A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR HISTÓRIAS VIVIDAS.
O tempo é um devorador cruel das lembranças.
Com paciência de monge, vai apagando um a um cada detalhe, como se espizinhasse cada fio de cabelo que compõe a estrada percorrida.
Essa triste missão acabará atingindo a tudo e a todos, sem distinção, sem a menor pena.
E quando percebemos, estaremos perdidos numa deriva sem tamanho, imersos num vazio que não tem volta, nem remédio.
Estaremos mortos com todas nossas almas, encantos e preciosos entalhes que compuseram cada dia vivido, cada momento respirado,
cada encontro abençoado.
Dessa sina ninguém escapará, nem terá tampouco uma alforria.
Podemos tentar caçar nas catacumbas da memória alguns heróicos sobreviventes do que se passou, esforço que poderá gerar até alguns êxitos, mas que na sua ampla varanda será uma visão árida e desértica da nossa própria história.
Para piorar esse cenário, ainda poderão somar as garras afiadas dos males degenerativos, os Alzheimers da vida, que virão à tona famintos para esmigalhar o que ainda tentar ficar de pé, o que ainda ousar peitar os exércitos bem treinados do esquecimento.
O desfecho dessa ladainha ficará oito palmos abaixo da terra, calado para sempre, retornando gradativamente ao pó do qual fomos gerados.
Um lamentável fim para quem lutou bravamente para ultrapassar as barreiras impostas pela luta diária, um suor que já secou e hoje não servirá para mais nada.
Infelizmente.
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