Desabafo...
O mundo é um grande copo terno de sangue. Me feriram a alma e quebrantaram tudo que acreditava. Hoje, creio no desalento porquê me fortalece. Posso até ser egoísta e ensaiar depressão, mas não sou Dionísio e nem um Werther. Gostaria mesmo de ser um Raskolnikov, porém falta-me ímpeto. Em quem eu depositava toda minha certeza e sentimento, rasguei minha pele. Sangro as mentiras que me contaram e nem sei o que é verdade! As verdades já me aprisionam à desconfiança. Duvido de tudo! Cansei de bancar o bom samaritano hipócrita! Cansei dessa corja infestada de bonomia. Sou um alento fadado a definhar sozinho no espectro de meu raquitismo moral. Me partiram em fragmentos e não consigo mais amar, odeio o amor!
Alimento-me de meu próprio desespero, já que não sei nem mais quem eu sou!