Movimento Ética e Cidadania dos Campos Gerais: apontamentos históricos
Ao sabor das conveniências, de vez em quando, o Movimento pela Ética e Cidadania de Ponta Grossa, aparece nas discussões ainda que restritas. Isso demonstra sua atuação e existência, históricas, relevantes política e moralmente para o bem do povo. Sem condições de discutir o conteúdo daquele projeto, os seus detratores caçam motivos para ridicularizar figuras exponenciais dele e a composição institucional do Movimento, valendo-se de conceitos imprecisos.
Recentemente, Dom João Braz de Avis, voltou a ser lembrado, pretedendo alguns, boa oportunidade quando da visita revelada e não ocultada na mídia, ao Governador Arruda. Quem tem informações elementares do ofício pastoral do Arcebispo da cidadania, compreende o gesto sem distorções incrédulas. Jesus Cristo andava, recebia, aceitava afeto dos pecadores sem comungar de seus atos, sem deixar de dizer-lhes que fossem e não pecassem mais. A recusa do convite de provocadores ao bispo para encontros e assistirem determinadas peças, os estudiosos da Bíblia encontrarão na passagem em Neemias 6.3, “faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?”. O trabalho de Dom João, dos quais a cidade e nossos políticos não foram dignos, tiveram tanta relevância para o Vaticano, que o bispo foi promovido a Arcebispo da capital federal. Os pontagrossenses lúcidos avaliam quem perdeu. Atribuir ao Arcebispo os desvios comportamentais de seres humanos vinculados ao clero, é afirmar que nos catecismos do catolicismo está prescrito que os religiosos devem seguir na transgressão sexual. Para o mais anti-católico essa é uma afirmação infundada. Certamente a Bíblia proporciona uma rica modalidade de combate à corrupção e a única saída é recomendar aos nossos comunicadores sua leitura anual. O bispo foi claro em sua visita dizendo que Arruda se tornara símbolo de um problema que caracterizava a maioria da cultura política brasileira e cuja tarefa requer esforço patriótico para superar.
Compunham o Movimento de Ética um grupo heterogêneo de intelectuais e políticos, unidos pelo princípio de que a moralidade e a transparências na administração das coisas públicas e sociais, era e continua sendo maior. A tentativa de se valer do conceito de “elite” é falsificação da realidade e indução da população a crença na mentira e no engodo. Por elite entenda-se a posse do poder econômico e tradicional, quanto a manipulação ideológica, a demagogia, a romantização da miséria e da pobreza, o lucro com o estado de inconsciência popular, o prevalecimento do discurso autoritário sobre os pobres e necessitados, a idéia de perpetuação dessa condição. Assim, a esfera de elitização do pensamento político inclui figuras na cidade pretensamente a favor dos pobres. O Movimento não se compunha de gatos pingados e recalcados, mas figuras capazes de não se deixarem iludir pela demagogia, pela oratória autoritária que tirava proveito da simplicidade e falta de escolarização do povo. Eram pessoas capazes de ler e interpretar um texto, efetuar cálculos, na aderir a onda de oportunismos que predominam na política clientelista do Paraná. A crítica ferrenha e ardilosa contra o Movimento se deveu a sua capacidade de enxergar que o rei estava nu.