SISTEMATIZANDO O "NÓS"
Escutas algo que te comova e extrais desses movimentos intensos e diversos as nossas memórias, os saberes, os dizeres, os cantares, as caras e bocas, as cores, os odores, as dores e alegrias que formam as experiências – vivências de amor e de vida dos nossos terreiros e territórios.
Nossas vivências são sistemas vivos, comunidades vivas – gente marcante que marca o instante com valores eternos, que marca o eterno com valores humanos – gente amorosa que sabe doar-se.
Doação de sabores e saberes, feitos EKOBÉ – vida! Vida transpassada de amor e fé na dimensão dos movimentos vivos.
Sistematizar as vivências que fazemos e tecemos significa reconstruir as teias, refazer o tecido da memória, das histórias que se fizeram e que se fazem com as mãos e com a razão.
Sistematização – resgate, recuperação, relevo, evolução, redescoberta - retrato do que foi feito e pergunta que nos inquieta: QUE FAZER? Que fazer para dar rumo, acertar o prumo da nossa história e aplainar os caminhos de um novo modo de ser e de viver?
O sistema dos nossos olhares indica o horizonte da razão e o aprumo que devemos ser – beleza, leveza, natureza, luz, discernimento: brilho que se faz intenso na medida do pensamento e do ato que gera amor. Pensamento que alimenta a luta.
Evoluímos. Estruturamos nossas ações na imersão que fazemos, na fonte do amor e da luta que bebemos.
O nosso amor constrói a luta e se faz história na razão de ser SUJEITO. Sujeito que objetiva, sintetiza, clareia, interage, delineia, contempla, escuta, comunica, coopera, coletiviza, socializa, nivela e solidariza-se.
O sistematizar sincrético e profano, divino e humano da educação popular coloca a vida em primeiro plano – a terra, o ar, a água, o fogo, todas as culturas que pulsam no eco-território de vida e história – fermento e massa critica da cultura popular.
Texto e contexto, vida e lugar – pensamento e ação – práxis, corpo e alma – coração: eis os elementos e matérias-prima da nossa sistematização.