Artimanha da Arte

Instala-se vagarosamente

O que as palavras ocultam

Inominadas, tocam

Mas dizem nada

Parece que deslizam transparentes

À feição de gritos d’alma

Mas nem chegam a nascer

Calam-se intocadas, hesitantes...

Venenos poéticos quiçá

Prezam o deboche

Porque extraem todo um “clima”

Um ar estranho e rancoroso

De algo maravilhoso

Miseravelmente!

Será que jamais terá fim?

Se o trono se quebra

Rir-se-á da maldade infinda

De um privilegiado cérebro

Habitado de tudo que é oco, enfim.

Será esse o grau da sensatez humana

Quando analisa o significado das palavras

Extrapolando dos poetas

Que dá significado ao mundo

Como arte pura e simplesmente

E não mais eles, enquanto seres?

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 28/07/2006
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