O Artista
Por: Egídio Garcia Coelho
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O Artista
Ser artista é e sempre foi um desafio.
Como se enquadrar dentro de conceitos e preconceitos ditados por lideranças donas do poder?
Aos donos do poder somente importa usufruir lucros e controles na ilusão de que os tornam superiores.
Pessoas mais sensíveis percebem a inquietude do coração que sofre oprimido por imposições tendenciosas.
Como infelizmente a grande maioria na humanidade se deixa manipular engolindo seus conflitos quase imperceptíveis que acabam somatizando e adoecendo, “o artista” por ser diferente, se torna irreverente e precisa aprender a administrar sua percepção mais aguçada, sob pena de ser taxado de louco.
Segundo Roberto Crema e Pierre Weil, a grande maioria na humanidade, sofre de “normose”, a patologia da normalidade.
Tudo que é aceito pelos conceitos implantados sistematicamente há milênios para que o poder seja privilégio de poucos, acaba sendo reconhecido pela grande maioria como regras básicas de conduta, consideradas essenciais para que se possa viver em comunidade.
Dentro de tais princípios, uma pessoa pode ser considerada normal se resolver assumir ou adotar um vício, desde que, com drogas devidamente legalizadas que ajudam a alimentar o poder, sendo aqui identificadas duas formas.
A primeira é no faturamento direto com lucros significativos aos privilegiados que vem há muito na manutenção da concessão pelo direito da venda que sabemos serem em muitos casos fruto de corrupções envolvendo somas imensuráveis diante da realidade dos usuários das drogas comercializadas (legalmente).
A segunda é pela consequência da gradativa debilitação do usuário que limita sua capacidade de raciocínio devido aos efeitos colaterais que afetam suas faculdades mentais. E quase sempre de forma imperceptível aos olhos dos normóticos. Com isso, apesar dos alertas feitos nas embalagens, os usuários se enchem de conflitos se julgando incapazes de vencer a dependência.
Uma mente debilitada e cheia de conflitos é uma grande fonte de renda para autoalimentar o sistema de manipulação que interessa em muito às lideranças pela superficialidade com que estes dependentes encaram os mistérios da vida.
Aí temos muitos consumidores impulsivos e incontáveis eleitores inconsequentes, facilmente induzidos e manipulados segundo a necessidade das lideranças.
A irreverência do artista que mesmo inconsciente acaba por denunciar o sistema muito bem elaborado, não pode e nunca foi tolerada em todos os tempos por quem se sente ameaçado.
Com as portas fechadas, em muitos casos, já na própria família, “o artista” visando aliviar sua angústia, acaba buscando de forma ilícita, dentro da visão normótica, uma alternativa de fuga para amenizar seus conflitos tentando ver sentido na vida que em muitas circunstâncias parece não oferecer possibilidades para se viver fora da normose.
Extravasa, no entanto, em paralelo com sua arte, fazendo dela uma importante ferramenta que ao longo da história, a humanidade pode perceber o quanto vem sendo revelado, sem que as lideranças possam impor controles sobre mentes tão criativas e inspiradoras.
Em todas as culturas por todos os tempos estão semeados os rastos destes imortais reveladores que tanto têm feitos pela humanidade e nossa ciência ao que parece ainda não se deu conta da devida importância que merece “O ARTISTA”.
Não quero aqui generalizar, afirmando ser todo artista sujeito a tais circunstâncias, e disso sabemos, devido aos diferentes níveis de desenvolvimento que nos encontramos em cada existência.
A partir deste parágrafo, passaria a escrever fazendo uso da razão, o que procuro evitar!
Portanto, o que foi escrito até aqui, considerem como uma tentativa de traduzir alguns entendimentos numa linguagem racional e não vou revisar fazendo uso da razão, evitando correr o risco de neutralizar o verdadeiro objetivo da inspiração...
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