“Sempre que puder, fale de amor e com amor para alguém. Faz bem a quem ouve e à alma de quem diz” – Irmã Dulce.
Amar é bom para a saúde. A manifestação do amor é a energia mais poderosa e transformadora que existe. Amar é também um fenômeno da Química e Física. Transforma. Alquimia. Transubstancia. Sustenta. Levanta. Acelera. Ilumina.
Quem pensa em ser saudável, tem de pensar em ser cristão, mas cristão como sinônimo de amoroso, de inteligente afetivo, de alquimista, não do que transforma pedra em ouro, mas do que transforma tristeza em alegria, desespero em esperança, sob as instruções do maior Alquimista de todos os tempos, aquele que não só transformou a água em vinho, mas também transformou e ainda transforma as trevas com a luz que vem de dentro.
“Cristão” aqui neste argumentículo não tem a ver obrigatoriamente com o título religioso ou evangélico de mesmo nome. Tem a ver com o cristianismo crístico, transformador, harmonizador.
[O cristianismo, quando manifestado em ações positivas mentais, verbais e materiais, é um assunto mais para a fé racional na Física, na Química e na Biomedicina do que para a fé cega meramente religiosa.]
“Saúde é a harmonia da alma.”- Emmanuel, escritor espiritual
Tudo que atinge a alma, aqui definida como “corpo espiritual” ou perispírito, impreterivelmente atinge também o soma ou corpo físico, que está conectado àquele, num padrão vibratorial mais denso, mais baixo. Já o contrário pode não acontecer, ou seja, um choque qualquer no físico não necessariamente vai traumatizar a alma, que está num padrão vibratorial mais rarefeito, mais alto, e se o fizer, a recuperação é resilientemente bem rápida. Portanto, cuidado com o que pensamos, em relação a nós e em relação aos outros. Pode nos embrionar, deslatentizar ou desencadear uma doença no mesmo dia.
Em um ou em outro nível, a duração e a intensidade dos efeitos do choque vão depender sempre do histórico de saúde psíquica, moral, emocional e física e da maneira como cada um reage emocionalmente durante, logo após e depois do baque. Soma-se também a qualidade das intervenções de terceiros, através da energia da prece e da reabilitação emocional espiritual e física.
[No nível do pensamento convertido em fala, o cuidado deve ser redobrado.
Nossa garganta tem uma válvula que impede as impurezas mais grosseiras do corpo de subirem para o cérebro, embora às vezes deixe passar alguma coisinha, e quando isso acontece, é um problemão. Mas essa válvula não impede as impurezas mais refinadas emanadas do cérebro de passarem para o corpo abaixo, porque estas são de natureza química e emocional, não física. Por isso que a palavra dura que a gente emite, que movimenta inicialmente a região do aparelho fonador, que fica na intermediária entre o corpo e o cérebro, detona toxinas venenosas tanto para o cérebro quanto para o corpo todo, porque suas substâncias são fluídicas, sutis, pérfuro-cortantes das células e da alma. Muita gente que morreu de câncer de laringe geralmente tinha problemas de poluição e sujeira tóxica na garganta e, consequentemente, no chakra laríngeo. Então, pensar e dizer somente coisas positivas e boas para si e para os outros é antes de tudo um hábito saudável e de sacada de inteligência. E não devemos também deixar que a palavra dura dos outros nos atinja. Oração e palavras brandas desviantes sejam acionadas imediatamente, antes que o pipoco invada todos os nossos corpos.
A causa mortis de quem morre em decorrência de excessos de toxinas físicas, emocionais e espirituais deveria ser uma só: desinteligência emocional.
Aquela ideia fossilizada de atender aos reclamos do ego sob as justificativas de que “o mundo quis assim”, porque “é da minha natureza”, porque “vocês vão ter que me engolir”, ou porque “pau que nasce torto não tem jeito morre torto”, blá blá blá, são pretextos de gente sem noção.
Acima do ego, o espírito. Ego dominante asselvaja o espírito. Espírito dominante educa o ego. É questão de treinamento incessante. A vida é um boxe, onde o oponente seja apenas o saco de areia da nossa própria personalidade embrutecida. O outro que pensa em nos agredir com palavras ou pensamentos é apenas um bobo, que não sabe o que faz. Merece apenas nosso sorriso, nossa compreensão, um cafuné. Ele é um coitado igual a nós. Nossa luta não seja contra ele. Nossa luta seja contra nossa própria personalidade mal criada e cheia de orgulhos, vaidades, chiliques, melindres e outros amadorismos e desinteligêncais, que só servem para sustentar o emprego de coveiros, analistas, farmacêuticos, etc.]
O bombardeio diário de toxinas de origem animal, de origem química, de origem emocional e de origem espiritual em nossos organismos transforma-nos paulatinamente em mutantes químicos (alguns, em monstros químicos), com repercussão negativa no raciocínio, o que é reforçado quando sofremos, também, intoxicações psíquicas (de miasmas, energias negativas, poluições mentais...).
