Aonde fica o CORAÇÃO?

Me pergunto, aonde fica o coração? Se fica ou não à esquerda do meu peito, ou a direita , quem sabe ,bem no centro da minha atenção. Só sei que é incansável . Fica num tic tac!!!. Pura pertubação.

Quando palpita em meu peito, arfando descontroladamente a cada respiração. Impossível dizer quem comanda ou quem é comandado. Ele é um desprendido nato em qualquer situação.

Empolgante este mistério. Não há sossego que o desanime.

Se pudésse analisá-lo, diria que é distraído. Tem uma insônia permanente. Fica de um lado a outro, palpitando ardentemente.

Tento pensar simplesmente que meu coração não tem lado, no meu peito. Ele é um transgressor por natureza própria. Por teimosia, define o amor por sua própria consciência . Digo não muitas vezes, mas o rebelde me desafia.

Quero uma rebelião completa. Expulsá-lo do meu corpo por afrontar minha certeza. Se por um instante qualquer, ele o menino inquieto, parado, morto decerto, estaria. Não, não quero definir lugares. Onde arde a dor da ferida. É nele por fim que tarda a espera e por fim agoniza.

Amo meu coração, porque sei que é puro. Nele guardo todos os meus tesouros, e são muitos. Lembranças que um dia decerto ele revelaria, a qualquer outro. Cuidado, digo de passagem, coração não é surdo.

Guarde portanto o lugar ainda impreciso do coração. Quem diz que ele não anda, carece de atenção. Coração anda por tudo, é um imigrante favorecido pela sorte. Faz parte de um conteúdo nobre do corpo humano. Nada sem ele faz sentido e consciente disto tudo, se engrandece de ser favorecido, pela natureza de seus verdadeiros instintos.

Aonde fica meu coração não sei até agora, mas tenho tempo para descobrir sua direção. Fico agora de memória, percorrendo a trajetória que ele define por opção. Eu é que me oriento por este pequeno ser furtivo, rondando o meu universo feminino de incansáveis emoções.

Adoro meu coração menino, é com certeza tão Divino, que vive por mim e para mim sem condições. Carrego-o comigo ou ele que me carrega, não sei. Vivemos juntos há algum tempo em desalinho.

Meu coração não tem dono.

O que importa?

Ele é manifesto puro de minha essência, criando magicas palavras em minhas mãos.

E juntos, eu e ele, adormecemos e acordamos, em busca da moradia certa.

Ka Risse
Enviado por Ka Risse em 26/11/2008
Reeditado em 26/11/2008
Código do texto: T1304807
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