Às nossas donzelas

Oh! Não, Lereno, não dá,

Olhá-las sem perceber

Esplendor das suas virtudes,

Que juram não envelhecer!

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Tanto é amor e devoção,

É mais glória em cada parte,

Tanto é risos que nos mata,

São todas expressão da arte!

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Impossível seria, amigo!

Pois, não há flor sem perfume,

Zéfiro que queima a pele,

Porque não lhe é custume!

.

Tal Como o campo e pastor,

A borboleta e a Beleza,

A perfeição, Flora e a Bela

são da mesma natureza.

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Estes vultos, dentes, lábios...

Estes queixos, olhos ledos,

Estes dotes do alto céu...

Ah, amores dos nossos medos!

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Se com mais doces palavras,

Descrevê-las não podemos,

Vamos nessa vida amá-las,

Só pra elas amor devermos.

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Não somente amar, cuidar,

Proteger e dar carinho,

É também nunca fazer

Êrmo este nosso caminho.

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No riso delas, há graça,

Em seus braços conforto!

Em vão percorremos milhas,

É nelas que achamos porto.

Se amor com amor se paga,

felizes somos, amigo!

Nascem delas rios de amor,

Como no inferno o castigo.

Temo que o nosso louvor

Venha por mais diminuí-las,

Que todas nossas gabanças,

Todos céus venham anuí-las!

Samuel dos Céus e Vela Leonardo

Maio, 2021