “continuamente ordena e renova toda a criação” E é aqui que se entende também o posterior desenvolvimento do Drama de Hiram, o Mestre Arquiteto, pois este é o homem decaído que se regenera pela recuperação da Palavra.
É daí também que vem a idéia do Logos, o Verbo que “estava no começo com Deus, era Deus e fez tudo que no mundo existe”, idéia essa que foi expressa primeiramente pelo filósofo judeu Philo de Alexandria, e que o gnóstico João aproveitou para abrir o seu Evangelho. Mais que um belo poema gnóstico, esse memento com que o evangelista abre sua crônica, expressa a crença da existência de um mundo de idéias arquetípicas, que repousa na mente de Deus, e que estas, refletidas na mente humana e instrumentalizadas pelas habilidades colocadas em suas mãos, formatam as realidades da sociedade humana, da mesma forma que no mundo das realidades sutis, onde esses arquétipos se formam, a Sabedoria, o Logos, engendra os planos da Criação cósmica. É dessa noção que sai a idéia de que Deus, o Logos, atua como se fosse um Arquiteto Mestre, pensando o universo através das leis que ele promulga, e estas, como planos gerados na prancheta de um Criador, são projetados como idéias arquetípicas, as quais refletindo na mente humana, são reproduzidas no mundo material.
Eis, portanto, na formidável intuição dos sábios de Israel, a estrutura arquetípica que está na idéia central da Maçonaria, enquanto filosofia estrutural de construção da sociedade perfeita.
Segundo o estudo de Whybray, a “Sabedoria-Mestre de Obras” é a personificação poética de um atributo de Deus: o da Criação.
Essa bela construção metafórica, que a Maçonaria aproveita para informar a sua face espiritualista, é uma inspiração que serve bem aos seus propósitos filosóficos, pois no jargão maçonico, trata-se de colocar “Ordem no Caos”, ou seja, reunir o que está disperso, promover sinergia e construir o edifício social, da mesma forma que a “Sabedoria-Mestre de Obras” faz com o Cosmo. E é nesse sentido que se compreende a experiência de Israel como Nação de Deus e os israelitas como povo eleito, pois não fosse essa concepção, o Sionismo não seria mais que uma doutrina de segregação racial, tão espúria e condenável quanto o nazismo, e a Maçonaria, que dela empresta muitos atributos, não mereceria menos antipatia.(8)
Mas aqui trata-se de uma alegoria e não de uma doutrina. Assim, quando se fala que foi a “Sabedoria-Mestre de Obras que guardou o primeiro homem,formado por Deus, para ser o pai do gênero humano,que tinha sido criado só, tirou-o do pedcado e lhe deuforças para governar todas as coisas.”( Livro da Sabedoria, 10:1), o que se quer dizer é que Deus deu ao homem a inteligência para pensar e com o seu pensamento reconhecer o mundo e colocar ordem nele. E esse poder está associado ao uso da linguagem, o uso da palavra, segundo a qual, ele deu “nome” aos animais e ás coisas. Esse seria o papel do homem enquanto Pedreiro da Obra Universal na terra. E é nesse contexto que se desenvolve, por exemplo, a alegoria da Procura pela Palavra Perdida, que é um dos momentos mais significativos da jornada iniciática da Maçonaria. Pois que essa Palavra nada mais é que esse Poder que foi dado ao homem na sua concepção, e que ele a perdeu em razão da sua queda. Significa, outrossim, que o homem perdeu a Sabedoria arcana, a “Sabedoria Mestre de Obra”, que lhe permitia “nomear” as coisas e colocar “Ordo ab Chaos”.Assim, o espírito da egrégora maçônica é invocado na esperança de recuperar essa prerrogativa, que se consuma no encontro da Palavra. (9)
O Grande Arquiteto do Universo
Não foram outras as razões de os israelitas terem desenvolvidos o conceito de “povo eleito”, que foi aplicado primeiro á nação de Israel e depois, quando a política de seus reis profanou esse conceito, ás seitas que se desenvolveram na Judéia após a restauração liderada pelo Aterzata Zorobabel. (10) Essas seitas, especi-almente a dos essênios, tinham como objetivo justamente a preservação da primitiva “egrégora” formada pela Israel bíblica, egrégora essa que se identificava com a idéia, nunca abandonada pelos sábios de Israel, com a primitiva Aliança.
Este é, aliás, o sentido da expressão Tesouro Arcano, pois foi esse tesouro, que é a “Sabedoria Mestre de Obras”, que Moisés depositou na Arca da Aliança. Essa informação nos vem da Septuanginta, onde se diz que a Sabedoria “é o livro da aliança do Deus Altíssimo, a Lei que Moisés promulgou, a herança para as assembléias de Jacó”, onde se coloca, mais uma vez a idéia de que a primitiva nação de Israel tinha, na origem, uma conformação de Loja.
É dessa idéia tipicamente arquetípica que sai também o anelo que a Maçonaria tem pelo Rei Salomão (outro arquétipo), e pelo Templo de Jerusalém(também uma alegoria arquetípica). Ambos, o rei e a obra, são símbolos, um da “Sabedoria Mes-tre de Obra” que constrói, o outro da própria obra construída. Um, o arquétipo do próprio Mestre-Pedreiro, é iconizado como a própria “Sabedoria Mestre de Obra”, e é nesta visão que ele aparece, tanto na própria Biblia(livro de Reis, III) quanto nos textos sapienciais ( A Sabedoria de Salomão), onde se coloca a idéia de que a “Sabedoria é como um associado nas obras de Deus” e atua como “articuladora de todas as coisas”, e “continuamente ordena e renova toda a criação”. como um associado nas obras de Deus” e como “a articuladora de todas as coisas”, uma dimensão que atravessa todo o universo e “continuamente ordena e renova toda a criação” E é aqui que se entende também o posterior desenvolvimento do Drama de Hiram, o Mestre Arquiteto, pois este é o homem decaído que se regenera pela recuperação da Palavra.
É daí também que vem a idéia do Logos, o Verbo que “estava no começo com Deus, era Deus e fez tudo que no mundo existe”, idéia essa que foi expressa primeiramente pelo filósofo judeu Philo de Alexandria, e que o gnóstico João aproveitou para abrir o seu Evangelho. Mais que um belo poema gnóstico, esse memento com que o evangelista abre sua crônica, expressa a crença da existência de um mundo de idéias arquetípicas, que repousa na mente de Deus, e que estas, refletidas na mente humana e instrumentalizadas pelas habilidades colocadas em suas mãos, formatam as realidades da sociedade humana, da mesma forma que no mundo das realidades sutis, onde esses arquétipos se formam, a Sabedoria, o Logos, engendra os planos da Criação cósmica. É dessa noção que sai a idéia de que Deus, o Logos, atua como se fosse um Arquiteto Mestre, pensando o universo através das leis que ele promulga, e estas, como planos gerados na prancheta de um Criador, são projetados como idéias arquetípicas, as quais refletindo na mente humana, são reproduzidas no mundo material.
Eis, portanto, na formidável intuição dos sábios de Israel, a estrutura arquetípica que está na idéia central da Maçonaria, enquanto filosofia estrutural de construção da sociedade perfeita.