PRECISAMOS DE UM LÍDER: DESABAFO SOBRE UM E-MAIL RECEBIDO

UM DESABAFO

amigos, que maravilha de texto! Um ensaio como este me devolve a fé no ser humano. Alguém como este cidadão, que não se identificou no e–mail: “Estou Ficando Velho”, devolveu–me a vontade de fazer algo a respeito. Foi um grande desabafo o desse autor desconhecido. Foi um grito de alerta a acordar os brasileiros, cidadãos conscientes, que a tudo assistem e nada fazem para mudar, para reverter os acontecimentos na política deste país. Não são muitos, mas os poucos salafrários fazem um grande estrago. Assino em baixo, faço minhas suas palavras escritas com tanto esmero. Um desabafo como o desse Senhor (Autor Desconhecido) me leva a pensar que não estou sozinha... Minhas observações sobre os acontecimentos neste imenso Brasil estão corretas. Mas, mesmo assim, me sinto de mãos atadas. Não temos um LÍDER que nos leve a lutar por mudanças. Deveríamos ter um LÍDER competente para tanto, mas não temos. Morris West, escritor australiano, escreveu em seu livro, As Sandálias do Pescador : ....ai do povo que não tem um líder. Infelizmente não temos um líder no qual possamos nos apoiar e pensar em novos rumos na política, no qual possamos colocar nossas esperanças de um futuro promissor na sociedade. Já está passando da hora de darmos um basta em tudo isto, nessa bandalheira que grassa na administração de imenso país.... Mas teremos nossa oportunidade de promover mudanças. O próximo plebiscito se dará em 2010 – faltam poucos meses. Até lá, vamos contar com o bom senso de nós brasileiros para promover uma reversão nessa política de compadres e, salvo algumas exceções, na próxima eleição eleger políticos que venham a promover mudanças no cenário político.

Este meu desabafo é conseqüência de um texto que recebi por e–mail e que eu assino em baixo, pois o texto vem a corroborar com minhas ideias sobre a política do Brasil no momento.

Eu penso que não há interesse da sociedade em questionar os desacertos na política. Quem fazia estes questionamentos e colocava o povo nas ruas em passeatas era o PT e os partidos da esquerda, juntamente com os sindicatos. A esquerda militante se apoiava nos ideais comunista e socialista. Quando o “sonho acabou” ficaram sem saber o lado mais conveniente da luta de classes.

Por razões óbvias a UNE não colocou nas praças o seu contingente estudantil, porque recebe – uma jogada inteligente do PT – subvenção do governo. Não houve interesse em fazer movimento estudantil quando estourou o “mensalão”, não houve interesse em colocar nas avenidas e praças de São Paulo os “caras pintadas”. Não houve interesse em sair às ruas no “panelaço” da Av. Paulista para acabar com a “festa” do Sarney e sua família. Não lutaram pela melhoria da Educação no país. A entidade está amorfa! Não estão interessados em discutir a lei que vai calar a imprensa do país. Não estão interessados em fazer parte da discussão do Programa Nacional dos Direitos Humanos – texto feito às pressas para aprovação, antes da saída deste presidente, e que está causando polêmica na sociedade.