Muitas ações monstruosas que vemos se multiplicarem diuturnamente no seio da nossa sociedade decorrem inicialmente da construção e da superdominância gradual de linhas de raciocínio patológicos, impulsionados por uma quimiopatia monstrificante. Tal nível de sujidade é reforçado por eventuais tendências comportamentais doentias da personalidade e pelos desequilíbrios nutricionais, metabólicos, emocionais e espirituais agregados.
Por essas e outras é que devemos nos afastar o máximo possível de alimentos tóxicos, artificiais e industrializados e de pensamentos e sentimentos negativos etc.
Devemos nos submeter a processos higioterapêuticos de desintoxicação periódica do corpo (jejum, frutas...) e da mente (meditação, respiração, fluidoterapia, oração...).
Hoje, ao “orai e vigiai” talvez Jesus tivesse acrescentado também o seguinte: e evitai substâncias tóxicas, sempre que puderdes, pois elas influenciam negativamente o vosso jeito de ser e de pensar.
[Na ordem “orai e vigiai”, Jesus deixou clara a dupla necessidade de cada um de nós que deseja ascender de si mesmo, ou melhor, ascender de suas mazelas morais, mentais, emocionais e físicas. Na primeira parte (“orai”), ele propõe o que podemos chamar, dentro de um modismo atual, de ‘terceirização’ a Deus dos nossos problemas, embora saibamos que o simples ato de orar já mobiliza e canaliza neuropeptídeos positivos do cérebro para todos os demais órgãos dos nossos vários corpos. Mas, na segunda parte (“vigiai”), ele nos impõe o dever de nós mesmos exercermos o que nos compete, que é observar, fiscalizar e defender nossos intuitos maiores contra os instintos menores e toda a parte de nós mesmos que vive querendo nos derrubar. “Vigiai” é, portanto, uma desterceirização e uma convocação à assunção de responsabilidade, por nós mesmos, por tudo de bom que já temos em nível de valores pessoais ou que ainda estamos em luta de conquista.]
O “nós somos o que comemos”, de Hipócrates, o pai da Medicina, nunca espelhou tão fielmente a realidade como na atual contemporaneidade cosmopolita. Daí a necessidade da prática do amor a si mesmo como parte de todo um processo terapêutico e de melhoria das qualidades de vida espiritual, emocional e física.
O corpo físico só melhorará na mesma proporção da melhoria do corpo espiritual e do corpo mental (o que emana os pensamentos-matérias que alquimiam todos os corpos), ou pelo menos atingirá um nível ótimo de trabalho compensador de longa duração.
Por isso, doravante, falaremos apenas de amor, por ser o alimento, o remédio, o premédio e o nutriente da alma. Alma sã, corpo são.
Nunca devemos deixar de fora o grande gerador da boa forma e da boa saúde universais: o amor, em todas as suas dimensões que forem permitidas ou possíveis a cada um de nós interagir em cada momento de nossa vida. Envolve não só a saúde através do autoconhecimento, como também a saúde emocional, relacional e principalmente servível ao próximo (prestação de quaisquer serviços de promoção das melhorias alheias). Entendamos esse “próximo” não apenas as outras pessoas, mas, também, os outros eus que circundam nossa essência individual formando o nosso próprio ser (os níveis de consciência, os chamados “corpos sutis” e o corpo físico mesmo).
Depois da cura aos que o procuravam, o Grande Médico das Almas passava uma receita imediata: “vai e não voltes a pecar”. A pessoa saía multicurada e com a consciência tranquila, mas não com seus débitos e tendências necessariamente quitadas, tanto que o Nazareno prescreveu para todos nós o “ama ao próximo como a ti mesmo”. Quer dizer, não basta estarmos com nossa consciência adamicamente limpa. É necessário amar, porque é amando que nós efetivamente evoluímos e acertamos nossas contas com o passado e antecipadamente com o futuro.
Lembra-se de “o amor cobre milhões de pecados (Pedro I, 4:7-8)?” Arrepender-se, libertar-se, limpar-se e elevar a autoestima descarmiciza a mente no presente. Amar descarmiciza o passado e, consequentemente, o destino futuro.
Embora não seja o único meio de saúde, o amor é a única intervenção que é premédio e remédio simultaneamente para tudo e para todos. Não deve faltar nunca em nossa farmacinha, em nossa sala de ginástica ou em nossa pista de atletismo.
[Quando praticamos o amor fraternal, uma energia de alegria e satisfação nos invade todos os corpos, inclusive o corpo mental, e este, consequentemente, beneficia de imediato o corpo físico. Logo, amar caritativa ou fraternalmente é também uma questão de Física Espiritual ou Psicossomática.
As energias benfazejas alquimiadas no corpo mental emanam-se em progressão ondular por todos os corpos, até o corpo de vibração mais densa, que é o corpo físico e suas cerca de cinquenta trilhões de células, melhorando a constituição e funcionamento de todos os seus órgãos e aparelhos.
A Cristoterapia ainda será, inclusive nos ambientes hospitalares, a principal abordagem nos tratamentos de todas as mazelas humanas.
