NÃO SÓS! MAS SIM..."A SÓS"!
À medida que seguimos pela vida, nosso amadurecimento nos amplia os olhos e nos acura os sentimentos.
E é fato que, conforme o tempo passa, nossas necessidades se transformam, afinal, viver é a arte de enfrentar as transformações!
Tudo muda no nosso entorno, mas talvez nosso maior e mais difícil desafio seja enfrentar com coragem nossas transformações interiores.
E tal proposta não é uma matéria fácil.
No amplo contexto da vida, seguimos acreditando que nos relacionamos nos diversos momentos do tempo, em todas as esferas das nossas necessidades, que fazemos trocas emocionais a contento, mas não são poucos os momentos que nos deparamos com algo vazio, quase que entediante a nos assolar e mesmo a nos paralisar no meio dos caminhos.
Há tempos nos quais nos sentimos meio imcompletos apesar de não necessáriamente sozinhos. Seria da própria natureza humana a necessidade de buscar por algo que nem sempre sabemos o que é?
E a matéria deste meu texto surgiu, quando a pouco tempo um adolescente, numa conversa momentãnea me chamou a atenção para um grau de maturidade que eu mesma não esperava dele.
Falava-me do que acreditava da troca entre pessoas, que para ele extrapolava o simples ato de conviver.
E ontem uma reportagem sobre pessoas que se relacionam sem conviver, ou seja, casais que na atualidade optam por viverem em casas separadas, e que se sentem plenos na relação, aguçou o meu pensamento.
Então, meu presente ensaio estava lançado!
Conviver seria relacionar-se? Relacionar-se seria conviver?
Seriam verbos individualizados.Seriam compatíveis? Seriam complementares? Seriam antagônicos?
Ainda não tenho a resposta.Mas tenho a inquietação.
A bem da verdade, todos somos seres únicos e cinéticos!
Cada um de nós compõe um vasto e complexo universo, aonde novas necessidades surgem a cada instante, em nome das transformações.
MAs também é sabido, desde a época dos remotos vestibulares, que "nemhum homem é uma ilha". Lembram-se do tema que ficou famoso?
Portanto, seres humanos, temos a necessidade de interagir com o entorno, mas observem, sem sermos invadidos, posto que mesmo as ilhas não devem ser inundadas.
Têm sim que ser amparadas pelo que há ao derredor.
Ilhas tocam os mares, mares banham as ilhas...e assim como o sol nasce para ambos...tempestades também os assolam.
Nesse contexto da Natureza...todos se relacionam, porque o todo vive em troca! E todos convivem felizes sob o mesmo céu...porque todos se respeitam.
Nem mesmo as ilhas estão sós!
Mas nós, pessoas, temos necessidade de estarmos sim, "a sós".
A sós conosco, a sós com o entorno, a sós com o que nos dá respostas. E portanto... nunca sós em companhia...
Talvez aí surja, então, a diferença e o impasse entre o conviver e o relacionar-se.
Conviver é desfrutar do mesmo céu, mas relacionamento é muito mais: é a convivência das almas...que trocam.
É o misterioso encontro das respostas que instantaneamente nos foram dadas, sem que as tivessemos questionado.
E quanto temos que caminhar para descobrir essa grande diferença...
Bom seria conjuminar os dois verbos.
Difícil ? Sim, mas não impossível. Demanda conhecer-se a si, ao outro, demanda por maturidade, por despojamento, por altruísmo, por vontade, talvez até por capacidde individual, acredito.
Enfim, eis o desafio para uma grande conquista pessoal: transformar nossos relacionamentos em instrumentos de crescimento pessoal, e do encontro da felicidade, que embora muitos neguem, acreditem...existe!
E está sempre bem pertinho, embora ao alcance da nossa capacidade de reconhcê-la, e da nossa coragem de nela acreditar.