Jogo de cartas (ou de amor)
Era um sete de espadas (dita carta das mentiras e da malícia) a sua última carta na manga. E ela nem sabia o que fazer, ou apostaria todas as fichas numa única carta -que nem sequer tinha lá tanta importância diante do rei- ou se abriria mão de todo o jogo.
Ela não queria se entregar ao rei ou até mesmo a um dos valetes, então.. pegou as sete espadas, chamou sete guerreiros e estes foram guerrear contra todo o reinado em seu nome.
Entre sangues, espadas, cartas, baralhos, charutos, whisky e mais whisky, dinheiro -e até mesmo um amor perdido em meio a toda aquela guerra- ela iria render-se e entregar-se de corpo inteiro.
[...]
No baralho do amor, a rainha sempre rende-se ao rei e aos seus respectivos valetes, mas todos os romances ficam entre os áses que encerram o jogo. Entretanto, de todas as cartas já jogadas fora, acabei por enviar algumas sem remetente e guardei os respectivos selos.