Para começar, até a água que se bebe em tal estado de alegria irradiante do mais profundo (alma) para o mais superficial (corpo físico), torna-se um potente medicamento, com rearranjamentos moleculares em forma de belas e harmoniosas figuras fractalizadas (visíveis mediante aparelhos especiais).]
Não é raro haver a intercessão curativa do próprio Jesus (o maior médico, nutricionista e dietista que já existiu), que continua fazendo aquele mesmo trabalho que fazia em Jerusalém e adjacências! E esse multissuperterapeuta tanto pode atuar diretamente, com sua capacidade manipulativa de grandes centros de forças energéticas, como pode mandar e gerenciar inteligências intermediárias, quer para curar, quer para aperfeiçoar a saúde, especialmente de seus irmãos mais humildes, em seu próprio nome.
O melhor remédio (ou premédio) que Jesus nos deu para nossa cura ou melhoria mental e física chama-se autoconhecimento. É a capacidade que temos de agir interferindo no nosso próprio benefício. Por que só esperar que os outros nos melhorem, numa terceirização comodista e até viciante? Jesus não disse que poderíamos fazer muito mais do que tudo o que ele fez? Será que essa asserção não pode ser revertida por nós em favor de nós mesmos? Trata-se do agir individual para a autocura.
Esse “agir” quer dizer agir mesmo! É correr (ou pelo menos caminhar) atrás de nós mesmos(!), embora possa também significar dormir ou parar todas as atividades, principalmente as mentais. [Não é por acaso que muitos que saem do coma voltam mais saudáveis fisicamente do que quando entraram nele. Isso para não esquecermos a própria cura natural promovida pelo jejum, que se aproveita da inércia corporal, principalmente a do aparelho digestório, para atuar em favor da saúde.]
Enfim, confiar em Jesus e nas virtudes, mas também, literalmente, no suor do nosso próprio rosto.É a revivescência daquele tonificante e eterno anexim-elixir extrabíblico, como que atribuído a Deus: faz por ti (mais especificamente, por tua saúde), que eu te ajudarei!
Precisamos ser saudáveis e tentar sempre influenciar outros a serem saudáveis, mesmo nas nossas idiossincrasias e loucuras conceituais e comportamentais. E Jesus está aqui, nos lares, nas escolas, nos locais de trabalho, nas ruas, nas festas, nas “bocas”, nas sarjetas, nas esquinas, nas boates, nas praias e nas igrejas, considerando nossas limitações conscienciais e nos ajudando em nosso bem-estar relativo e circunstancial, sempre que permitimos ser ajudados.
Ele considera também nossos mitos, culturas, estados de ego prevalentes, imagens, ícones, ídolos materiais e ideológicos, e tenta nos ajudar nos conformes.
Ele sempre quer o nosso bem, independentemente de nós mesmos e de nossas eventuais caturrices doentias.
Cada um de nós está sempre participialmente relacionado ao amor. Nenhum agente da ativa deve censurar nenhum agente da passiva. Quando alguém de coração duro não está amando, é porque está precisando ser amado. O amor tem de reger sempre. É um substantivo verbal que não pode parar de se conjugar, ou como amante ou como amado.
Temos uma inexorável condição de racionalidade que nos obriga a vencer, controlar, direcionar e educar nossos instintos. Porém, o instinto que mais devemos prezar é o instinto coletivo, que nos caracteriza como seres humanos, em que pese a outro instinto igualmente nosso, que é o do isolamento eventual, temporário ou circunstancial. Não podemos nos dar o luxo de apenas viver por viver, sem compartilhar, sem pelo menos procurar saber como é que o outro está. Não podemos nos acomodar em nossa condição de animaloides e seus instintos zoopsicológicos meramente predatórios ou concorrenciais.
Somos animaloides, mas não somos animais. Estamos aqui na carnalidade, confundidos com animais e suas formas primitivas de sobrevivência, mas estamos sempre com o propósito de evoluir espiritualmente. Estamos condenados a evoluir nesse sentido, ou pelo amor, ou pela consciência racional, que nos permite decidir entre o certo e o errado com mais propriedade, ou pela dor.
Para acelerarmos ou para suavizarmos os eventuais rigores e percalços da estrada evolutiva dentro da carnalidade e da mundanidade, um bom atalho lateral, mais suave e encurtador de distância, é o da oração combinada com a vigilância e a educação dos nossos instintos. Esse atalho pode se suavizar ainda mais com a prática do amor, do fazer o bem a si e aos outros, incessantemente.
Ademais, Jesus costuma dar uma forcinha para os andantes ainda imperfeitos, mas que têm boa vontade, boas intenções de servir e servem efetivamente, em que pese às dificuldades de toda ordem, em cada esquina. Mas as facilidades também estão lá, concorrendo pela mesma atenção dos passantes. É questão de prestar a devida atenção e ver que os convites para o crescimento, ainda que anônimos e silenciosos, espalham-se muito mais do que os para a perdição. É preciso sintonizar-se, para captar e seguir os bons chamados.