Os empresários, principalmente os banqueiros, não têm interesse em mudanças, estão ganhando muito dinheiro, cobram taxas até para a respiração do cliente em seus bancos. Quando tiveram seus interesses em risco, em 25/06/2001, eles se uniram e fizeram passeata até Brasília. A passeata foi uma demonstração de puro medo, em razão das declarações do Lula na primeira campanha para presidente e em campanhas anteriores. O discurso do atual Presidente mudou ao passar de “estilingue” para “vidraça". Depois, os banqueiros não tiveram mais interesse em passeatas. O foco havia mudado. A classe média nunca consumiu tanto como agora; os sem–nada recebem "bolsas tudo" e também não têm interesse em mexer em time que está ganhando; os "sem terra" estão cada vez mais invadindo terras produtivas e não produzindo nada, só destruindo a sede das fazendas, matando rezes de gado alheio, passando trator em plantações de produtores que trazem divisas para o Brasil (ver Cutrale e Fazenda Coqueiro), transformando as terras produtivas em imensos desertos. A maioria dos invasores não planta nem mandioca, que é só empurrar uma raiz terra a dentro com o pé. Fotos de alguns assentamentos nos mostram claramente essa situação. Os esperançosos “sem–terra” fazem o jogo dos pelegos profissionais, uns pulhas a oferecer engodos aos trabalhadores do campo, que os transformam em massa de manobra. Este estado de coisas só interessa ao governo megalomaníaco que aqui temos e para toda a sua "troupe". Ele se aproveita da ignorância do povo mais humilde, que está sempre esperando um pai que supra suas necessidades básicas (a nossa herança paternalista do Império até a década de 1964), e lhes fornece o que esperam dele "pão e circo" (agora também o "vale cultura" de R$50,00 e fiquei sabendo também da contribuição do governo às famílias dos detentos). O povo vive em um jardim da infância permanente onde a fantasia é idealizada e se torna verdade, realidade absoluta.

Em lugar de lhes fornecer conhecimento através da Educação, este governo prefere utilizar as classes humildes como massa de manobra. O povo não percebe que as "cotas para os negros" em universidades foi apenas pano de fundo para seus propósitos futuros. Se o nível de ensino fosse bom, não haveria necessidade de diferenciar negros de brancos, pois os brancos também possuem um nível sofrível de ensino na rede pública. Aqueles que se destacam nos vestibulares não se destacam por causa da cor, se destacam por que seus pais, brancos ou negros, se esforçaram para que eles tivessem condições de concorrer a uma universidade pública. Tivemos e temos grandes homens negros na vida pública que não precisaram de cotas pela raça. Este presidente é um homem com pouco estudo, mas com enorme talento para a demagogia. Ele é esperto porque nós o permitimos ser. No momento em que este presidente estiver fortalecido por mais uma gestão do seu partido, ele vai unir–se aos outros presidentes de países vizinhos também demagogos e megalomaníacos como ele. E o que podemos esperar desta união? Um retrocesso sociopolítico na América do Sul..

A política na América do Sul está caminhando para movimentos os quais já lutamos contra num passado recente. Todos os movimentos convergem para uma luta armada na esperança de novos acontecimentos rumo a diferentes opções de governo (haja vista a compra de material bélico adquirido recentemente). O nosso "Robin Hood" faz de tudo para conquistar os pobres, dando-lhes dinheiro, falando a linguagem deles, é claro, ele é um deles bem sucedido, e tirando–lhes a capacidade de criarem seus próprios meios de subsistência. Se os seus desprotegidos da sorte tivessem acesso à Educação (educação no sentido amplo), criariam fontes de trabalho. Se tivessem Educação adequada e necessária reivindicariam a cooperação do governo no desenvolvimento de seus estados. Os países desenvolvidos não fornecem "bolsas tudo" para o seu povo do campo, mas lhes proporciona educação. Aja vista, a Austrália com a educação formal à distância nas fazendas há mais de 50 anos . O governo faria a sua parte, investindo em infraestrutura e educação formal e o povo desses rincões do extenso Brasil teria condições de fazer a sua.

Nas áreas cruciais em que se espera ação intervencionista do governo, ou seja, na Saude, Educação e Segurança, o que temos são arremedos de medidas. O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, não deve, creio eu, conhecer estes números: entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil não aparece na pesquisa. Já os Estados Unidos possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores – esses números provocam inveja em alguns governantes da America do Sul. E não é para menos. Os Estados Unidos da América e o Brasil foram colonizados à mesma época.

O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária. O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT. Mas, basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que algo concreto em beneficio da sociedade. Em todos os países onde houve “reforma agrária”, em pouco tempo esses países se tornaram importadores de alimento. A ex–URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando. A coletivização da terra foi um dos entraves encontrados por Stalin e por Fidel Castro. A Venezuela, tão admirada por Lula, era um produtor respeitável de alimentos e hoje é um importador. Mas o governo Lula prefere ignorar os números desses desastres. O importante para o atual governo são os impostos para justificar as “bolsas-tudo” e o empreguismo. Oneram tanto os produtos que inviabilizam a competitividade no mundo global. Dificultam os produtores a competir no exterior.

