Deus Existe?
Ensaios (4)
Sobre Deus.
Deus existe? Não é fácil responder, nem mesmo é fácil perguntar. Pois afinal, quem é Deus? Cada cabeça uma sentença. Algumas pessoas têm tanto medo de pensar no assunto que consideram essa pergunta uma heresia. Um pecado. Pois têm medo de Deus. Imaginam que serão castigadas se Deus descobrir que elas estão questionando a existência dele.
Eu acredito em Deus. Porque quero acreditar. Porque preciso acreditar. Porque me faz bem acreditar. Só que esse Deus, que é meu, mas que espero seja de todos, não é o Deus do medo. Mesmo assim eu gostaria de ser melhor esclarecida. Não que isso me perturbe .Não perturba mais. Convivo em paz com minhas inquietudes.
Já fui católica e de certa maneira ainda sou. Culturalmente. Gosto dos ritos, dos cantos, do cheiro de incenso, da hora do ângelus, do repicar dos sinos, cada qual com sua linguagem. Mas a Fé sempre foi visita em minha casa. Passei a vida duvidando de tudo não porque quisesse destruir, mas por que queria compreender. Hoje sei que compreender o que eu queria não está ao alcance nem de minha mente nem de meu coração. Me aquietei. Não luto mais nem contra e nem a favor. Aceito a presença de Deus na forma como ele se apresenta a mim, sem muitos questionamentos. Descobri coisas ao longo da vida que hoje fazem parte do meu conhecimento. Outras, ainda vou descobrir. Eu tenho paciência.Ter paciência é uma forma de acreditar.
Mas mesmo assim continuo curiosa. Leio. Procuro respostas, embora sem inquietação. Sobre tudo. Sobre a existência de Deus também.
Filósofos tentam responder a essa pergunta. Filósofos que acreditam em Deus tentam provar que ele existe. Filósofos que não acreditam, tentam provar a não existência. Na verdade, são apenas argumentos.
O meu argumento para acreditar em Deus é simples. Parte de mim para o todo: Eu existo, as coisas que vejo existem, eu não me fiz e nem a nada que existe. Então alguém fez. Esse alguém não sou eu nem ninguém que eu conheça. Nem ninguém que alguém conheça. Então deve haver alguém maior do que tudo o que foi criado e que a tudo criou. Este ser pode ser chamado do que quiserem chamar. Pode ser Deus, pode ser Criador, pode ser Pai. Ou tudo isso ao mesmo tempo. Não faz diferença. Afinal se Deus existe ou não, o que pensamos dele não faz nenhuma diferença para a sua existência .
Ultimamente andei lendo a respeito para ver se ampliava a minha compreensão. As vezes eu preciso disso. As vezes não: basta contemplar a natureza e eu fico satisfeita. É tudo tão perfeito, tão racional! Nenhum efeito sem uma causa. Tudo tem explicação mesmo aqueles fatos que a minha inteligência ainda não evoluiu o suficiente para compreender. Mas as vezes eu preciso tentar compreender o pensamento de grandes mestres. Pessoas que pensaram o impensado. Preciso beber nessas fontes de sabedoria para poder tentar atingir um conhecimento que então se tornará meu. É por isso que leio. É por isso que converso. É por isso que penso.
Brian Garret é o filósofo que estou lendo nesse momento. O livro é Metafísica – Conceitos Chaves em Filosofia. O primeiro capítulo trata de Deus.
Para tentar responder a essa pergunta: Deus existe?, primeiro é preciso conceituar que Deus é este do qual estamos querendo provar a existência. Porque existe no mundo muitas espécies de “Deus”. O Deus conceitual seria portanto aquele que principalmente o mundo ocidental aceita como tal: Todo Poderoso, Todo Onisciente e Bom.
O autor me relembrou coisas que eu já havia estudado, mas esqueci. Adormeceram em minha memória. A lembrança de minhas primeiras aulas de Filosofia com o pensador que me ensinou a pensar: o Professor Nelson Werlang. E os argumentos que nos foram apresentados para provar a existência de Deus. O ontológico, que tenta provar a existência de Deus pela razão.
Os outros argumentos são os cosmológicos e os teleológicos. Os argumentos cosmológicos partem da idéia de que o Universo existe, mas não existe por si só. O Universo e tudo que nele está é contingente. É necessário que exista um ser não contingente que torne possível a existência desse Universo. E este ser que não precisa de outro para existir é Deus. O teleológico parte da idéia que no universo existem entidades tão maravilhosamente complexas que só um Ser benigno e amoroso poderia tê-las criado.
O assunto não se esgota aqui. Não dá para aprofundar mais. Cada argumento valeria um ensaio próprio. Por enquanto foi só até onde consegui pensar. Mas pode ser que o meu cérebro altamente complexo, como o seu, fique novamente em ebulição e volte a pensar sobre o assunto. Então, terei que escrever porque é essa a forma que uso para esclarecer a mim mesma os meus pensamentos. As minhas certezas e as minhas contradições. E mesmo sabendo que é improvável que consigamos provar a existência de Deus, pelo menos nesse estágio de evolução da humanidade, isso não faz a menor diferença. As pessoas continuam tentando.
