Artimanha da Arte
Instala-se vagarosamente
O que as palavras ocultam
Inominadas, tocam
Mas dizem nada
Parece que deslizam transparentes
À feição de gritos d’alma
Mas nem chegam a nascer
Calam-se intocadas, hesitantes...
Venenos poéticos quiçá
Prezam o deboche
Porque extraem todo um “clima”
Um ar estranho e rancoroso
De algo maravilhoso
Miseravelmente!
Será que jamais terá fim?
Se o trono se quebra
Rir-se-á da maldade infinda
De um privilegiado cérebro
Habitado de tudo que é oco, enfim.
Será esse o grau da sensatez humana
Quando analisa o significado das palavras
Extrapolando dos poetas
Que dá significado ao mundo
Como arte pura e simplesmente
E não mais eles, enquanto seres?