Sobre a gratidão e as relações humanas
Naikan é uma palavra japonesa. O significado - olhar para dentro. Eu chamaria de introvisão. É um método estruturado de autorreflexão. Para que serve? Para nos ajudar a refletir sobre a vida – sobre a razão mais profunda da existência humana e para compreender nossas relações com as pessoas que são importantes para nós.
Três são as questões fundamentais desse método:
- o que recebemos do outro?
- o que demos ao outro?
- que problemas ou dificuldades causamos ao outro?
Podemos verificar que essas questões passam basicamente pela nossa capacidade de observar – mais exatamente, nos forçam a observar com olhos mais perspicazes as nossas relações humanas. Acontece aí uma ampliação de nossos limites – e em consequência também uma ampliação da realidade.
A virtude fundamental ligada a esse método se chama gratidão. Gratidão por tudo aquilo que recebemos do outro, tudo aquilo que ele nos dá, seja lá quem for esse outro. Porque embora a gente não pense nessas benesses elas existem, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia. Desde que somos concebidos, de uma forma ou de outra, somos cuidados. E achamos esse cuidado tão natural que não o consideramos uma benção, um presente, uma maravilha.
Existem pessoas, eu sei que existem, eu mesma conheço, que acham que nada devem a ninguém. Já dizia Sartre que o inferno são os outros e muita gente acredita mesmo sem nunca ter ouvido falar nisso ou em Sartre. Mas é impossível viver sem os outros e se tem dias que a gente até pensa que gostaria de acabar com a humanidade duvido que exista alguém que realmente queira viver completamente sozinho.
Quando passamos a prestar atenção realmente em nossas relações há uma sintonia maior entre o corpo, a alma e o espírito e tudo evolui. Na verdade é muito mais do que isso – quando passamos a prestar atenção em tudo o que existe algumas questões fundamentais são deixadas de lado e nos contentamos em viver e deixar os mistérios para serem resolvidos na hora que tiverem que ser.
Achei interessante saber sobre esse método de origem budista, mas encontrei pouco sobre ele. No Google muitas entradas, mas nada de muito profundo. Além do mais era apenas curiosidade.
Não tenho a pretensão de aderir a toda linha de pensamento que acho interessante. O que me chamou atenção especialmente foi a importância dada a Gratidão. Não a Gratidão que quase nos obrigamos a sentir quando nos fazem algo grandioso, mas a
gratidão pelas pequenas coisas da vida. Aquela graça que recebemos de graça e que da sal a vida. Ou mel, dependendo de nossas necessidades.
Hoje pela manhã, quando saia de casa, os operários de uma obra em minha rua estavam espichados na calçada por onde eu tenho sempre que passar. Normalmente eles continuam do mesmo jeito que estão. Eu, por minha vez, nem presto atenção neles. Automaticamente ou me desvio para a rua ou pulo sobre suas pernas.
Pois hoje não sei por que algo diferente aconteceu: eu olhei em direção a eles e sorri. Eles simplesmente desviaram as pernas para que eu passasse tranquilamente, também sorrindo. Agradeci ao mesmo tempo em que eles pediam desculpas. Sou capaz de apostar que amanhã a atitude será a mesma – vão desviar as pernas porque agora sabem que além de saber sorrir, sei agradecer.
Naikan é uma palavra japonesa. O significado - olhar para dentro. Eu chamaria de introvisão. É um método estruturado de autorreflexão. Para que serve? Para nos ajudar a refletir sobre a vida – sobre a razão mais profunda da existência humana e para compreender nossas relações com as pessoas que são importantes para nós.
Três são as questões fundamentais desse método:
- o que recebemos do outro?
- o que demos ao outro?
- que problemas ou dificuldades causamos ao outro?
Podemos verificar que essas questões passam basicamente pela nossa capacidade de observar – mais exatamente, nos forçam a observar com olhos mais perspicazes as nossas relações humanas. Acontece aí uma ampliação de nossos limites – e em consequência também uma ampliação da realidade.
A virtude fundamental ligada a esse método se chama gratidão. Gratidão por tudo aquilo que recebemos do outro, tudo aquilo que ele nos dá, seja lá quem for esse outro. Porque embora a gente não pense nessas benesses elas existem, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia. Desde que somos concebidos, de uma forma ou de outra, somos cuidados. E achamos esse cuidado tão natural que não o consideramos uma benção, um presente, uma maravilha.
Existem pessoas, eu sei que existem, eu mesma conheço, que acham que nada devem a ninguém. Já dizia Sartre que o inferno são os outros e muita gente acredita mesmo sem nunca ter ouvido falar nisso ou em Sartre. Mas é impossível viver sem os outros e se tem dias que a gente até pensa que gostaria de acabar com a humanidade duvido que exista alguém que realmente queira viver completamente sozinho.
Quando passamos a prestar atenção realmente em nossas relações há uma sintonia maior entre o corpo, a alma e o espírito e tudo evolui. Na verdade é muito mais do que isso – quando passamos a prestar atenção em tudo o que existe algumas questões fundamentais são deixadas de lado e nos contentamos em viver e deixar os mistérios para serem resolvidos na hora que tiverem que ser.
Achei interessante saber sobre esse método de origem budista, mas encontrei pouco sobre ele. No Google muitas entradas, mas nada de muito profundo. Além do mais era apenas curiosidade.
Não tenho a pretensão de aderir a toda linha de pensamento que acho interessante. O que me chamou atenção especialmente foi a importância dada a Gratidão. Não a Gratidão que quase nos obrigamos a sentir quando nos fazem algo grandioso, mas a
gratidão pelas pequenas coisas da vida. Aquela graça que recebemos de graça e que da sal a vida. Ou mel, dependendo de nossas necessidades.
Hoje pela manhã, quando saia de casa, os operários de uma obra em minha rua estavam espichados na calçada por onde eu tenho sempre que passar. Normalmente eles continuam do mesmo jeito que estão. Eu, por minha vez, nem presto atenção neles. Automaticamente ou me desvio para a rua ou pulo sobre suas pernas.
Pois hoje não sei por que algo diferente aconteceu: eu olhei em direção a eles e sorri. Eles simplesmente desviaram as pernas para que eu passasse tranquilamente, também sorrindo. Agradeci ao mesmo tempo em que eles pediam desculpas. Sou capaz de apostar que amanhã a atitude será a mesma – vão desviar as pernas porque agora sabem que além de saber sorrir, sei agradecer.