Eu e a Lua
Há dias em que acordamos e, mesmo antes de espreguiçar e descer da cama. sentimos que algo esta diferente do habitual.
Assim, hoje, foi o meu despertar.
A razão para tal só fui descobrir ao abrir a porta para ir ao trabalho, quando a flagrei a me fitar, emoldurada pelas nuvens, lá longe no horizonte, momentos antes dos primeiros raios de Sol espantarem o que restava da semi-escuridão da madrugada.
Lua minha amiga Lua, em todo o seu esplendor, cheia e radiante como há tempos não via.
A saudade bateu, recordações de tempos atrás, quando foste testemunha e cúmplice, de noites de paixões tórridas, de madrugadas cambaleantes devido à perigosa mistura da juventude, do álcool, com o meu noviciado pelo sinuoso caminho do amar.
E, assim, eu fui escoltado na travessia de três cidades para chegar à lida, mas não senti o tempo passar, pois tua companhia, ora a minha frente, ora ao meu lado, e o muito a conversar transformaram a jornada rotineira em um prazeroso “revival” de fatos e acontecimentos.
E, mesmo quando o seu príncipe já ia alto, anunciando uma manhã quente e esplendorosa, tu continuavas a me acompanhar e a segredar que embora os tempos sejam outros, eu devo reiniciar o meu caminhar em busca da companheira ideal, pois fases definidas cabem a ti por direito, cabendo a mim recomeçar e encontrar alguém que me encante, que seja o meu objeto de afeto presente e constante, e não como ela e seu escolhido que só tem direito a poucos momentos de encontro em manhãs de Lua cheia, e que, hoje, disto ela estava abrindo mão, para aconselhar e acarinhar um velho conhecido.
Aos poucos, enquanto o seu escolhido preenchia a manhã, vós te desvanecíeis, deixando-me com o coração acalorado e a mente entorpecida, sem saber se real ou imaginária a tua presença, mas com a esperança do recomeço, de novamente trilhar o sinuoso caminho do amar.