DUETO ARMANDO A. C. GARCIA
MÃE (IV)
I
Carinhos quantos me deste // Em vestes bordadas
Ó minha mãe tão querida // Sagrada tua vida
Mil afagos, tu soubeste // Divinamente tocar-me
Colocar em minha vida // Um amor incondicional
II
Velaste noites a fio // Instruída da intuição
Quase sempre, sem dormir // No poema coração
Quer no calor, quer no frio.// Em qualquer estação
- De dia, alegre a sorrir // De noite, sempre a agasalhar
III
Em teu regaço ó mãe // Anjo secular deste mundo
Aprendi sempre o melhor // Com tuas prendas
Ensinaste-me, também // A alfândega do dia
Quem foi do mundo o Feitor ! // Em louvor meu, Amém!
IV
Bendita seja a mãe // Tão amada e querida
Que na palavra interpela // Terapia do coração
Fazendo do filho alguém // Extensão do caráter
Na expressão lúcida e bela // Indizível exemplo
V
Com o tempo fui crescendo // Nunca esquecendo
- Sempre tu a orientar-me // Constantemente o aceno
E em teus conselhos, aprendo // Que a chuva cai e o sol brilha
A do mal, sempre afastar-me // Isentando-me da galhofa
VI
Em minha alma gravaste // Com letras de ouro
Princípios de honestidade // Bondade e caráter
E quantas noites passaste // Olhos entreabertos
Velando minha mocidade // Num perfil quase santa
VII
Eu, fui crescendo na vida // Feito a semente do jardim
Tu, prateando os cabelos // À luz dos anos pragmáticos
Ias ficando envelhecida // Somente a tez e os cabelos
Mantendo os mesmos desvelos // E o coração de menina
VIII
Oh! Se eu pudesse voltar // E cantar aos seus ouvidos
Aos tempos de minha infância // Quanto privilégio
Teu rosto iria beijar // Tua mão no altar
Com ternura e *jactância // Toda doçura eternizada
IX
O tempo nada perdoa // Tudo é uma performance
Consome até a esperança // Num ato de infância
- Mas deixa uma coisa boa // Milenar e exuberante
Que é, a eterna lembrança ! Jamais esquecida!
São Paulo, 26/04/2008
Armando A. C. Garcia // Luiza De Marillac Bessa Luna Michel
São Paulo, 26 de abril de 2008 14h50
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* orgulho - altivez
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Leia – Mãe I – Mãe II e Mãe III do mesmo autor no site acima