A MULHER FAZENDO MANICURE.
O ser humano é mesmo uma criatura curiosa.
Trabalho num prédio aqui no centro de Campinas.
No térreo tem várias lojas, entre as quais um salão beleza.
Dá pra ver tudo que passa dentro dele, já que tem vidro transparente. As mulheres são atendidas lá como se ninguém estivesse olhado do lado de fora.
Imagine a cena que vi alguns minutos atrás: uma senhora, na casa dos 45 anos, sentada numa cadeira com as pernas esticadas num banquinho fazendo a sua pedicure. A manicure, quase colada ao vidro, estava tirando suas cutículas, lixando a sola do pé e por aí vai.
Posso estar enganado, mas acho esta cena constrangedora para quem está vendo de fora.
Talvez as duas mulheres não vejam assim, deve ser pra elas uma coisa normal, como ficar numa fila de banco ou apertar o botão do elevador.
Mas acho que esta situação é um tanto particular, íntima até, e que poderia ser vivida de uma forma mais reservada, sem tantas pessoas passando ao lado a toda hora.
É quase como ir à privada e deixar a porta aberta, ressalvadas as proporções.
Tem gente que não se incomoda com os sons e aromas liberados pelo seu corpo nestes momentos tão particulares, mas confesso que só "funciono" com a porta fechada.
Suponho que aquela senhora toda à vontade, cuidando da beleza e higiene dos seus pés e com aquela plateia passando na frente nunca tenha imaginado a sua cena vista do lado de fora do vidro.
Mas que é engraçada, é.
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