Ao tomar as sábias medidas de desonerar os produtos industrializados para venda ao consumidor fez o comércio e a indústria, nestes setores, a produzir e vender mais. O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos. O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao progresso e ao desenvolvimento. Mas o discurso dos petistas é outro. A culpa é do dos produtores, da indústria, do comércio e, pasmem, dos políticos da oposição e das forças ocultas.

Os nossos produtos agrícolas encontram entraves nos portos do Brasil. O Lula foi para o a China, a Índia e outros países de economia em crescimento vender os grãos produzidos aqui no Brasil. Vendeu. Só não consegue enviar a tempo, honrar os contratos, porque os portos não foram pensados. As mercadorias ficam retidas nas estradas porque os portos não foram modernizados. Os caminhoneiros ficam dias parados nas estradas, aguardando a vez de acesso para descarregar os containers. Os grãos do norte do país sofrem o mesmo destino por falta de ferrovias (as ferrovias foram sucateadas e não estão sendo renovadas). Foram vender o peixe, mas não avisaram os pescadores. Os novos portos prometidos não saíram das pranchetas.

E os aeroportos? Tiveram uma faze caótica. Não foram tomadas medidas que envolvessem o crescimento de usuários. Não houve preocupação em colocar os aeroportos em mãos capacitadas. Não se pensou em uma política compatível com as necessidades dos aeroportos. Um ministro conhecedor dos problemas de aeronavegação e não um posto para os afilhados. Houve um aumento significativo de companhias aéreas, mas os aeroportos continuaram os mesmos. Não houve investimento substancial para modernização dos aeroportos. O governo não se preocupou, pois o jato presidencial está sempre à sua disposição.

O que está dando certo neste país não sofreu contingenciamento externo. Foi bom para o Brasil o bom senso deste Presidente em manter a política de contensão da inflação, implantada pelo seu antecessor, e não destruiu o Proer, programa de salvamento dos bancos brasileiros quebrados em 1995. Ainda bem, para o próprio governo, que o Lula fez uso de sua prerrogativa de governante e deixou de lado o velho PT e suas ideias “reformistas” na contramão da história. Essa é a nossa sorte. Foi um legado aproveitado com inteligência. Saímos melhor da crise, que abateu o mundo financeiro, que os Estados Unidos. Aqui foi apenas uma “marolinha”. Não estamos mais bem colocados no cenário mundial em razão do excesso de gastos do governo (“Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”) e da incapacidade do mesmo em investimentos de infra–estrutura. Os projetos não saem das pranchetas.

Não vou aqui me estender mais e nem propor reformas estruturais porque não sou candidata a nenhum cargo político. Sei que é fácil dar palpites fora da área de atrito. Mas sou como o brasileiro torcedor de futebol: posso montar um time e conheço estratégias.

Nesse momento crucial da sociedade teremos que fazer alguma coisa. Temos que reverter esse processo destrutivo que assola o Congresso Nacional e o Senado. Estamos precisando de um líder que nos leve a lutar por mudanças. Mas, temos que reconhecer, o PT tem um líder com talento para manobrar as massas, sabe trabalhar a opinião pública, e é atuante no Congresso (haja vista o “mensalão” e agora o já polêmico “ Programa Nacional de Direitos Humanos”), no Senado e junto ao povo (o povo trouxe de volta alguns dos excluídos, nas eleições passadas), e sabe como nenhum outro partido tirar vantagens de situações desfavoráveis. E o povo não tem outro líder em quem confiar. O governo utiliza o silêncio como estratégia. A memória do povo brasileiro é curta e o povo humilde só quer a panela cheia. Então, este é o grande momento do PT.

Se não houver acidentes de percurso e, por outro lado, se nada for feito para mudar o quadro político, então... Aguardem!

Esturato/2009

Esturato
Enviado por Esturato em 10/01/2010
Código do texto: T2021548
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