Ensaios (4)
Sobre Deus.
Deus existe? Não é fácil responder, nem mesmo é fácil perguntar. Pois afinal, quem é Deus? Cada cabeça uma sentença. Algumas pessoas têm tanto medo de pensar no assunto que consideram essa pergunta uma heresia. Um pecado. Pois têm medo de Deus. Imaginam que serão castigadas se Deus descobrir que elas estão questionando a existência dele.
Eu acredito em Deus. Porque quero acreditar. Porque preciso acreditar. Porque me faz bem acreditar. Só que esse Deus, que é meu, mas que espero seja de todos, não é o Deus do medo. Mesmo assim eu gostaria de ser melhor esclarecida. Não que isso me perturbe .Não perturba mais. Convivo em paz com minhas inquietudes.
Já fui católica e de certa maneira ainda sou. Culturalmente. Gosto dos ritos, dos cantos, do cheiro de incenso, da hora do ângelus, do repicar dos sinos, cada qual com sua linguagem. Mas a Fé sempre foi visita em minha casa. Passei a vida duvidando de tudo não porque quisesse destruir, mas por que queria compreender. Hoje sei que compreender o que eu queria não está ao alcance nem de minha mente nem de meu coração. Me aquietei. Não luto mais nem contra e nem a favor. Aceito a presença de Deus na forma como ele se apresenta a mim, sem muitos questionamentos. Descobri coisas ao longo da vida que hoje fazem parte do meu conhecimento. Outras, ainda vou descobrir. Eu tenho paciência.Ter paciência é uma forma de acreditar.
Mas mesmo assim continuo curiosa. Leio. Procuro respostas, embora sem inquietação. Sobre tudo. Sobre a existência de Deus também.
Filósofos tentam responder a essa pergunta. Filósofos que acreditam em Deus tentam provar que ele existe. Filósofos que não acreditam, tentam provar a não existência. Na verdade, são apenas argumentos.
O meu argumento para acreditar em Deus é simples. Parte de mim para o todo: Eu existo, as coisas que vejo existem, eu não me fiz e nem a nada que existe. Então alguém fez. Esse alguém não sou eu nem ninguém que eu conheça. Nem ninguém que alguém conheça. Então deve haver alguém maior do que tudo o que foi criado e que a tudo criou. Este ser pode ser chamado do que quiserem chamar. Pode ser Deus, pode ser Criador, pode ser Pai. Ou tudo isso ao mesmo tempo. Não faz diferença. Afinal se Deus existe ou não, o que pensamos dele não faz nenhuma diferença para a sua existência .
Ultimamente andei lendo a respeito para ver se ampliava a minha compreensão. As vezes eu preciso disso. As vezes não: basta contemplar a natureza e eu fico satisfeita. É tudo tão perfeito, tão racional! Nenhum efeito sem uma causa. Tudo tem explicação mesmo aqueles fatos que a minha inteligência ainda não evoluiu o suficiente para compreender. Mas as vezes eu preciso tentar compreender o pensamento de grandes mestres. Pessoas que pensaram o impensado. Preciso beber nessas fontes de sabedoria para poder tentar atingir um conhecimento que então se tornará meu. É por isso que leio. É por isso que converso. É por isso que penso.
Brian Garret é o filósofo que estou lendo nesse momento. O livro é Metafísica – Conceitos Chaves em Filosofia. O primeiro capítulo trata de Deus.
Para tentar responder a essa pergunta: Deus existe?, primeiro é preciso conceituar que Deus é este do qual estamos querendo provar a existência. Porque existe no mundo muitas espécies de “Deus”. O Deus conceitual seria portanto aquele que principalmente o mundo ocidental aceita como tal: Todo Poderoso, Todo Onisciente e Bom.
O autor me relembrou coisas que eu já havia estudado, mas esqueci. Adormeceram em minha memória. A lembrança de minhas primeiras aulas de Filosofia com o pensador que me ensinou a pensar: o Professor Nelson Werlang. E os argumentos que nos foram apresentados para provar a existência de Deus. O ontológico, que tenta provar a existência de Deus pela razão.
Os outros argumentos são os cosmológicos e os teleológicos. Os argumentos cosmológicos partem da idéia de que o Universo existe, mas não existe por si só. O Universo e tudo que nele está é contingente. É necessário que exista um ser não contingente que torne possível a existência desse Universo. E este ser que não precisa de outro para existir é Deus. O teleológico parte da idéia que no universo existem entidades tão maravilhosamente complexas que só um Ser benigno e amoroso poderia tê-las criado.
O assunto não se esgota aqui. Não dá para aprofundar mais. Cada argumento valeria um ensaio próprio. Por enquanto foi só até onde consegui pensar. Mas pode ser que o meu cérebro altamente complexo, como o seu, fique novamente em ebulição e volte a pensar sobre o assunto. Então, terei que escrever porque é essa a forma que uso para esclarecer a mim mesma os meus pensamentos. As minhas certezas e as minhas contradições. E mesmo sabendo que é improvável que consigamos provar a existência de Deus, pelo menos nesse estágio de evolução da humanidade, isso não faz a menor diferença. As pessoas continuam tentando.